Samuel Bak
Por todo o Ocidente, as evidências assustam: violência conjugal associada a morte, elevadas taxas de suicídio masculino, particularmente de homossexuais, dificuldades escolares dos rapazes, jovens assassinos nas escolas, movimentos de pais contra a justiça(?) que os afasta dos filhos. Estes e outros dados – mudanças profundas nos papéis sociais e afetivos – sugerem como oportuno refletir sobre a condição masculina.
Recuando quarenta anos, situaria o começo do declínio do patriarcado. Formal por à mulher serem reservadas competências no “lar” e na educação dos filhos, seguramente tão decisivas e dominadoras como as atinentes aos “chefes de família”. O acesso generalizado à pílula contracetiva e, posteriormente, ao divórcio para os casados pela Igreja Católica, a entrada massiva das mulheres no mercado do trabalho e o dinamismo dos movimentos feministas abalaram definitivamente as tradicionais estruturas do homem e da família – pai e mãe como paceiros igualitários, diferentes quando a relação acaba e é atribuída a guarda dos filhos.
Se na condição feminina a clareza existe, na masculina é tíbia. Atentando em Portugal, embora o problema ignore fronteiras, quarenta anos após a revolução de Abril, é periclitante o sistema social, económico e político. Mudada a legislação, as mulheres rapidamente integraram atitudes e expetativas por outras conquistadas mundo fora. Existem abrigos e proteção para mulheres em crise. E quanto aos homens? Aceitam o mesmo ou prevalecem os preconceitos machistas (deles e delas)? Em 1995, as Nações Unidas empenharam-se numa análise diferenciada pelo sexo. Hoje, presta maior atenção ao sofrimento masculino. Deo Gratias!
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros