Michael Godard
Notícia tal qual ouvi e li:
A obscuridade das contas nacionais, a ignorância da real tragédia económica e financeira em que mergulhámos contribuem para a descrença dos portugueses nos governantes. E se têm razão! Quanto são capazes de ler e entender de ‘fio a pavio’ o Orçamento de Estado? Ininteligível pelos códigos utlizados, é documento para especialistas, jamais para o cidadão comum. Ora, sendo estes os pagantes das faturas do país, merecem, no mínimo, a consideração de lhes ser permitido averiguá-las em detalhe e de modo fácil.
Como quem não deve, não teme, inexistindo «rabos de palha» que, conhecidos, seriam motivo para escândalo e fogueira, os governantes encaracolam-nos. Desconfiança sistemática, boatos atemorizadores são consequência, bem como a desequilibrada balança das contas portuguesas. A sistemática vigilância pública nas intenções e desvios orçamentais é de eficácia sem defeito. Obedece a provérbio d’antanho: “São Brás do Coito desafoga um para afogar oito”.
CAFÉ DA MANHÃ
O ser humano convive mal com a penúria. Desde que apareceu no planeta, se a caça escasseava e era preciso comer raízes, não havendo chefe regulador dos bens comuns, açambarcava o possível ainda que alheio. Sem intervalos geracionais, por isso fora de qualquer atavismo, surgiam confrontos e lutas sangrentas por um naco de carne. Até hoje.
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Arenga a propósito de novela madeirense. Emblema da discussão no Orçamente de Estado. Constam os ingredientes usuais: enredo, intriga e ficção. Mal vamos quando facto menor gera contenda que decide apoios necessários à consolidação das finanças instáveis dum país sob olhar duro das agências internacionais de rating. A «coisa» é simples: ou existem sinais inequívocos de opção por caminho certo, ou o descrédito financeiro internacional impõe juros asfixiantes para a nossa economia. No horizonte, insolvência do Estado.
A Madeira é despesista. Aumento imparável da dívida, prova-o. Jardim, de um jardim, fez espelho enganador do “jardim do paraíso”. Gasta à tripa-forra. Do governo regional constituiu a principal fonte de emprego para a população. Consequência: quem depende do público, tornado jardim privado, não ousa alterar o bem-bom.
Pelo contrário, a Comunidade Europeia reconheceu excelente execução das contribuições comunitárias nos Açores. Economia e despesa contida. Limitada à satisfação de carências e melhoria de vida dos locais. Quase cinco vezes mais ilhas habitadas do que as do reino Jardim.
Lutas intestinas, por ora, correm. À parte folclores - buzinões pelo aumento nas portagens da A2 e A12, «marcha lenta» dos empresários com carrosséis por conta desfeita, com astúcia, pela polícia de trânsito-, decorre greve e «manif» dos enfermeiros. Recém-diplomados julgam imprópria a paga laboral de 1020 euros. O mesmo que professores e médicos em situação equivalente, exceptuando, para os últimos, «bancos» extraordinários. Dizem lutar pela dignificação profissional. Absurdo! Somente da excelência dos serviços prestados depende. Responsabilidade que lhes cabe. Comum a todos os trabalhadores.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros