Os triquinis estão «in». Hoje, como ontem. Os criadores de moda impingem-nos verões sucessivos. Declaram-nos must de elegância nas bordas marítimas. Seja pelas bordas que ocultam, seja pela licra dos seios ao umbigo que recorta na pele o dourado ganho ao sol, seja pelo incómodo de trapo molhado na barriga que demora a secar, não atraem as mulheres. Aos homens também não por razões em tudo diferentes. Podem ser bonitos, enfeitados com brilhos mil, próprios para caminhadas quando o sol pestaneja com sono. Não chega. Todos preferem a simplicidade do bikini ou o prático, não menos elegante, fato de banho.
Em Portugal, a história do triquini ronda quarenta anos. Na passagem do regime moralista que cobria os corpos à beira do mar à libertação do corpo da mulher nos anos setenta, o «três peças numa» foi transição envergonhada. Era o tempo dos guardas marítimos admoestarem quem atrevia o topless e expunha o melhor das curvas femininas. As estrangeiras desculpadas, as nacionais prevaricadoras. Assim era um Portugal acanhado, subserviente do turismo externo. Tempo de um Algarve piroso que havia de lhe demolir a beleza natural. Salvo em redutos de eleição, a arquitectura não acautelou a costa sul. Tornou-se uma imensa Costa da Caparica cidade sem a largueza da Praia Morena ou do Waikiki. Copiou-lhe o pior: as filas de trânsito, o mau gosto ambiental.
Paris Hilton, na campanha para o champanhe alemão Rich Prosecco, apareceu de triquini. Body painting, dizem, já que nua sob o trompe l’oeil. Dourada como a embalagem do vinho. De novo, o falso pudor.
CAFÉ DA MANHÃ
Paris Hilton e Rich Prosecco
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros