Autores que não foi possível identificar
Sam Sheppard. Wim Wenders. Os dois, combinados, ideiam filmes dolentes, planos demorados, sentimentos contidos, sensualidade no falar silencioso do Sam Shepard habituado à escrita boa ou não fosse Prémio Pulitzer. Conheci-o, vergonha minha, apenas no “Paris, Texas”, road movie incomum, também realizado por Wim Wenders e estrelado pela fabulosa Natassja Kinski. Mais tarde, dele leria o editado por cá. Simbiose harmónica entre o escritor, actor, guionista.
Vieram à lembrança as referências pela sensualidade na escrita, no celulóide, na voz, nas gentes. Qualidade abrangida por alguns. Se trabalhada soa a fingimento. Se inata é o que deve ser – explosão dos sentidos todos num olhar, num gesto ou trejeito, num morder de lábios ou num jeito sem jeito. Impressão digital que nenhum burocrata legitima, mas fica gravada na sensibilidade de quem vê e reconhece pelo diálogo com profundezas das quais cada um sabe em si.
A voz que canta o Café da Manhã, apela à transgressão, clama pele, chão ou cama. Talvez solo pisado dum jardim ou dele banco de madeira onde dois se confundam num.
CAFÉ DA MANHÃ
Alentejana como não bastasse o bastante.
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros