Jackson Pollock
O número 20 da Rockfeller Plaza, Nova Iorque, recebeu ontem caça-tesouros de obras de arte contemporâneas num leilão da Christie’s. A obra “Number 19” de Jackson Pollock pintada em 1948, um dos anos do período de ouro do artista, atingiu o valor de quarenta e cinco milhões de euros. O trabalho de Roy Liechtenstein em que, no espírito da Pop Art que o carateriza, recriou “Mulher com Chapéu de Flores” de Picasso rondou os quarenta e três milhões de euros. Em terceiro lugar dos recordistas, um quadro de Jean-Michel Basquiat, “Dustheads”, foi arrematado por trinta e oito milhões de euros. Com este leilão e pela receita obtida – recorde mundial -, a Christie’s levou a dianteira à Sotheby’s.
A pintura de Jackson Pollock foi, à época, primeiro, odiada, em seguida, louvada, graças não só à imposição nos meios artísticos da técnica do artista, mas pelo que representava – emanações da alma, do inconsciente, da emotividade. Após o Wioming onde nasceu, estudou em Los Angeles e decidiu-se por viver em Nova Iorque na modesta casa de um dos irmãos e da cunhada. Ali é visitado pela pintora Lee Krasner com quem viria a casar anos mais tarde. Sob a influência de Lee, é moderado o alcoolismo bem como as tempestades psíquicas que o atormentavam e a quem com ele privava.
Durante a conjugalidade com Lee e através dela, vem a conhecer e fascinar Betty Guggenheim que o inicia na elite das artes que a rodeava. Adquiriu, finalmente, notoriedade. Todavia, os padecimentos antigos nunca o abandonaram, conquanto abrandassem em intervalos de tempo sempre curtos demais.
Jackson Pollock - Summertime - Number 9A
Pollock viria a deparar-se como uma técnica que o fascinou: pingos de óleo levemente arrastados sobre papel ou tela sem que o pincel fosse o instrumento principal na construção duma obra feérica. Neste período era já figura pública dos Estados Unidos - entrevistas, documentários, artigos na imprensa. Se destes apreciava as loas, a sua misantropia era contrária a intrusões na privacidade. Mas, para melhor conhecer Pollock, nada como assistir ao extraordinário filme dirigido por Ed Harris em 2000 que mereceria óscar. Nele, a célebre frase na edição de Agosto em 1949 da revista Life: “Jackson Pollack: será ele o maior artista vivo dos Estados Unidos?” Foi.
CAFÉ DA MANHÃ
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