Peter Hedley
Dita do Adamastor. A auto-estrada do Tejo em frente. Veleiros e cacilheiros. Embarcações miúdas. Umas e outras deslizando na serenidade sem faixas e loendros empoeirados separando alcatrão.
Na hora do almoço, míngua de apetite que tosta e água satisfaziam, fosse de sol ou neblina a luz. Desequilibrava os saltos na calçada oblíqua dos quarenta e cinco graus inclinados. Olhava os junkies, o vazio de rodados, a companhia do Adamastor reformado do afunda caravelas e tormenta de marinheiros, os verdes selvagens no jardim esquecido que o Tejo marginava do alto. Espaço que anos e anos tornara adulto, tão diferente dos designs arquitectados em ateliês por visionários de uma Lisboa em maquetas, obediente a qualquer forma de modernidade, menos invento do que cópia.
Procurava a esplanada na Senhora do Monte ou Santa Catarina do Monte Sinai, assim baptizada por um frei qualquer apostado em fazer das físicas elevações de Lisboa imitações do Aventino, Esquilino porque não?
No Antigo Pico de Belveder, nome de palácio, de casta nobre com jacarandás/debruns fronteiros ao rio, engolia o prazer da esplanada como tranquilizante comprimido numa tablete de alumínio.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros