Segunda-feira, 23 de Março de 2015

ROSTO DE SAFADA

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Não engana. Atentando no olhar, no sorriso adivinhado, nas faces e peito cheios, a volúpia está presente. Retratada aos vinte e cinco anos por moço talentoso, pouco mais novo, íntimo da casa, foi linear o mútuo fascínio. Ela mulher de curvas fecundas por ter dado à luz dois filhos, ele seduzido pelo mistério das profundezas sonhadas lascivas.

 

 

 

Afirmaram-na vizinha de Leonardo Da Vinci em Florença. Casada com um abastado comerciante florentino, Francesco del Giocondo. A família da Vinci e a família Giocondo conviviam, propiciando devaneios que emergem no olhar falsamente sereno e nos polposos lábios. Após ter dado à luz pela segunda das cinco vezes em que o faria, sobrevinha o rosto de bolacha indiciando maternidade recente. O jovem pintor, disposto a descobrir da vida o tutano, iniciou a transcrição para a tela do emaranhado encanto, dos sentimentos e apelos da carne inspirados pela Mona Lisa. Inquieto, exigiu à sua arte excelência e justiça ao indizível elo entre autor e musa. Durante três anos somou finíssimas veladuras, espessando o sereno mistério que da obra flui.

 

 

 

O ar de safadice, a custo arredado da pintura, estaria de acordo com o estatuto de ser Mona Lisa - outra, não a vizinha - amante de Giuliano Medici. Dizem muitos nunca ter existido tal mulher. Estas são algumas das teses sobre a famosa Gioconda. Reza uma delas ser a pintura subtil autorretrato de Lo Leonardo. Dissecando as sucessivas camadas de pigmentos por via de radiografias tridimensionais, surge um possível rosto masculino, distante do balofo ideal de beleza da mulher renascentista. Como diria o Abelaira, se a mulher existiu e com quem «teve partes» nunca saberemos. Uma tese defendo: a cara de contida libertina nem o enquadramento bucólico ou as sábias veladuras tiram.

 

 

 

CAFÉ DE MANHÃ

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
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Terça-feira, 28 de Janeiro de 2014

MAIS OÙ SONT LES FEMMES D'ANTAN?

 

  

Autores que não foi possível identificar

 

No texto de arquivo pessoal que mereceu o mesmo nome, “Da Frente para Trás”, e exterior a este paraíso, perguntou o Manuel S. Fonseca: _ “Mais où sont les fem­mes d’antan?”

 

O Bernardo Vaz Pinto comentou: _ “O que mudou afi­nal? Tudo ou um pouco de nada! E ainda bem…a woman is a woman is a woman.”

 

Se nada foi mudado na biologia feminina, se a “woman is a woman”, estares revoltos das mulheres alteraram-se de modo substantivo correndo séculos e outros ciclos da Terra. Tomemos o exemplo da Mona Lisa como imortal símbolo da feminilidade.

 

(...)

 

Nota: texto integral aqui.

 

CAFÉ DA TARDE

 

publicado por Maria Brojo às 12:08
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Segunda-feira, 18 de Junho de 2012

VOLTA LENTA

 

Desfile de moda. Manequins em confraternização se mudas ordens do coreógrafo - “vire aqui, espere dois «flashes» do fotógrafo, não cerre os dentes, exiba o penteado, volta lenta, dois passos à frente, volte ao centro, saia pela direita, seja clean.”

 

Muitas, elas, muitos, eles. O olhar peregrinou duns para outros na falaciosa tentativa de lhes engendrar histórias coincidentes com a realidade. Não tão falaciosa assim como as conversas entabuladas a duas provaram – privilegiei mulheres pelo ar contido do género masculino e pelo entendimento desviado que a iniciativa minha podia adquirir. Assumo ter obedecido a estereótipos antigos, civilizacionais, por não ir comigo o papel de «engatatona» de serviço no evento se catalogada por machos equivocados e desatentos na multiplicidade de opções femininas. Maçada costumeira.

