Trabalhou desde cedo. No comércio, até aos 36 anos. Escutado o íntimo e pelas andanças da vida, ordenado sacerdote aos 41. Foi escritor. Publicou “Pão dos Pobres”, “Ovo de Colombo”, “Obra de Rua” – ex-líbris o Quim Mau, garoto de braços abertos para amor desejado próximo. Arrojado, o Padre Américo fundou a Casa do Gaiato. Exíguos recursos para a ambição de fazer de crianças despegadas, homens dignos. Entrava nos hotéis, se de luxo melhor, estendia a capa e proclamava: _ “Depositem dinheiro porque os meus rapazes precisam de sustento, de educação e futuro desde o presente.” E os hóspedes depositavam quantias. Não chegando, exigia mais - pagando alojamento caro, uma carcaça por rapaz abrigado não seria diferença que aliviasse por aí além os bolsos dos hóspedes. Foi Igreja até 1956. Arrebatou-o acidente de viação em S. Martinho do Campo, concelho de Valongo. A obra, essa, expandiu-se.
No Porto, plantada no jardim do coração urbano sito na Praça da República, estátua em bronze de Henrique Moreira feita em 1959, inaugurada em 1961. Lembra Homem e ação. Memória bondosa. Sempre com flores na base. Devoção das prostitutas que negoceiam momentos do corpo e da noite. Como o Quim Mau, famintas do que lhes falta.
Nota – “Hoje, as cinco Casas do Gaiato (mais duas em Angola e uma em Maputo), com onze padres, continuam a ter preocupações distintas dos asilos da época em que foram criadas. E continuam todas com o portão de entrada sempre aberto. Um portão por onde já entraram mais de 12 mil gaiatos (as saídas foram menos de dez por cento) e que atualmente é a porta de casa para 600 crianças e jovens.”
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros