Quinta-feira, 9 de Abril de 2015

A NOVA NORMALIDADE

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Autor que não foi possível identificar

 

 

 

"Quando foram conhecidos os dados sobre a pobreza repetiu-se um clamor — somos um país demasiadamente desigual e com níveis de pobreza chocantes. Tende a ser assim todos os anos, aquando da divulgação do inquérito aos orçamentos familiares. Mas esse clamor esvanece-se com a mesma rapidez com que surge.

 

 

(…)

 

 

Recuámos, aliás, dez anos. Temos valores para a pobreza do início do século XXI e os progressos feitos foram desperdiçados. Inverteu-se o ciclo de diminuição da pobreza e o “mexilhão” pagou o ajustamento. Ora, é bem mais difícil combater a pobreza do que fazê-la crescer e os efeitos do que se passou são impressivos. Se recorrermos ao indicador de pobreza ancorada, que permite neutralizar o efeito do empobrecimento generalizado e revelar quem é que seria pobre considerada a linha de pobreza de 2009, de uma taxa de pobreza de 17,9%, quatro anos passados, temos uma taxa de 25,9%. São 800 mil portugueses mais que saíram da zona de algum conforto material.

 

 

 

Fica assim demonstrado o efeito devastador da austeridade. Destrói tudo à sua passagem e diminui efetivamente as condições de formação de uma sociedade decente.

Mas o que mais impressiona não é a fotografia, nem mesmo a curta-metragem que dá conta da forma como evoluíram os rendimentos em Portugal. Estamos perante um daqueles problemas em que vamos ter de aguardar pelo médio prazo para assistir à manifestação dos riscos em toda a sua plenitude. E não vai ser bonito de se ver.

 

 

 

Não há, a este propósito, indicador que nos interpele tanto como sociedade como o da pobreza infantil. Qualquer político que ambicione ter responsabilidades governativas, devia ter um papel à sua frente para lhe recordar todos os dias que, em 2013, uma em cada quatro crianças é pobre (um valor que subiu mais do que qualquer outro). Não se trata apenas de uma estatística. É, pelo contrário, uma arma de destruição de qualquer reforma estrutural.

 

 

 

Um quarto das crianças portuguesas não reúne as condições para cumprir o que a Constituição prevê: direito a cuidados de saúde, a educação, a alimentação e habitações condignos. Na pobreza tudo isso falta e não custa imaginar o país que teremos daqui a décadas com os níveis de pobreza que hoje temos entre as famílias com crianças.

 

 

 

Aceitar como se fosse uma nova normalidade a sociedade de pobres e de desigualdades é uma ameaça hoje, mas é, acima de tudo, a forma mais eficaz de hipotecarmos o futuro."

 

 

Pedro Adão e Silva, in Expresso

 

 

Nota – Fonte aqui.

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
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Olá. Posso falar consigo sobre a sua tia Irmã Mar...
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