Parangona de hoje – “ONU/Clima: mais secas, inundações e incêndios no Sul da Europa”. Portugal por arrasto. Recorro a dois textos publicados: um em 2006, início da investigação, outro no final (2007). Juntos no título. Participei no projeto que é falado. O entusiasmo dos jovens investigadores e de quem os orientou foi exaltante. Teve consequência na legislação europeia sobre o clima contra tudo e todos. Pasmo diante das «gordas» de hoje pelo atraso.
1º - Partículas Respiráveis de Alto Risco – MP 2,5.
Partículas que podem ser classificadas como partículas inaláveis finas (menores que 2,5µm ou, o que é o mesmo, inferiores a 0,0025 milímetros). As partículas finas, devido ao seu tamanho diminuto, podem atingir os alvéolos pulmonares, ficando as de tamanho maior retidas na parte superior do sistema respiratório. Sob a denominação geral de Material Particulado MP está um conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumos e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera devido à dimensão microscópica. As principais fontes de emissão de «particulado» para a atmosfera são os veículos automotores, processos industriais, queima de biomassa, suspensão de poeira do solo, entre outros. O material «particulado» pode também formar-se na atmosfera a partir de gases emitidos principalmente nas atividades de combustão, transformando-se em partículas como resultado de reações químicas no ar. Nalguns países da Europa, estão em curso estudos sobre a concentração destas ínfimas partículas que a cada respirar introduzimos no organismo. O problema da exposição pessoal e das doenças respiratórias, sobretudo atingindo crianças a ritmo avassalador, é um assunto politicamente escaldante. Portugal também participa neste projeto que está sob jurisdição e controle do IES-JRC da Comissão Europeia - lembram-se de quem a dirige? -, que vê a sua implantação e atividade sujeitas a fatores exógenos e pressões políticas. Com clareza: esta Comissão Europeia favorece lobbies da indústria e evita rígidas medidas de proteção do ambiente e da saúde pública. Assim sendo, o apoio do IES ao programa MP 2,5 tem sido o resultado de um esforço literalmente permanente, de encontrar soluções, compromissos, e contornar dificuldades e obstáculos. Recentemente, o IES retirou os apoios pelas inomináveis pressões a que está sujeito. Sendo que o principal parceiro do referido programa para Portugal é “Mamma Antisomg di Milano”(literalmente, "Mães contra o smog"), e que Milão é uma das cidades mais poluídas do mundo, foi precisamente ali que o IES recusou suporte em equipamento e coordenação científica como resultado de intoleráveis pressões políticas. Outros financiadores procuraram desvirtuar a natureza do projeto, ou levá-lo a uma quase clandestinidade. Os investigadores envolvidos recusaram, perdendo os fundos. Esta síntese do problema é um alerta para as características da troposfera política da União Europeia. Como cidadãos estamos condenados ao esquecimento. Poderá a paz reinar nas consciências?
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