 

Das mulheres, três foram rainhas pela riqueza interior. Soube de vidas com mais escolhos que alegrias e que, ainda assim, logravam sorrisos. Análises perfeitas dos íntimos, generosidade nas partilhas. Mais ouvi do que falei, salvo para alimento dos diálogos. Aprendi mais do que dei. Trocámos contactos. Gravei-os no telemóvel e no espírito. Deles farei uso. Querendo, de futilidade saborosa é construído conhecimento vital.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 12:08
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Terça-feira, 8 de Novembro de 2011

FUNDILHOS E BEIÇOS DE SOLA

Magritte e autor que não foi possível identificar

 

A Deloitte apresentou conclusões dum estudo sobre o valor previsível gasto por família em cada país da Zona Euro. Dos países constantes da análise, a Irlanda encabeça o rol, Portugal ocupa o meio da tabela, acima da Alemanha e com a Holanda em último lugar. A diminuição de 8% nos gastos quando comparada com a do ano anterior discorda do pessimismo e das reais condições económicas dos portugueses. Poder-se-á afirmar continuarmos despesistas - os que podem e são menos a cada dia - não hesitando em das magras bolsas alargar os cordões ao chegar o tempo natalício. Poder-se-á argumentar serem os países latinos predominantemente católicos e a festa do aniversário de Cristo a principal no calendário do catolicismo.

 

Se até há um ano os cartões custeavam excessos que em Janeiro seriam pagos e faziam do mês primeiro o mais pindérico dos doze, hoje, já os fundilhos foram virados ao contrário em busca de alguma moeda esquecida. Metade do subsídio de Natal mal chega para atrasados em dívida, para as peúgas destinadas ao avô, quanto mais para os ténis novos que faltam ao Joãozinho, cansado dos que diariamente calça e têm beiços da «sola» à vista. Mas não! Segundo a Deloitte, parece que o Joãozinho terá os ténis cobiçados, a Carlinha nova ‘barbie’, a tia Arminda o vistoso arranjo floral em garantido plástico que enfeita a montra do «chinês» próximo e nela faz um vistaço.

 

Ora, pensava esta escrevinhadora que neste annus horribilis pontificaria na mesa o bacalhau com todos, rabanadas caseiras e pouco mais; os presentes seriam sorrisos e gestos de afecto significativos como constitui um postal escrito com a alma nas palavras, lembranças para a criançada. Conjectura por tomar como bastante a ternura e o pensar amorosamente naqueles que nos enchem o coração. Havendo fundos extra, contribuir para ajudar família ou obra carenciada. Curto e simples: um Natal como os anteriores deviam ter sido. Deviam, mas não foram e participo do mea culpa. A verdade é que os portugueses aos quais ainda não falta pão e emprego optam por gozo à fartazana, mesmo que Janeiro e seguintes sejam enxaqueca continuada.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 10:18
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Domingo, 1 de Maio de 2011

ÚNICAS POR RAZÕES DIFERENTES E PELA MESMA

Keith Mallet e autores  que não foi possível identificar

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

O seu cantor preferido, mãe.

 

publicado por Maria Brojo às 09:52
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Segunda-feira, 11 de Abril de 2011

FUMO QUE DE BRANCO NADA TEM

John Falter, autor que não foi possível identificar

 

Papa novo, Deus proteja os católicos, não é preciso – o vigente respira saúde. Fumo branco subindo do Vaticano adiado por anos longos ou não, que o último suspiro pode ser exalado em qualquer altura. Dissessem o mesmo os portugueses sobre o futuro Presidente da Assembleia da República. Galgando dois meses, fumo, desta, alaranjado, saiu por chaminé virtual e outras hertzianas. Como comunicação que remonta a índios feitos cinza misturada com solo e água e mais o que a terra dá, foi conhecida candidatura de Fernando Nobre ao segundo cargo da nação. O Sr. Apartidário que se declarava vacinado contra vírus e bactérias dos partidos aceitou encimar lista do PSD por Lisboa. Do rol à cadeira vaga na Assembleia desmantelada, vai um pulo. Quem sabe se o Dr. Nobre culminou fartura de viagens por esse mundo além para auxílio a desvalidos de alma e corpo e decidiu acudir aos de cá? Nobre atitude seria, não acontecesse jamais do mesmo se haver lembrado, estetoscópio ao pescoço e vestido com bata de branco tão branco como o fumo devia ter sido. Nobre foi a candidatura a Presidente da República enquanto acto de cidadania.

 

Meses atrás, o Doutor médico decidiu reconhecer em si competências para sarar feridas de que Portugal padece. A pretensão de ocupar o cargo de regulador-mor foi para muitos brisa de Primavera num Outono pardo, bem diferente da marcelista sepultada há ror de anos em cova funda e campa rasa.

 

Línguas que não tenho por viperinas e talvez sejam dão por certas as candidaturas nobres manipuladas por doutor de seu nome Mário e apelido Soares. Como objectivo deste, irritar outro doutor, Cavaco, desta feita. Assim sendo, que sorte de estrutura alicerça Fernando Nobre? Autónoma e coerente não é, ainda que seja dita a coerência atitude de quem não possui inspiração.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:20
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Quinta-feira, 12 de Agosto de 2010

ATÉ MIRTILOS!

Jim Warren e autor que não foi possível identificar

 

Petróleo Verde. Alentejano. Na Área de Regadio do Alqueva já cresce milho, cultura impensável no antes reserva hídrica. Destinado à produção de bioetanol, contribuirá, enquanto biocombustível, para cumprir directivas comunitárias. “ Portugal terá de incorporar como aditivo na gasolina e no gasóleo utilizados nos transportes públicos 5,75 por cento de biocombustíveis (bioetanol ou biodiesel). No caso do bioetanol, a opção pelo milho como matéria-prima principal para a produção de 100 milhões de litros/ano deste combustível vai obrigar à produção de 250 mil toneladas por ano deste cereal.” No total, 15 mil hectares de plantações de milho na área de influência da grande barragem do Sul.

 

O potencial energético não se esgota no milho: cereais de sequeiro, beterraba, desperdícios florestais. Fossem limpas as manchas de floresta quer pelo Estado, quer pelos particulares, menor seria o pasto que as chamas devoram, diminuído o número de vítimas mortais, maior rendimento nacional e quantidade de combustíveis amigos do ambiente.

 

Na agricultura alentejana, a revolução vai além – melão branco e verde, meloas. Até mirtilos que regozijam urologistas na peleja contra infecções urinárias! A boa rede viária escoa, rapidamente, os produtos até à mesa do consumidor. Em 2013, dúzia de anos mais cedo que o pensado, fica completa toda a obra. Somente os lanços de Vidigueira e Pisão, Baixo Alentejo ocupam onze mil hectares. Quem predisse a inutilidade do Alqueva emudeça de vez.

 

CAFÉ DA MANHÃ

publicado por Maria Brojo às 08:37
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Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2010

OSSOS COM SOBEJOS PODRES

Al Moore

 

Povo em causa. O nosso. Compassivo por mais haver para tratar, olha de soslaio os ecrãs. Cansado pela jornada e pela exiguidade da jorna. Entediado pelo mais do mesmo que lhe interrompe o caldo quente. Sem convite, entram no lar - suposto doce para quem preza ditos populares -  estafas além das contas sempre de subtrair. Porque os miúdos esgotam a esborrachada paciência, preferido olhar pasmo ou bovino. Raramente, crítico. Independente não é espera.

 

Osso por largar, a vergonhosa actuação de alguns jornalistas e lobbies. Vendem notícias na superlativa (directa seria lucro desinteressante) proporção da curiosidade grangeada. Como entretém ou fuga dos T2 e 3 onde os vizinhos são fantasmas e nem mexericos vazam das paredes, o povo compra. Boceja depois. Exaurido, excluído, extremado pela dureza do 'dia sim, dia sim'. Começa por rosnar “basta!” doméstico. No trabalho, prolonga-o em conversas de intervalo. Farto de lhe impingirem ossos com sobejos de carne podre que pouco mais oferecem para roer.

 

A má imprensa comporta-se como incompetente patroa de bordel: distribui «meninas» sem, num lance, avaliar o perfil do cliente; pelos brilhos de aluguer, esborrata pintura nas ofertas; diminui a variedade do stock; esquece a qualidade da «montra» que preserva o freguês.

 

No hoje e no horizonte curto, os que se julgam poderosos balançam em arame feito de esperanças equilibristas. Até um dia.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

publicado por Maria Brojo às 06:40
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