Domingo, 29 de Março de 2015

PARA ONDE VIAJAR EM 2015

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Marraquexe, Marrocos                                            Siem Reap, Camboja

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Istambul, Turquia                                              Hanoi, Vietname

 

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Praga, República Checa                             Buenos Aires, Argentina

 

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  Cidade do Cabo, África do Sul                                      Zermatt, Suiça

 

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Goreme, Turquia                                                   Ubud, Indonésia

 

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Cusco, Peru                                                Banguecoque, Tailândia

 

  

 

A seleção foi feita a partir da opinião de milhares de viajantes que utilizam o portal Tripadvisor. Marraquexe ocupa o primeiro lugar. Os viajantes destacam os mercados, os palácios, as mesquitas e a histórica Medina para eleger Marraquexe como o primeiro grande destino para viajar em 2015. Em segundo lugar está Siem Reap, no Camboja, e em terceiro Istambul, na Turquia.

 

 

 

 

Desde capitais europeias a longínquos destinos asiáticos e africanos, de cidades com um enorme património histórico a locais "dominados" pela tranquilidade do mar e da paisagem, nesta galeria de imagens mostramos os destinos preferidos para 2015. Portugal não está no ranking do Tripadvisor, mas a cidade de Lisboa é uma das eleitas para as escolhas no continente Europeu.

 

 

 

 

Das imagens omiti por que demais conhecidas, Roma, Paris, Londres, Nova Iorque, Atenas, Barcelona e S. Peterburgo.

 

 

Nota - Fonte 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
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Segunda-feira, 16 de Março de 2015

HOJE, LISBOA EM VERDE ESMERALDA

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Nikias Skapinakis – “Paisagem – Bandeira Portuguesa”

 

 

 

 

“Portugal participa na ‘festa verde' da Irlanda com três monumentos, entre eles o Cristo Rei, em Almada. É uma marca irlandesa que seduz cada vez mais países - e turistas.

 

 

 

 

O que têm em comum a estátua do Cristo-Rei em Almada, o Coliseu em Roma, a basílica do Sacré Coeur em Paris, o Empire State Building em Nova Iorque, o Palácio Grimaldi no Mónaco ou a Torre inclinada de Pisa? Na noite da próxima segunda-feira, dia 16, logo após o pôr-do-sol, todos eles farão parte dos 125 edifícios históricos em 25 países que vão aparecer ‘pintados' em verde-esmeralda. A pintura, entenda-se, será uma iluminação especial que irá esverdear os monumentos que participam do ‘Global Greening', uma iniciativa da Irlanda para assinalar o dia do seu santo padroeiro, St. Patrick, que se celebra a 17 e que é festejado por mais de 70 milhões de irlandeses em todo o planeta. O projeto, iniciado há seis anos pelo Turismo irlandês, é também uma forma de promover o país à escala mundial e, em especial, o seu turismo.

 

 

 

O santuário do Cristo Rei, na margem sul do Tejo, não será o único monumento em Portugal a ser colorido com verde-esmeralda este ano. A estátua do Duque da Terceira, no Cais do Sodré, é uma das estreias da lista e o Palácio Museu dos Condes de Castro Guimarães, em Cascais, volta a juntar-se à iniciativa. Nos dois primeiros casos, as luzes verdes estarão ligadas durante três noites, de 16 a 18 de Março - apenas em Cascais o efeito de ‘Greening' irá prolongar-se até ao dia 21, data em que o evento fará o encerramento oficial.

 

 

 

A relevância e centralidade dos monumentos estão entre os principais critérios de escolha, mas as ligações à Irlanda também pesam na decisão. É o que acontece, por exemplo, com o Palácio Museu Condes de Castro Guimarães. O edifício em Cascais foi erguido por volta de 1900 para ser a casa de veraneio de Jorge O'Neill, descendente dos reis da Irlanda. E não falta sequer o cruzamento entre a arte portuguesa e símbolos irlandeses - como os trevos, reconhecidos como símbolo do país, na porta de ferro forjado do palácio e também na pintura de teto da ‘Sala dos Trevos'.”

 

 

 

 

Nota – Fonte.

 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
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Segunda-feira, 2 de Março de 2015

DE ISLINGTON AO BULE DE OUTRORA

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 Mark Spain

 

 

Ao falar de uma cidade que julgo bem conhecer, anteponho pronome possessivo. A relação de posse - a «minha» Coimbra, Roma, Évora ou Nova Iorque - tão somente significa que amei do todo uma parte. O que nos lugares de afeto me prende é o meu modo de os ver: pessoal, subjetivo, por isso intransmissível. De igual modo, ao descrevê-los, perpassa o que deles sinto e pouco do que são.

 

 

 

A «minha» Londres começa para as bandas de Islington ao descer meia dúzia de degraus e apanhar o autocarro. De King’s Cross em diante, prefiro caminhada até Covent Garden que, se as horas bem tiver contado, encontro semifechado pelas nove e pouco da manhã. Por ali pauso na espera da azáfama renascida, olhando a chegada das caixeiras, as portas uma a uma abertas para infinitas saídas e entradas, os expositores que os ambulantes desembrulham e recheiam de quinquilharia ordenada. Um expresso depois, rumo a direito até à sala da National que o apetite escolha - o enleio na loja da galeria adio. O meio do dia encontra-me no cimo de Hyde Park ou descendo a Kensington para farta paragem em Knightsbridge. Petisco no Harrod’s, afastada a turba do almoço, e deixo Chelsea para a tarde. Aos domingos, preciso da paz de Notting Hill para o pequeno-almoço, de percorrer os cais-sul do Tamisa, deambular na Tate Modern que remato com as lambidelas do vento na travessia da Millenium Bridge.

 

 

 

Do «meu» Porto mais lembro o sol do que a chuva ou a morrinhada. Gosto, na Foz, do pequeno hotel de charme próximo da rotina da Agustina Bessa Luís e do bulício das lojas e das esplanadas soalheiras abrigadas por corta-ventos. E do Bule para almoçar. Nos dias de utilidade reconhecida pelo trabalho das gentes, está deserto. As madeiras sólidas, os angulados recantos para espera entretida com diálogo ou um copo, a sala sóbria, o avançado que estende além do jardim o olhar de quem come, os idos da água correndo pela parede de vidro são detalhes que degusto enquanto o palato agradece. A generosidade do pato lascado à mistura com o arroz que o refogado bronzeou, mais o serviço amavelmente eficaz e o gosto fiel da refeição nortenha, seduz-me. Na despedida bem-disposta pelo equilíbrio perfeito entre a qualidade e o emagrecimento da carteira, é renovado convite o sorriso iluminado pelo azul da chefe de sala - um metro e oitenta delgado encimado por cabelo louro e rosto lindo, mais provável numa passerelle do que em lugar de comer lembrando os hotéis turismo.

 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
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Domingo, 21 de Dezembro de 2014

AS FOTOGRAFIAS MAIS ESTRANHAS DE 2014 (I)

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Dois extremos, o homem mais pequeno do mundo e o maior encontraram-se pela primeira vez.

 

 

Zheng Feng gosta tanto de escalada que foi a trepar uma montanha que tirou as fotografias para o álbum do casamento.

 

 

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O alemão Oliver Struempfl bateu o recorde de transporte de canecas de cerveja.

 

 

Um empregado de um McDonalds no Japão segura um Ikasumi, um hambúrguer de choco com tinta. Um hambúrguer negro para celebrar a noite das bruxas.

 

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Um veado macho passeia-se em liberdade pelo parque Richmond, em Londres.

 

 

Chris Roland passeia pela Madison Avenue, em Nova Iorque com as suas tartarugas. Uma rotina diária conta o nova-iorquino.

 

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No festival Burning Man, no deserto do Nevada, junta-se gente de todo o mundo para ouvir música e ver arte num sítio muito remoto.

 

 

Trigémeos panda nascidos na China. Trata-se da quarta vez que a inseminação artificial nos pandas gera três bebés de uma só vez. A notícia é recebida como um milagre tendo em conta a baixa taxa de reprodução dos pandas gigantes.

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O pianista alemão Stefan Aaron faz música “celestial” num piano suspenso num helicóptero.

 

 

Um restaurante no oceanário de Tianjin. O ‘chef’ recomenda um peixinho.

 

 

Nota – Fonte aqui.

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

O acontecimento internacional mais importante em 2014

 

 

publicado por Maria Brojo às 10:02
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Quinta-feira, 9 de Outubro de 2014

AS NOITES DE CHINATOWN

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Jia Lu

 

Um escolho na cidade. Odores promíscuos para os doutrinados ocidentais. Gosto fácil para os pechincheiros urbanos ou para lascívias inquietas. “Transversal o sexo das chinesas, oblíquo o das mulheres de Java, em cruz nas mulheres de Bornéu, flor obediente nas de Samatra, magnéticas as naturas das mulheres do Industão, vasto e profundo percorrido pelos ventos da monção nas do Songo, semelhante a ostra que dentro guarda duas pérolas em cada mulher de Malaca.” A história de Simão Montalegre, verdadeira “Peregrinatio ad Loca Infecta”, que Abelaira conta. O bosque harmonioso que alguns homens incessantemente procuram?

 

Em Nova Iorque, Chinatown tem ao lado os lofts de TriBeCa - "Triangle Below Canal Street" - que Robert de Niro prefere; o listado verde, branco e encarnado da deliciosa Little Italy, hoje pouco restando da presença imigrante de outrora. Os espécimes alimentares exóticos, vivos ou secos, expostos em bancas, intrigam a vista e o olfato da multidão num «sobe-e-desce» contínuo. Que procura a gentiaga que por ali arrebenta as costuras do bairro? A diversão pela diferença e o mesmo que no desfigurado Bairro de Campo de Ourique, por ora pejado de dragões e falsas lanternas dependuradas às portas – a pechincha ou a contrafação «d’encher-o-olho» por meia dúzia de moedas. 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 11:59
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Quinta-feira, 11 de Setembro de 2014

A TEORIA DO 11

“Nine Eleven” by Clive Williams

 

O 11 passou a número inquietante.

Atentemos:

1 - New York City tem 11 letras.
2 - Afeganistão tem 11 letras.
3 - 'The Pentagon' tem 11 letras.
4 - George W. Bush, presidente em 2001, ano da tragédia, tem 11 letras.

Interessante:

1 - Nova Iorque é o estado número 11 dos EUA;
2 - o primeiro dos voos que embateu contra as Torres Gémeas era o Nº 11;
3 - o voo número 11 levava a bordo 92 passageiros; a soma dos seus algarismos dá: 9+2 = 11;
4 - o avião que fez explodir as Torres, levava 65 passageiros; a soma dos seus algarismos dá: 6+5 = 11;
5 - a tragédia teve lugar a 11 de Setembro, ou seja, 11 do 9; a soma dos seus algarismos dá: 1+1+9 = 11.

Perturbador:

1 - as vítimas totais que faleceram nos aviões eram 254: 2+5+4 = 11;
2 - o dia 11 de Setembro, é o dia número 254 do ano: 2+5+4 = 11;
3 - a partir do 11 de Setembro sobram 111 dias até ao fim de um ano;
4 - Nostradamus (11 letras) profetiza a destruição de Nova Iorque na Centúria, número 11 dos seus escritos.

Intrigante:

1 - as Torres Gémeas tinham a forma de um gigantesco 11.
2 - o atentado de Madrid aconteceu no dia 11.03.2004. Somando estes algarismos dá: 1+1+0+3+2+0+0+4 = 11.
3 - o atentado de Madrid aconteceu 911 dias depois do de New York. Somando os algarismos dá: 9+1+1 = 11

Arrepiante:

- ALVALADE XXI tem 11 letras...

Conclusão lusitana:

Bin Laden é «lagarto» desde pequenino.

 

Nota – Richard Kiel tem 11 letras. Faleceu ontem. Pelos 2,18 metros de altura, desempenhou papéis de vilão ou de gigante no cinema. Ficou conhecido como o “Dentes de Aço”, o malvado “Jaws” através dos filmes “James Bond”.

 

Richard Kiel , "Jaws", 007                                                                        "James Bond Martini and Rolex" by Rosie Augustine

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 10:11
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Quarta-feira, 13 de Novembro de 2013

FRANCIS BACON, LUCIAN FREUD, EDWARD MUNCH E A DINHEIRAMA NOS LEILÕES

 

Francis Bacon – Three Studies for a Portrait of  Lucian Freud

 

Do ontem tardio, costumo saber pela alvorada. Bebericando chá verde, vigio o amanhecer e ouço as primeiras atrasadas. Intervalo o estado de sentinela com café doméstico ao abrir-me para as novas do mundo. E soube. Entre muitas que de repetidas cansam. O tríptico “Três estudos de Lucian Freud” do pintor irlandês Francis Bacon mantido em privado durante 45 anos fora arrematado no leilão da Christie's, em Nova Iorque, por 142,4 milhões de dólares (106 milhões de euros). Após seis minutos de licitação emotiva que deitaria a perder transmontana pacífica, ultrapassou o recorde atingido pelo “Grito de Munch” (119 milhões de euros). Lembrei o meu naufrágio nos sentimentos contraditórios na exposição de Bacon em Serralves correndo o ano de 2003.

 

Francis Bacon, descendente colateral de Francis Bacon, filósofo que deu brado no período «Elisabetano», na infância, era garoto asmático brutalmente educado(?) por um pai que entendia enxertos de chicote como método pedagógico para do petiz ‘fazer homem’. Não surpreende o desprezo que desenvolveria pela Irlanda onde nasceu em Dublin, a 28 de outubro de 1909. Neste desdém, muito bem acompanhado por Oscar Wilde e James Joyce. A brutalidade de que foi vítima e própria do mundo da época, conferiria ao seu trabalho rápida passagem da influência de Rembrandt para uma pesquisa grotesca, audaz, austera. Tendo a mania de destruir muitos das suas obras primeiras, pouco exemplares existem, maioritariamente em museus americanos e europeus.

 

Parte substantiva das pinturas de Bacon exibem figuras desoladas, enredadas em construções geométricas e cores violentas, sugerindo na fluidez dos óleos sentimentos exacerbados como a raiva, o horror, a degradação. Nos últimos retratos, alivia o colorido, se bem que extremos de distorção persistam.

 

Informa uma «Wiki»: “A sua primeira exposição individual na Lefevre Gallery, em 1945, provocou um choque e não foi bem recebida. Toda a gente estava farta de guerra e de horrores, só se falava da "construção da paz" e as imagens de entranhas dos quadros de Bacon, com os seus tons sanguíneos, provocaram mais repulsa do que admiração. Como homem do seu tempo, Bacon transmitiu a ideia de que o ser humano, ao conquistar e fazer uso da sua própria liberdade, também liberta a besta que existe dentro de si. Pouca diferença faz dos animais irracionais, tanto na vida - ao levar a cabo as funções essenciais da existência como o sexo ou a defecação - como na solidão da morte; representando o homem como um pedaço de carne.”

 

Bacon, finado em 1992, e Lucien Freud eram amigos e cúmplices. Poucos eram os dias em que se não viam, ora jogando, bebendo no Soho ou pintando-se mutuamente.

 

Neste leilão, porque superado o valor de “O Grito de Munch”, apetece saber além da pintura mais vezes roubada no mundo (...)

 

Nota: texto publicado na íntegra aqui

 

CAFÉ DA MANHÃ

  

publicado por Maria Brojo às 11:01
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Sábado, 21 de Setembro de 2013

CELEBRAÇÃO DO AMANHÃ

 

Autor que não foi possível identificar

 

Passados dois terços do Verão, ainda os pavimentos suam acalorados, já ela distingue cobre nas folhagens das tílias e plátanos, o verde que murcha nos fetos dos pinhais e escurece copas frondosas. Não o verde quase negro à mistura com cinzento que pinta arbustos e árvores em Nova Iorque. É outro. Remete para o dos ciprestes destacados no ocre dos solos agrícolas da Toscânia onde apetece rolar na imensidão aveludada pelas sobras de palha das colheitas. E se ela não o compara ao dos sobreiros do Alentejo amado, tem uma razão: os caules laivados de vermelho se a riqueza da cortiça lhes foi escamada e os deixou nus como ovelhas sem lã após a tosquia.

 

Passados dois terços do Verão, já ela conhece pelo relógio íntimo o descair mais cedo do Sol no horizonte com suavidade dourada e ígnea sempre crescida até ao arrumo para sono tranquilo. E chega a noite das estrelas e grilos, dos pirilampos que lampejam em dança de sedução que as fêmeas aguardam, a mulher também. E por ali fica esquecida da janta. Por ali, rente ao chão e à alma, espera do turquesa o azul noite que a irá despir.

 

Hoje, a mulher baila, feliz, tarantella. Inventa brisa como par. É do Outono a chegada, mansa, sem despedir rudemente o ciclo que termina.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:38
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Quinta-feira, 11 de Julho de 2013

O FANTASMA DA ÓPERA

 

Maren Jeskanen

 

Na declaração de ontem feita por Cavaco Silva, a proposta de resolução da barafunda em que o país está mergulhado combina ficção, horror, mistério e tragédia. O gótico no seu melhor/pior, mas gótico.

 

Em síntese, propôs arranjo (i)moral entre as três maiores forças políticas pelo número de assentos parlamentares. “Salvação Nacional”, chamou-lhe. Derrocada final, adjetivo eu. Imediatamente, lembrei a trama do “Fantasma da Ópera” escrito por Gaston Leroux e publicado em 1910. Século e dois picos mais tarde, após várias adaptações ao teatro e cinema, jamais alguma nação aplicara o argumento à política interna. Enquanto copiadores encartados de práticas exteriores, temos representante deste atavismo na pessoa de Cavaco Silva. Daqui às minhas suposições foi um pulo: se o “Fantasma da Ópera” que vi em Nova Iorque é o maior êxito de bilheteira reconhecido, se está no Majestic da Broadway desde 1988 e continua a render milhões, se o trio protagonista apaixona espectadores, o Presidente decidiu juntar Erik, Raoul, Christine no subterrâneo decisor que tem orientado mal a vida dos portugueses.

 

Resta a pergunta: quem fará de Christine nesta união nacional? E de Anjo da Música? E de Carlotta, a arrogante Diva?

 

Nota: há breves minutos, publiquei aqui. 

 

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publicado por Maria Brojo às 13:22
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Domingo, 3 de Março de 2013

AMORES QUE IMPLORAM REGRESSOS

 

 

Nova Iorque - amor à primeira vista. A chegada é como entrar num filme e viver nele. A cidade do pouco mundo que conheço onde me apeteceria habitar.

 

 

A inevitável imagem do Rockefeller Center. A figura apanhada no mau gosto da prova 'estive aqui'. Harlem, maravilhoso e contraditório, logo depois. Os ofícios religiosos, ao domingo, estonteiam pelo genuíno gospel. Em baixo, o deslumbre da Art Déco do Empire State Building. Estreito skyline obtido na 5th Avenue. A tentação do cheesecake de forno porta sim, porta não. Hordas de gentes na azáfama habitual.

 

 

O ridículo da figura no mercado de flores em Amesterdão. O fascínio das casas magras em largura, do ziguezaguear do rio Amstel, da Casa de Anne Frank e muito mais. Na imagem seguinte, a figura deleita-se com as flores na Grand Place de Bruxelas.

 

 

Para quem atravessa a Floresta Negra «subir» o Reno é invevitável. A formosa cidade de Bacharach, inscrutada na margem esquerda do rio, e Bona.

 

 

Pormenor da Catedral de Colónia. Quai d'Orsay pede revisitação pela arquitetura, pelo acervo e pelas exposições temporárias.

 

 

Num dos regressos a Paris, fiquei instalada nesta casa senhorial do século XIX. Bosque em volta. Nem dá por ele quem corre a rua do Seizième Arrondissent. Infinita a saudade desta casa vendida no entretanto.

Saudade de mais uma viagem marítima. O retorno está para breve.

 

 

Razão tinha Saramago ao escolher viver em Lanzarote. A paixão aconteceu à medida das curvas e contracurvas que levam à «zona lunar» cimeira. Vulcânica de facto. O recolhimento dos vinhedos encanta quem possui raízes rurais. O passeio de camelo para 'turista fruir' traduziu-se em gargalhadas. E se rir faz bem!

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 08:27
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Quinta-feira, 13 de Dezembro de 2012

AO DESAFIO DE DIA 11, RESPOSTA II

 

Daniel Del Orfano

 

“Era Sábado e Ia Casar” (História 2)

 

Era Sábado e ia casar-me.

Lá fora, uma chuva miudinha fazia semicerrar os olhos; inclinei o guarda-chuva vermelho que Velda me deixara de véspera. Ajustei o cinto, sorri das superstições de Velda e fustiguei o passo.

Na esquina da 1ª Av. com a 53, Velda saltou do táxi e antecipou o beijo de esposa que ia ser; rosto sorridente emoldurado pelo cabelo louro ondulado e os mesmos olhos negros e vivos que via todas as manhãs quando me estendia o café.

Pedi ao taxista que nos deixasse na Lexington. Pelo retrovisor, reparei num Buick preto que nos seguiu até à alta de Manhattan. Joe de Magio tinha mandado os rapazes fazer o trabalho sujo. Naquele dia estava determinado a enviar-lhos de volta em sacos de plástico com um peixe fresco por cima, como na Sicília.

Recostada, com as longas pernas estiradas sobre o meu lado, Velda exibia as meias  de seda até à renda; o vestido, vermelho e justo mal tapava o elástico da liga esquerda; das coxas brancas e fortes parecia emanar um cheiro quente a carne de mulher.

- Pare!

As rodas do carro chiaram quando o taxista guinou para estancar entre o Chevrolet e o camião de mudanças. Saí com a 45 Smith & Weston na mão por entre o fumo branco e negro da borracha queimada. Descarreguei o tambor no para-brisas do Buick ao mesmo tempo que o carregador linear de uma Bereta assobiava chumbo aos meus ouvidos.

E de repente, silêncio. Aquele silêncio de mau agouro que tantas vezes presenciara. Voltei-me para Velda, em pânico. Do canto esquerdo dos lábios, num trejeito ainda feliz, corria um espesso fio de sangue que descia pelo pescoço lívido e se perdia por entre os seios proeminentes, agora ruborescidos. Sem conseguir tirar os olhos dela, as lágrimas molharam o cigarro que acabara de acender.

Era Sábado e ia-me casar, mas as sirenes, ao fundo, evidenciavam-me que Velda continuaria lá, na cidade, nas sombras de Nova Iorque, com o seu guarda-chuva vermelho na minha memória para sempre.

 

Texto escrito por Emílio de Vera a quem agradeço a qualidade e a prontidão da resposta.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 06:24
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Quarta-feira, 12 de Outubro de 2011

NA PRIMAVERA DO INVERNO

Chris Peters, Gustave Courbet

 

Não sei quem escreveu, tão pouco se é dito popular, mas por voz amiga soube: “O Outono é a Primavera do Inverno”. Ora, implantado «calor de ananases» em cada dia nascido, garantindo os meteorologistas não haver perspectivas de nuvens que vertam o líquido que nos constitui e ao planeta em cerca de 70%, escasseia o bem maior. Em Bragança, é tempo de secura nos solos e nos ribeiros; a água potável em reserva apenas satisfaz as necessidades das 35000 pessoas afectadas durante mês e meio. Secura também nos pastos alentejanos. Dramática antevisão do que aos vivos espera daqui a décadas continuando desperdícios insanos.

 

Vozes se alevantam contra a entrada paga aos domingos nos museus. Por esta, estou de acordo com a decisão desde que duas horas, ou uma e meia antes do encerramento sejam, diariamente, gratuitas. Em Londres, Paris, Nova Iorque, Paris e noutros lugares o mesmo acontece desde que me lembro e não consta ter diminuído a afluência dos esfaimados por cultura ou dos curiosos. Mesmo considerando que se trata de países ricos cuja população tem nível de vida abissalmente melhor que o do nosso povo, os convénios com instituições, escolas entre elas, as horas gratuitas de visita previnem acesso a todos. Fosse substituído pelo transporte público a inundação de automóveis no regresso a casa, haveria ganho de tempo para visitar «à borla» um museu - está subentendida franja de compatibilidade nos horários. Depois, sábados e domingos também são dias para aproveitar horas da tarde em visitas graciosas, assim haja querer.  

 

Nota: começa hoje e termina no domingo a Feira do Livro de Frankfurt – montra privilegiada para os livros escritos em português.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:16
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