Terça-feira, 18 de Junho de 2013

EFEITOS DA COISA/CRISE NA SAÚDE PORTUGUESA

 

Andre Kohn, Paola Angelotti

 

Porque os idosos falham nas tomas diárias dos medicamentos receitados ou nem aviam nas farmácias a medicação prescrita ou não adquirem aparelhos auditivos e óculos pela falta de recursos económicos, segue cópia dum texto de hoje na edição online da TSF.

 

“O alerta é do Observatório Português dos Sistemas de Saúde no relatório anual. A denúncia surge pelo segundo ano consecutivo, baseada no aumento da ansiedade e depressão dos portugueses.

 

O documento cita dados nacionais e regionais para concluir que em paralelo com a crise assiste-se a «um aumento da depressão, da taxa de tentativa de suicídio e das mortes prematuras».

 

Os investigadores dizem que os efeitos da crise sentem-se, por exemplo, nas despesas: 20 por cento dos portugueses estão a gastar menos com a saúde, numa percentagem que duplica entre os desempregados.

 

O relatório sublinha que várias fontes apontam ainda para um aumento da ansiedade e da depressão no país. O estudo citado de seguida foca-se na Unidade Local de Saúde do Alto Minho onde vivem 250 mil pessoas. Nessa região, o último ano teve um aumento de 76% nos casos de internamento compulsivo, o que pode dever-se ao agravamento das situações clínicas de doença mental ou à má adesão aos tratamentos.”

 

Nuno Guedes

 

Nota: recomendo a leitura da crónica “Desejos Perversos do Invejoso” publicada na “Dobra do Grito”. Excelente!

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 08:41
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Segunda-feira, 18 de Março de 2013

MÁQUINA DE SÃO NUNCA

 

Machine Time

 

Em período santo, mais um. O que permitiria máquinas em que a energia recebida fosse totalmente convertida em trabalho mecânico. Desperdícios nem um. Adeus forças de atrito que só retardam o objetivo final. Máquinas de lavar roupa e louça economizariam energia por demorarem menos tempo na função e pela inexistência de desperdícios energéticos. Poupança que faria perder lucros à EDP, à EPAL e acrescia euros substantivos nos bolsos dos cidadãos. São Nunca respeitaria a Primeira Lei da Termodinâmica: “ a energia total transferida para um sistema* é igual à sua variação de energia interna”. Incluída a entropia, exceto a mental/ metáfora por algumas vezes referida. Entropia: “medida da dispersão caótica da energia e da matéria”. O São Nunca sentir-se-ia ofendido pela Segunda Lei da Termodinâmica: “Numa transformação espontânea há sempre aumento da entropia do Universo.”

 

Paola Angelotti

 

Para melhor entendimento, nada com o empirismo dum exemplo – tocando num metal a sensação é de frio por roubar energia da mão através da fluidez de eletrões livres que o constituem. Perdurando o contacto, é diluída a frialdade primeira: mão e metal ficam à mesma temperatura. A energia térmica é transportada do quente para o frio até igualarem a temperatura. A Lei Zero da Termodinâmica explica: "Se dois corpos estão em equilíbrio térmico com um terceiro, então eles estão em equilíbrio térmico entre si."

 

 John Stango

 

Daqui aos termómetros é um passo. Os tradicionais de mercúrio estão a ser substituídos pelos digitais. Inconveniente dos primeiros: o mercúrio é venenoso e quebrando-se termómetro fundamentado na dilatação do metal é quase inevitável o derrame de um dos poucos metais líquidos à temperatura ambiente. Uma haste metálica pode também funcionar como termómetro: a Torre Eiffel como exemplo maior literal e metaforicamente. Nos dias quentes de Verão, os seus 300 m crescem 6 cm. Problema: não é possível enfiá-la na axila.

 

(...)

 

Nota: o texto continua. Veja aqui.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:54
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Terça-feira, 15 de Janeiro de 2013

MEIA DE LEITE COM CAFÉ DIRETO

 

 Paola Angelotti

 

A mesa era no canto isolado. Dali observava os afoitos na rua e o entrar e sair dos clientes. Poucos. Vizinhos na maioria. Agasalhada para o frio das oito da manhã, protegia-se de olhares e da matreirice do vento cortante ao ser aberta a porta. Televisor suportado próximo do teto arrebatava-lhe atenção, esgotadas novidades no café. O idoso de capote no fim pendia a cabeça sobre o jornal da véspera. Dois ou três utentes do Centro de Saúde enregelados na fila madrugadora esperançada numa consulta ou receita para aviar medicação desencostavam a porta. Aquecidos por uma «bica» ou um «galão», catavam moedas; depois, somado o valor. Chegando para um pastel de nata pediam-no com culpa estampada no rosto pelo gasto a mais. Consolo: adoçar a espera e a vida que só desandava.

 

Aproxima-se do balcão mulher de muita idade, também ela encasacada, xaile como proteção maior. Nem abriu a boca: o costume surgiu em frente dela. Dando pela presença da vizinha na mesa do canto isolado, entabulou conversa.

_ Queixas-te da reforma, mas à torrada e à meia de leite com café direto não faltas tu aqui.

A outra fez silêncio envergonhado. Na caixa dos medicamentos atabalhoou os do pequeno-almoço. Um caiu. Levantou-se e disse:

_ Não consigo baixar-me pelas dores.

Em menos da chama num isqueiro, cliente acocorou-se e deu com o fugitivo.

_ Obrigada, senhora.

Mirando a outra de esguelha, baixou o tom de voz.

_ Não fora este pedacinho que aqui passo, ia-se-me a coragem. O meu marido teve um AVC. Não sai da cama. Para os dois, quarenta contos de farmácia por mês. O que sobra da reforma mal dá para comer. Esta semana, ele precisa de ir à consulta no hospital. Mas onde arranjo vinte euros? Poupar esta despesa? Mas se o que aqui como dá até ao jantar, se a sopa e o resto é para ele - havendo, fico-me pelas sobras -, que adianta ficar em casa a sofrer todo o dia? Assim chego ao pé dele mais contente por neste quarto de hora esquecer o que me traz aqui. Foi bom marido e pai. Não quero que me veja lágrimas. Merece que o faça rir. E consigo, às vezes.

 

A ‘senhora’ informou-a de alguns e bons hospitais privados que, havendo contratos com sistemas de saúde, consulta marcada requerer menos de cinco euros. Que telefonasse para o indicado. Que continuasse a ser fiel à torrada e à meia de leite com café direto. Que não desistisse de tentar fazer sorrir o marido. Melhor: que, tendo forças, o acompanhasse no riso e também ela, por instantes voláteis, atenuasse dores.

 

 Paola Angelotti

 

À ‘senhora’ faltou a coragem para embaraço além. Não pagou a conta do canto isolado. Voltaria mais tarde e diria ao senhor Francisco:

_ Até ao fim do mês, custeio a despesa do pequeno-almoço de quem sabe. Diga ter sido alguém que gosta de ver os outros rir.

 

Nota: há instantes, texto publicado aqui. 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:43
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