Andy Warhol
"Ambrósio, apetecia-me qualquer coisa..." "Um comentário explosivo, madame?" "Ná. Outra coisa..." "Uma explosão, talvez?"
“Esta ditadura insuportável do «politicamente correcto» tira-me do sério. Durante séculos soubemos sempre – e ninguém levou a mal – que Deus era um homem barbudo, branco, já idoso mas ainda viril (como eu), vestindo uma toga e dormindo num edredão de nuvens (como eu). Agora vêm sugerir que talvez possa ter outra forma, género e até outra cor. Apre! Há limites para a insensatez destes fanáticos. Qualquer dia até nos vão tentar convencer de que Jesus era circuncisado...”
“Grécia Vila Morena.”
“Desculpem lá, mas Pedro Passos Coelho desta vez tem inteira razão. O governo grego está a cumprir as promessas feitas em campanha eleitoral?!? Por amor da santa, há limites para a demagogia...
ENTREMENTES, EM PORTUGAL... "Cá se vai andando com a cabeça entre as orelhas/cá se vai andando com a cabeça entre as orelhas..."
[Maldita a hora em que Sérgio Godinho meteu esta lengalenga numa canção - acho que a culpa de sermos assim é toda dele, já que mais ninguém se acusa.]
“Dizem que o cérebro humano regista com mais atenção as coisas negativas que as positivas e está preparado para passar as culpas a outrém, por incapacidade intrínseca de assumir demasiadas responsabilidades individuais. Eu sabia: somos um povo genial!”
“VENDO - 150 euros, exemplar do Charlie Hebdo. (Não é o que pensais: não estou a fazer lucro com a morte. Estou apenas a tratar da vidinha.)”
“Já me avisaram para não contar intimidades no facebook, que se vem a saber tudo. Mas eu não resisto: esta é a canção que trauteio todas as manhãs ao fazer a barba.”
Marinus van Reymerswael – “Saint Jerome with a Skull”
“Quer-se dizer (como diz o povo e neste momento, quem não fala como o povo, é suspeito de passar férias na Comporta, ser apoiante de Passos Coelho, parricida ou coisa tão má como uma destas três). Quem não fala como o povo é, claramente um elitista que quer exames para os professores, mas um elitista dos piores, dos que ainda não percebeu a importância de um Ministério da Cultura para que haja cultura. Enfim, um desqualificado!
Por isso repito: Quer-se dizer, está uma alma na praia (a minha) e constantemente compinchas (dos bons, dos que pagam almoços, jantares, copos e contam histórias divertidas) veem-me e abordam-me. Cuidando que sou jornalista por escrever sobre coisas de atualidade, perguntam-me pormenores sobre o BES e o Ricardo Salgado.
Perante isto, tenho três hipóteses:
1) Pôr um ar sério e pondero se 4,9 mil milhões (que nem faço ideia quanto seja) chegam para levar o Novo Banco adiante; interrogo-me sobre a legalidade da medida de passar tudo o que era (ou é, ou qualquer coisa) BES para o banco mau, mantendo o nome BES. Debater se Henrique Granadeiro se safa sem um processo movido pelos acionistas da PT e continua a produzir o seu excelente vinho no Monte dos Perdigões. Debato se Carlos Costa agiu a tempo ou demorou uma eternidade. Pondero se o Governo esperou que a troika saísse do país para dar a conhecer o drama do BES. Alterco sobre se o primeiro-ministro devia estar de férias ou não e por aí fora…
2) Barafustar dizendo que estou de férias e não quero saber do assunto para nada. Pelo contrário, quero que eles vão todos morrer longe enquanto eu mergulho nas ondas e douro o meu corpo ao Sol (quem ler isto há de pensar que sou um Apolo e não se engana por muito).
3) Fazer de maluco e recitar: “Ó Ricardo Salgado, quanto do teu sal são inquietações de Portugal”
Um poema que é mais ou menos assim (depende do improviso da altura):
“Ó Ricardo Salgado, quanto do teu sal
São inquietações de Portugal?
Quantas das tuas ações nos enganaram?
Quantas obrigações nos arruinaram
Quantas dívidas ficaram por pagar,
Apenas para que fosses tu a mandar?
Valeu a pena? Dividem-se as opiniões…
Tudo vale a pena se só pagares três milhões!
Deus à banca o risco e a glória deu
Mas foi o Espírito Santo que de lá sacou o seu”
Confesso-vos que, até agora, tenho preferido esta última opção.”
Nota – Publicado a 6 de Agosto no “Escrever é Triste” pelo Henrique Monteiro.
Outro texto de Henrique Monteiro
“Há notícias que só leio passados dias, ou que me escapam de todo. Ontem, porém, ao ler a edição semanal do Expresso, dei com um comentário a uma notícia do 'Correio da Manhã". Quando a fui ler no 'Correio da Manhã', reparei que ela já tinha sido comentada por uma jornalista daquele jornal. Este é, portanto, o terceiro comentário sobre o mesmo assunto, depois dos que foram feitos pelos meus colegas Fernanda Cachão, do CM, e João Garcia, diretor-adjunto do Expresso.
Porém, considero que não é demais repetir. E espero que alguns leitores partilhem o assunto. Algum modo há-de existir para que certas coisas não continuem. E, se não houver modo, pelo menos os responsáveis hão-de ler por todo lado comentários críticos que retratam a vergonha que deviam ter.
A questão é a seguinte: Jorge Barreto Xavier, secretário de Estado da Cultura, departamento que não tem dinheiro para - como se costuma dizer - mandar cantar um cego e vai cortar 15 milhões de euros em despesas com pessoal, recrutou um 'boy' do PSD para o seu gabinete a quem vai pagar como adjunto. Ou seja, mais de três mil euros, mais do que ganha diretor de serviços, ou, como escreve no Expresso João Garcia, "mais que juiz, que coronel, o dobro de professor'. Fernanda Cachão ironiza que "afinal há dinheiro" desde que seja "money for the boys".
Mas o melhor, o melhor mesmo, é o currículo do adjunto. Tem 24 anos, três workshops no centro de formação de Jornalistas Cenjor, fez o estágio na Rádio Renascença, onde trabalhou oito meses e foi durante cinco meses consultor de comunicação do... PSD! Uau!! Que rica experiência...
Acresce que Barreto Xavier, antes desta contratação já tinha três adjuntos, sete técnicos especialistas, duas secretárias pessoais, chefe de gabinete, dez técnicos administrativos, três técnicos auxiliares e três motoristas.
Falta dinheiro (salvo para os boys) mas há excesso de descaramento.
Digamos que se há algo que não falta, é a falta de vergonha.”
CAFÉ DA MANHÃ
CAFÉ DA MANHÃ
Deborah Poynton
Por este andar de surpresa em surpresa, um destes dias não publico nada que saia do pensar exclusivamente meu.
“Nos primeiros 6 meses, o Governo de Passos Coelho fez 618 nomeações de camisolas laranjas, o que dá uma média de 103 nomeações por mês. A partir dessa primeira fase, só pode aumentar o ritmo.”
Pelo Telmo Vaz Pereira, esta vem na sequência.
“O Governo afastou António Mega Ferreira da presidência da do conselho de administração da Fundação Centro Cultural de Belém e entregou a sinecura a Vasco Graça Moura. Aos 70 anos, Graça Moura é convocado a liderar “um novo ciclo de desafios para o cumprimento do serviço público do CCB na área da cultura”, nas palavras sempre lúcidas do Francisco José.
Graça Moura levará consigo Dalila Rodrigues, cujo curriculum é pontuado pelos problemas que criou no Museu Nacional de Arte Antiga e na Casa das Histórias Paula Rego, tendo em ambos os casos sido demitida.
Estou em condições de divulgar, em primeira mão, extractos do discurso de Graça Moura na cerimónia de posse como presidente do conselho de administração da Fundação CCB. Sabe-se que Moura pretende dar um ar da sua graça logo a abrir o discurso:
_ ‘(…) podemos enumerar: a natureza calaceira dos portugueses; o seu feitio de incumpridores relapsos; a sua irresponsabilidade nas exigências desenfreadas; o corporativismo imperante nos sectores sócio-profissionais [sic]; os péssimos níveis de qualificação escolar e profissional; a iliteracia generalizada e irremediável; uma certa propensão para a estupidez e a crendice fácil que explica algumas vitórias eleitorais socialistas; a desagregação e desprestígio de todos os sistemas de autoridade democrática; o arrastamento intolerável da administração da justiça que nos torna uma vil caricatura do Estado de Direito; a neutralização do papel das famílias que são cada vez menos as células-base da sociedade; a falta de coragem e discernimento de alguns sectores da classe política, que não sabem pensar a mais de três meses de prazo e sempre de olho posto na comunicação social... Enfim, a juntar a isto, a crise de todos os valores éticos, identitários e culturais, o espírito de eleitoralismo permanente em que os detentores do poder político nvivem, dos governantes aos autarcas, a pilhagem do aparelho de Estado pelos boys, a promiscuidade entre os grandes interesses económicos e a actividade política - e estou longe de ter esgotado um quadro que nos transformou num país sem alternativas e sem saída.
O regime democrático deveria aprender a pensar-se a partir da única metáfora que seria válida para o mudar nas eleições: a vassourada. Mas talvez ninguém ouse fazê-lo, porque os arranjinhos, os compadrios, o nacional-porreirismo, a falta de nervo, intervêm infalivelmente num país que não chegou a consolidar-se como comunitário e agora enfrenta uma Europa de construção cada vez mais problemática. (…) Portugal está uma porcaria.”
E, já agora, fique-se a conhecer o parágrafo final do discurso de Moura, onde volta a dar um ar da sua graça: “A vida dos portugueses é, e vai continuar a ser, uma verdadeira trampa, mas eles acabam de mostrar que preferem chafurdar na porcaria a encontrar soluções verdadeiras, competentes, dignas e limpas. A democracia é assim. Terão o que merecem e é muitíssimo bem feito.”
É esta a escolha da maioria para o CCB.”
