Autor que não foi possível identificar
Em estudos de papel, tinha a quarta classe. Tudo começou tarde na vida do homem que inspirou paixões e ódios. Reconhecimento público aos 58 anos, novo e duradouro amor/paixão aos 63. Foi-lhe dito:
_ Vê o que fazes. Ela, espanhola e pela diferença maior que vinte anos na idade do que a tua, é risco.
Não temeu. Pilar del Rio também não.
A jornalista aventurou conhecer o autor da obra que devorara. Foi a 14 de Junho de 86. Vida comum em 87, casamento no ano de 88. «Recasariam» em 2007 nos arredores de Granada - Castril, terra onde nasceu a andaluza que soube manter vivos enamoramento e paixão. Terceiro casamento, simbolismo ajustado, com a mesma mulher a 3 de Junho de 2008 na freguesia d’Azinhaga quando o nome da enamorada lustrou placa de azulejos orlada a ocre. Endereço da rua esquinada com a de Saramago. Escreveria: «A Pilar que ainda não havia nascido e tanto tardou a chegar». A mulher acrescentou:
_ Que todos os enamorados do mundo se encontrem e dêem um beijo nesta esquina.
Durante os passos nas ruelas da aldeia, vendo idosas lavarem roupa à mão, Pilar disse:
_ Não foram os contraceptivos que libertaram a mulher, mas a máquina de lavar roupa.
Sábias palavras da companheira que deixa Lanzarote e escolhe para lugar de vida a terra onde o enamoramento aconteceu.
Dia 3 de Junho, proponho, seja o Dia da Paixão. Celebrado em Portugal todas as horas do ano. S. Valentim me desculpe - não inclui história de um grande amor nosso e exemplar.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros