Conceição Ramos - Série “(Con)tradições”
Conceição Ramos é licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e doutorada em “Realitzacions Plastiques i Reflexions Estétiques Contemporànies” pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Barcelona.
“(Con)tradições” é série que reflete a viagem realizada pela artista plástica por terras do oriente subdivida em três temas: “Paisagem”, “Cores e Sabores”, “Mitos e Tradições”. Esteve patente na Galeria Municipal de Sintra no mês de março de 2013.
A viagem a Goa, Damão e Diu reavivou memórias da cor e do Índico, dos cheiros, dos sabores das especiarias e a multiculturalidade resultante de miscenizações culturais.
Moçambicana por nascimento, Conceição Ramos reconhece na antiga Índia Portuguesa o espaço, a cor e os cheiros de uma infância perdida no tempo.
Rocha de Sousa (Crítico de Arte) escreveu:
“Sem se deter na estreiteza do raciocínio que conduz apenas à metamorfose poética, nem aos percursos conceptuais entretanto pressupostos, Conceição Ramos refunde o objeto temático, sobrepõe o realismo lógico às ocultações perspéticas, redesenha todas as elementaridades, ligando cada vez mais as grandes escalas à presença simbólica e cenográfica das várias representações/encenações, uma comunidade em parte litúrgica de seres, uma teatralidade instável em lugares pensáveis, o grande universo - lúdico, diverso, texturalmente vibrante – onde cada criança em nós se recupera nos jogos de abertura ao imaginário e na saborosa nostalgia das coisas já longínqua mas que nunca morrem.”
CAFÉ DA MANHÃ
Michael Jordan, Mark Sanislo
A notícia, primeiro: “O ‘salário mínimo’ dos padres da Diocese de Viana do Castelo vai ser de 950 euros a partir de agora. A medida, tomada pelo bispo, visa que as paróquias mais ricas dividam proventos com as mais pobres. A carta do bispo D. Anacleto Oliveira em que são explicados os novos estatutos Económico do Clero e do Fundo Diocesano do Clero, determinando a uniformização das remunerações em todas as paróquias a partir desde mês, chega esta semana aos sacerdotes. E, entre eles, a expectativa é muita. Que o diga César Maciel, 29 anos, padre apenas há três e que orienta as paróquias serranas de Lamas de Mouro e Castro Laboreiro, em Melgaço, e a de Gavieira, que inclui o santuário da Peneda, em Arcos de Valdevez.”*
O comentário do estimado amigo José-Luis Ferreira foi: “Contra a crise, missa com vinho verde! Vi’Ana prà’frentex. Finalmente, uma bolha d’emprego.”
Segue o da minha lavra. Enquanto reina a opulência nas elites dos servidores católicos por fé e profissão do ‘Reino de Deus’, os párocos das freguesias rurais desdobram-se em missas, casamentos, funerais, baptizados, distribuição de hóstias ao som de corais manhosos. Regressam à casa sita numa das aldeias, quase sempre espartana, assobios do vento entrando pelas frinchas. Os ‘padres curas’ curam da sua igreja principal, das outras também, auxiliados por beatas, benza-as Deus, experimentadas em limpezas que põe soalho a luzir, administram rendas e flores nos altares, só não limpando o pó dos bancos porque naturalmente espanejados pelo assentar dos crentes.
Quando a descriminação entre pares está arreigada nas hierarquias católicas, que a ostentação dos veludos e sedas e damascos e cadeirões seja traduzida em algum desafogo dos humildes sacerdotes que mais e importante têm a fazer no pastoreio dos velhos e crianças e famílias desprotegidas ocultas no interior das comunicações ditas sociais.
* http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Viana%20do%20Castelo&Concelho=Viana%20do%20Castelo&Option=Interior&content_id=2341074
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros