Nick Gaetano, David Boller
Distraída até hoje, desde cedo ouvi dizer pelas matriarcas da família: _ Não sais do 'sete-estrelo'! Acorde menina!
E a menina que sim, que estaria atenta, que não deambularia em divagações dela apenas conhecidas. À distância, sei que leituras, cinema e música me elevavam a píncaros mais estimulantes que a Paixão de Cristo na Semana Santa. Nem admira: qual garota com pingo de senso se deixaria arrebatar por causas tão fúnebres?
'Sete-estrelo' para cá e lá, despertou-me curiosidade. Razão simples: mala de viagem bonitona partida na carga ou descarga num voo Corunha-Lisboa obrigou a substituição – quando o tapete do check-in engole bagagem, é proeza recebê-la tal qual foi entregue. As rígidas de marca fiável quase pesam tanto quando cheias como vazias e continuam na arrecadação; em simultâneo, duas semi-rígidas à trela são ‘bobbies’ indesejáveis. Sem possibilidade de rumar à estimada Haity, prática, rodei até um ‘chinês’ próximo. Encontrei as duas numa maior, «giraça», primaveril, condizente com o resto da equipagem do partir. Nem vinte euros de gasto. Bem bom! Encafuado o necessário, ‘ala mulher que se faz tarde’. Após chegada, a mala em recato caseiro é erguida para correr fechos. A pega caiu como fruta podre. Ouvi: _ Minha querida, continuas no 'sete-estrelo'!
Que sítio este onde pairava e pairo mais que o desejável? No «googlar», fiz o gosto ao saber. Desilusão. Afinal, o termo remete para prosaica conjugação de estrelas, também conhecidas por Sete Irmãs. A mitologia grega confere-lhes história de assédio pelo malvado Oríon. Filhas de Atlas e de Pleione, as irmãs Plêiades, quentes e azuis, de pronto se queixaram a Zeus. Ora, e porque na altura já se havia transformado em touro, como bom estratega decidiu afastá-las na constelação para melhor as defender caso aparecesse o toureiro/Oríon. Até hoje, não consta insistência do ‘capa e muleta’ estelar no assédio. Assim as sete manas se afastem de mim…
CAFÉ DA MANHÃ
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Peregrinando
Brasileiros