CAFÉ DA MANHÃ
James Christensen e adaptação de autor que não foi possível identificar
Animem-se almas desesperançadas. Que as famílias mais desprotegidas comprem casqueiro* a mais para noite da Consoada. Que ergam a actual extravagância duma «mini» e brindem ao Natal de 2013. Que nos anestesiemos para suportar sem desespero as continuadas desventuras sociais previstas para 2012. Que se alegrem céu e terra portugueses pelo anúncio de Passos Coelho de em 2013 o país estar em melhores lençóis, talvez de linho, talvez bordados, talvez dum nylon chinês. Que seja, como ele disse, dobrado o arquétipo Cabo das Tormentas e a barcaça onde enjoamos enfune velas num mar favorável. Para levar a sério a previsão é indispensável acreditar que o Pai Natal enfia os magros presentes pelos orifícios do exaustor. E finalmente, esbocemos sorrisos ou soltemos gargalhadas por temas outros como o de ontem e o que segue, contribuição do Veneno C.
1. As mulheres são como férias.
Não duram o bastante.
2. As mulheres são como a fruta.
Quanto mais envelhecem, ficam menos duras.
3. As mulheres são como o tempo.
Não podes fazer nada para mudá-lo.
4. As mulheres são como café.
As melhores são quentes, fortes e mantêm-te acordado por toda a noite.
5. As mulheres são como computador.
Difícil de entender e constantemente sem memória.
6. As mulheres são como publicidade.
Jamais acreditar em uma palavra daquilo que dizem.
7. As mulheres são como conta no banco.
Sem dinheiro não geram interesse. (Algumas tesas, são bem interessantes)
8. As mulheres são como pipoca.
Satisfazem-te, mas só um pouco.
9. As mulheres são como nevões.
Não sabes nunca quando chegam, mas sabes que são frias.
10. As mulheres são como fotocopiadoras.
Servem para a reprodução, mas muitas vezes encravam.
11. As mulheres são como estacionamento.
Todos os lugares bons estão ocupados, os outros são deficientes e se queres um "assim-assim" tens que ir para longe.
* Casqueiro (regionalismo de pão)
CAFÉ DA MANHÃ
Xavier Lorette, Alberto Ruggieri
José Gil, um dos vinte e cinco pensadores mais creditados no mundo, afirma estar quebrado o ciclo de esperança numa vida melhor iniciado com o 25 de Abril. Já antes fora dito ser a geração dos pais de hoje a última que melhorou a qualidade de vida traduzida em bens relativamente aos que lhes deram vida. Retomando José Gil, findou a última narrativa da revolução de há trinta e sete anos.
Pelo Fernando Alves nos Sinais ouvi que dos juízes pequeno-almoço diminuído influi na pena atribuída aos réus. Havendo estômago que horas sinaliza, a gravidade do castigo aumenta. Após o almoço, é distendido o órgão no pós-prandial. A bonomia fica acrescida, e as sentenças mais ligeiras. O mesmo jornalista recomenda que Teixeira dos Santos adie até ao final do almoço decisões com o FMI. Estou com ele no cogitar – sendo fidedigno o estudo, mais beneficiará a nossa mendiga condição.
Passos Coelho e todos nós muito temos a aprender sobre as ilações da história que ele contou: num jantar com proeminentes figuras madeirenses no Funchal, tomado o café/remate, aproxima-se islandês. Sem pejo, diz o nórdico semelhante a isto: _ "Espero não ser a Islândia a pagar-vos a refeição." Nem de propósito ou com propósito inteiro a campanha eleitoral lá na terra está centrada na ajuda financeira a Portugal. Declaram-nos povo que não aprende com os erros, insolvente e teimoso - qualquer cêntimo saído dos cofres daquele país do Norte cai no buraco sem fundo português. Esquecem que a Europa mais o euro vão para o buraco connosco.
Bem pensa quem escreveu esta reflexão:
“tal como dizia ontem, por este comentário vê que não sou só eu a pensar que os agentes do problema são os mesmos que o avaliam - as agências de reitingue e outras agências de informação privadas - e os mesmos que se oferecem para ajudar a resolver -os agrupamentos de bancos constituídos ou não em entidade de direito internacional - os quais, por sua vez, são controlados pelos mesmos accionistas e decision-makers.
Olh’aqui (*)
Tem graça o tipo dizer alguns nomes; cá pra mim serão nomes de segunda linha mas há quem nem isso diga. Também conhecemos cá alguns nomes; também de segunda linha - vara, d.loureiro, jardim - também ditos de passagem e também os deixamos andar a apanhar sol nos trópicos... (não falando na quota-parte de responsabilidade dos banqueiros themselves)
Há alguma dúvida de que a dívida tem que ser reestruturada, embora Portugal não produza e, nesse aspecto e por essa razão essencial, tenha que se reduzir o poder de compra de tod'a gente?
Porém, é bom não esquecer que quem consome e esbanja mais - dessa curta produção nacional - não é quem ganha menos.
(*) este coment é apenas um panfleto fraco; mas é verdadeiro e explica, em parte. Se este comentário fosse dirigido e eficaz não passava, na tv!”
Pirata-Vermelho
CAFÉ DA MANHÃ
Porque as formas também são música.
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros