Nguyen Dinh – Seijinnoh Christopher Zacharow
Cresce o número dos jovens japoneses a preferirem sexo virtual às relações sexuais completas. Opção que os resguarda de vírus perversos. Que os independentiza de outros para satisfazerem necessidades que a vida contempla. Que não os desconcentra na produtividade, tão pouco na exaltada competição laboral. Que os torna asséticos no cumprimento da função. Mas são uns tristes que passam pela fase áurea das respetivas capacidades sem se comprazerem regularmente na mistura das peles, do cheiro, do sabor, da cumplicidade real quando o desejo grita alto. E ficam escravos do ritmo próprio que dificulta, querendo, harmonizá-lo com o do outro. Insatisfatória para ambos a relação sexual. E ficam cativos duma solidão relacional profunda e imprópria da natura. Excluídos das teias de afetos íntimos. Fastientos pela assepsia escolhida. Uns pobres de espírito com genitálias mirradas. Sendo etapa (...)
Nota: texto acabado de publicar aqui.
CAFÉ DA MANHÃ
Nguyen Dinh
O ceticismo convicto é uma maçada. Como pode alguém conhecer o quer que seja se não acredita em nada? O cético descrê das religiões, da filosofia ou da ciência. Duvida até do próprio ceticismo. Perde a magia que o pensamento científico tenta desvendar – no mistério à espera de entendimento reside o fascínio da Ciência. Quando erra, evoluiu. As religiões tradicionais permanecem estáticas por se afirmarem infalíveis, assim aumentando a distância dos homens. Uma ilustração: arredar um divorciado dos sacramentos - da comunhão, da possibilidade de apadrinhar casamentos ou batismos – desmente o preceito católico da infinita tolerância para com o próximo.
Li, não lembro onde, dispensarem os cientistas do MIT a construção de catedrais e reuniões ao domingo para louvarem a teoria da relatividade ou o Big Bang. Simplesmente discutem teses e a respetiva validade. Para um cético, alguns dos rituais religiosos são mecanismos de auto motivação para preservar a fé. Semelhante à dos jogadores de futebol que proclamam antes de entrar em campo: "Vamos a eles! Deus existe, hem! A vitória é nossa! Deus existe!". Tivessem a certeza e não gritariam tanto.
Um cínico, em muito semelhante ao cético, vai mais longe: “o misticismo dos menos abastados e dos idosos existe pela falta de recursos ou de esperança em vida útil para curarem frieiras e artroses. Do mesmo modo, um rico na Igreja é aberração por violar em simultâneo princípios católicos e materialistas – os escandalosamente abastados só requerem salvação das ex-mulheres e dos advogados.”
Relevai-lhes, Senhor, a condição de ateus: são genuínos e têm piada.
CAFÉ DA MANHÃ
Pintor vietnamita Nguyen Dinh
Vergonha imperdoável e nossa. Peculiar legislação que legitima transformar o “Dia do Trabalhador” num dia de consumo exacerbado. «Hiper Superes» abertos num dia de memórias e regozijo apelaram ao pior dos cidadãos escravizados pela miséria nacional. Que não sejam piegas, que aguentem a opressão, que esperem até 2018 ou até ao ‘Dia de S. Nunca’ a bem do país enquanto ladrões eleitos (ou não) e encartados vivem como nababos a troco de bolso cheio e poder. Vendilhões do templo que já não é país mas coisa outra – colónia problemática da Europa.
O elefante invisível foi a besta económica que ontem subjugou tantos. Pela guerrilha, arrebatados bifes, o preciso e seu contrário. Quantas rendas ao banco ficarão por pagar a troco do «enche vilanagem»?
CAFÉ DA MANHÃ
Com o pintor japonês cujos trabalhos tenho imperdoavelmente esquecido, lembro a obra icónica e internacionalmente conhecida, “A Grande Onda de Kanagawa”, criada durante a década de 1820. Outro tema/símbolo é a série “Fuji em Tempo Claro”.
Adoçantes
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Brasileiros