Angelina Jolie by Shahin Gholizadeh Hilary Clinton by Daniel Morgenstern
Se, por alguma maldição, fosse a Angelina Jolie – é linda, tem miolos e admiro-a, mas ter a vida ao léu aterroriza-me – o que faria primeiro era despedir o Brad Pitt. Ao homem ninguém lhe tira o ar de anjo emancipado. Em “puto”, o papel de querubim assentava-lhe como luva. Em adulto, o clássico bigode de seis dias não condiz com os membros alados que parecem, a qualquer momento, despontar-lhe das costas. E o incómodo de adormecer ao lado dum «anjolas»? Para mim, que durmo toda a santa noite de uma assentada, seria tormento imaginar poder vir a ser despertada por asas «penadas». E depois, fantasio numa chegada ao Além um diálogo com aquele homem. Qualquer diálogo com a criatura deve ter como recheio pazadas de Yah – o «tá» from L.A. – e, traduzido seria qualquer coisa do género disto: “Yah! Issé a partir como tocá lá, mas eu é qui vim pá vos comandá, bô zé qui bouja lá de mu puá elevo o consumo di cuca! Mêmo qui não gosta mi escuta! Tou pronto prá qualquer disputa. Yah! Yah!”
Depois, há o detalhe do Brad Pitt ser nono primo do Obama e a Angelina também prima em nono grau mas da Hillary. E se os antepassados se alevantam? Cruzes, canhoto!
CAFÉ DA MANHÃ
John Zacchio, Matthew Carlton
Discurso de Obama onde é elogiado arquitecto português e manifestado conhecimento da respectiva obra é raro. Aconteceu na entrega do Pritzker 2011 ao agraciado Souto Moura, acontecimento por aqui exaltado. Os Estados Unidos sabem agora da excelência de alguma arquitectura portuguesa e deixaram de ignorar também o nome de um dos maiores, nossos, nesta forma de arte/ciência. Não que sem o prémio ou os encómios do presidente norte-americano fosse menor o valor das obras construídas ou o meu orgulho na qualidade de concidadã. Mas sabe bem ver o mundo reconhecer a qualidade de gentes portuguesas, ainda que muitas delas vejam na emigração a saída única para desenvolverem conhecimentos e trabalhos de qualidade. Triste país que sangra talentos para o exterior sem vero querer de propiciar condições necessárias e dignas!
José Gusmão Rodrigues, aluno do 12º ano da Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, ganhou, em Viena, a medalha de prata nas Olimpíadas de Filosofia. Lutou por constituir delegação nacional, sempre apoiado pelo professor Domingos Diogo Correia. A Sociedade Portuguesa de Filosofia não deu resposta ao pedido de apoio do estudante e do professor que tivera há dois anos. Trinta países em competição. Durante quatro horas, escreveu ensaio em inglês, uma das quatro línguas permitidas: inglês, francês, espanhol e alemão, sendo que nenhuma delas podia ser materna. Quatro tópicos fornecidos sobre incerta épocas históricas da Filosofia. E o nosso José Gusmão arrecadou mérito e glória. No futuro provável, exportar este jovem é crime.
CAFÉ DA MANHÃ
Jim Warren
Cavaco pediu férias cá dentro. Opção como esforço patriótico de todos os portugueses. Divisas onde são necessárias. Também o Presidente desfasado da realidade nossa: julga o povo solidário, ajuntado em frente única contra o descalabro económico; julga o povo com «pilim» para espargir no não essencial; julga o povo ricaço capaz de olhar a pobreza ao lado.
Representante das agências de viagens declarou procura semelhante à do ano anterior. Dos clientes, apenas nove por cento tencionam passar ócio estival aquém-fronteiras. O atávico gosto pelo bem-bom do “goze agora, sofra depois” persiste. E se os bancos, finalmente!, são parcimoniosos no crédito, os operadores turísticos continuam na senda do “pague em suaves prestações”.
Às voltas com défices himalaicos anda também Obama. Acresce preocupação com o manto de crude à solta por erro humano na plataforma da BP. Promete ressarcir os estados de Luisiana, Mississípi e Alabama pelos danos via guerra com a petrolífera responsável, a British Petroleum. Enviou-lhe factura pesada pelos custos das operações de limpeza no litoral afectado. Promete justiça draconiana aplicada aos responsáveis.
Pela vez primeira, descontado as duas guerras mundiais, os Estados Unidos pelejam com limpeza de razões. Maior crédito teria Obama se, veemente e convicto, condenasse Israel pelo desempenho dum Deus castrador dos direitos humanos dos palestinianos em Gazza.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros