Na condição de visitante por horas, na Plaza de Espana reaprendi o gosto por Sevilha. Quando a luz e as cores entontecem, ainda hoje e passada semana e meia, faltam palavras que dela mais digam do que banalidades. Serão poupadas.
A Catedral ascende até ao antigo minarete árabe, La Giralda, que por tanta beleza sobreviveu à destruição da mesquita islâmica onde o actual templo foi implantado. Rampa em vez de escadas - por ali subiam a cavalo os encarregados de anunciar os momentos de oração – quem não teme os trinta metros e chega ao cimo da Giralda é contemplado com uma visão fascinante da capital da Andaluzia. Afirmam alguns que a Catedral pela sua extensão – é maior que a de São Pedro em Roma, a de São Paulo em Londres e a terceira no mundo – polui visualmente Sevilha. Más-línguas, pela certa.
O Bairro Judeu é perdição que ignorava. Descoberta que soube a pouco, tantos cantos, recantos, pátios floridos onde, na quentura estival as sombras apetecem e aliviam os corpos cativos do Sol impiedoso. Por ruelas estreitas e detalhes também é feito o bairro. A placa lembra ter ali nascido Murillo, o pintor que de modo soberbo representou o barroco espanhol. Outras surpresas emergem a cada esquina dobrada. Demais para caberem aqui.
Do Palácio dos Arcebispos e da cafetaria La Campana «fala» um conhecido escritor espanhol em livro de excepção. No conjunto dos que li da sua extensa obra, está em segundo lugar nas minhas escolhas. Como sempre, é exercício crítico sobre os comportamentos fétidos da humanidade. Aconselho a edição espanhola pelo esplendor original da escrita não sair desvirtuado numa tradução. Pergunta com direito a prémio: _ Qual o nome do autor e do livro mencionados?
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros