Autores que não foi possível identificar
Nas propaladas 'descobertas científicas', é preciso analisar cautelosamente notícias/bombas - por vezes recuadas mais de um ano, outras não validadas pelos pares ou instituições credíveis, muitas vezes embrionárias e usadas para encher intervalos televisivos ou dos jornais. Desta, é dito terem investigadores portugueses do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto identificado a causa das enxaquecas. Estudo publicado na Archives of Neurology. De novo, os genes são réus. Expectáveis terapêuticas que diminuam o sofrimento e incapacidade consequente. Talvez nova pílula e adeus maleita. Desmoronada recusa atávica com fundamento na 'esvazia-queca'. Eles e elas que inventem razão outra porque o engenho nacional apresta-se a finar esta. Sugiro uma: _ Não me apetece! Num casal, mentiras pias – não fragilizar o outro, evitar-lhe sobrolho carregado ou zanga –, multiplicadas a esmo, afligem o respirar da relação.
Porque emprenhar com atoardas é fácil, o “I” vende realidade antiga: a rede, net por facilidade ou renitência no aportuguesar de chavões, vende teses, portefólios, trabalhos científicos ou equivalentes no teor. 500 euros antes da ‘crise’, 400 hoje, bem regateado um pouco menos, chegam para obter documento que garanta certificado equiparado a 12º ano para os abrigados no programa Novas Oportunidades.
Desde que rigor no ensino passou a demérito do professor, negociar é moda e pressionar docentes que não abdicam da exigência, também. Elvira Gaspar viu suprimirem-lhe regências de duas disciplinas no Departamento de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Por ignorar se a elevada percentagem de retenções nas cadeiras leccionadas pela docente é ou não devida a critérios pedagógicos incorrectos, ir além no julgamento é aventura delicada. Antes emprenhar devidamente que através de órgãos impróprios.
CAFÉ DA MANHÃ
Medina Carreira, truculento como sempre, considerou, numa tertúlia no Casino da Figueira da Foz, o Programa Novas Oportunidades como uma «trafulhice» e uma «aldrabice» e a educação em Portugal uma «miséria». Foi mais longe o antigo ministro das Finanças:
_ “As escolas produzem «analfabetos». Os alunos que participam no programa 'Novas Oportunidades' fazem um papel, entregam ao professor e vão-se embora. No fim do ano, entregam-lhes outro papel a dizer que têm o nono ano.”
Medina Carreira entende que os alunos não sabem coisa nenhuma. “O que fará esta cambada, de 14, 16, 20 anos que anda aí à solta? Nada, nenhum patrão capaz vai querer esta tropa fandanga.”
Avaliar professores?
_ Burrice! Se o sistema não avalia com inteligência e rigor os alunos, como pode avaliar professores?
Foi além:
_ “Salazar dizia 'ninguém mia' e ninguém miava. Agora, é um fingimento - quem está na Assembleia, vero «saco de gatos», são tipos escolhidos pelo chefe do partido; se miam não entram na legislatura seguinte e como vivem daquilo não podem miar.”
Mais a propósito não podia vir o comentário do António à "Parábola Exemplar” publicada a 23 de Novembro. Escreveu:
“mesmo antiga, não lembrou ao Saramago ou teria Caim zurzido também na parábola das protominudências de tão doce mundo: a administração educativa!
e ao mesmo nível escatológico, pois na administração educativa problema maior que o da retenção é o da incontinência!
senão vejamos: também facilmente o malfadado irmão ainda e sempre culparia Deus, uma vez que o burro de serviço - aliás de tão cobiçada serventia e companhia - em boa hora e à guisa da moderna empresa atribuído por Saramago a Caim, era provavelmente iletrado, embora tal não constitua impedimento definitivo de uma ou outra pós-graduação, de nada adiantando que o diabo tenha inventado o power point no âmbito do exitoso programa "Novas Oportunidades do Inferno - diplomas, rápido" para o albardar de bullets, alguma animação e uma avença com o fornecedor de tinteiros de impressora a cores: para todos os efeitos, Abel era equiparado a responsável do ministério da administração educativa e toma lá com uma queixada de burro ardilosamente esquecida por Deus na pradaria universitária bíblica, ali mesmo a jeito de Caim lhe chamar um maço, um martelo, um camartelo, com semelhante abatendo o seu semelhante, abrindo o livro aos maus costumes que farão correr tinta, pixéis e hertzs mundo fora e tempo inteiro, de Janeiro a Janeiro de todos os calendários do catálogo da eternidade, embora com os seus picos de audiência aditivados por ocasião de antecipadas vendas da época de Natal, ora aí está uma boa altura para presentear entes queridos com o mais recente best seller de uma editora a caminho de quem a leia...!!!"
CAFÉ DA MANHÃ
The Rights of Man
A Universidade Católica investigou. Resultou do estudo que, afinal, o programa “Novas Oportunidades” não se traduziu em melhoria profissional daqueles que o frequentaram. Que bom seria abranger pequenos e médios empresários no “Novas Oportunidades”!
D’accord! Alguns de vista curta e simplória, outros não. Muitos, por esse país fora, fundamentam o contrário. Levam adiante empresas familiares e fazem-nas sobreviver à terceira geração _ altura crítica que, frequentemente, afunda negócios lucrativos pelo espírito do «bem bom» instalado nos descendentes. Nascidos em berço confortável, tomam a empresa, futuro e sustento, como galinha dos ovos d’ouro. Que não é se o labor desdisser. Afundam-nas em menos de um apagar de vela. Outras há, como aquela que ontem comprou por um euro o BPP, que transmitem de geração em geração – no ADN? – espírito empreendedor.
Que tal entender nada mudar num pestanejo? Que qualificar é preciso? Que fazer voltar à escola quem a abandonou cedo demais é bom princípio? Que a exigência deve presidir à obtenção do diploma/atestado daqueles que foram além?
Em altura de pré/óbvia campanha eleitoral, as notícias lidas, vistas ou ouvidas, são reinação. Ora agora divulgo escândalo e insucesso teu, ora pões a boca no clarim e propalas o meu. Os cidadãos como vítimas _ não sendo atentos _ das várias manipulações.
Arregalar os olhos, apurar o ouvido e filtrar informações é obrigação. Os distraídos como marionetas agitadas por forças alheias. Aos que odeiam complacências, apetece dizer:
_ bem feito para quem esquece ser operário em construção!
CAFÉ DA MANHÃ
“Operário em Construção” – Mário Viegas.
Panfletário? Não! Actual? Sim!
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros