Anne Bascove
Recebi, muito agradeço, texto anotado: “_ É breve, simples e bem escrito, deixando o assunto descrito, comentado e criticado.” Concordo; daí a publicação.
“Sexta-Feira passada fui a Viana do Castelo e utilizei a A28 do Porto a Viana. Pelo caminho atravessei uns quantos pontos anunciados como portagem electrónica/electronic toll e umas luzes laranja intermitentes anunciavam que eu estava a ser devidamente registado como utilizador pagador. Sem saber bem como aquilo funcionava, continuei o meu caminho, accionando as tais luzes à medida que prosseguia a viagem.
À chegada à cidade perguntei a um amigo com quem almocei como é que aquilo funcionava, qual seria o procedimento, se a via verde era o suficiente, se era necessário fazer um pagamento diferenciado, confessei a minha ignorância. O meu amigo perguntou-me se eu me estava a referir aos «caganissos»... à minha pergunta «cagaquê»? Ele repetiu: «Caganissos, aquelas luzes que piscam à nossa passagem». Acontece que nesta parte do diálogo entrou uma terceira personagem e a conversa ficou por ali. Uns minutos mais tarde e porque se proporcionou, voltei à carga e tentei perceber o funcionamento das tais portagens electrónicas. A personagem recém-chegada perguntou: «Estão a falar dos caganissos?» Aí não resisti e perguntei que diabo de nome era aquele. Ao que ambos me responderam, com a maior naturalidade que «são os caganissos, ou seja, caga nisso, não te chateies que ninguém liga e eles estão entupidos com milhares de cobranças a enviar para os endereços dos donos das viaturas pelo que o melhor era mesmo cagar naquilo».
Percebi duas coisas. A facilidade com que pomos o nosso reconhecido humor ao serviço do nosso reconhecido défice de cidadania e a competência dos nossos responsáveis em adoptarem caminhos e procedimentos conducentes a essa mesma falta de cidadania. Sistemas complexos, confusos, luzinhas que piscam, falta de informação conveniente, pagamento a posteriore em pay shop, maquinetas que podem ser compradas nos correios, carregamentos com quantias mínimas quase sempre superiores à despesa da viagem de um dia e consequente notificação para a residência na falta de pagamento ao quinto dia após a viagem. Percebi ainda, ou tentei perceber, como é que um galego que lhe apetece ir ao Porto via Viana vai a um pay shop pagar uma dívida de cerca de €9, aos correios comprar uma maquineta ou como é que ele é notificado na falta de pagamento ao quinto dia.
Percebi, assim, com propriedade, a razão dos «caganissos» se chamarem «caganissos». Porque realmente parece que toda a gente se caga naquilo.”
in
http://copiaperfeita.blogs.sapo.pt/1673310.html
CAFÉ DA MANHÃ
DiegoRivera (Guanajuato, 8 de Dezembro, de 1886 – San Ángel, 24 de Novembro de 1957), Frida Kahlo
Para quem trabalha no horário que já foi das nove às cinco e agora termina quando calha dando jeito ao patrão, é de aproveitar este oito de Dezembro para despedir o sono atrasado da semana. De caminho, é juntar a despedida deste feriado santo, das ‘As’ sem portagens, duns euros mensais, do “vou ali já venho que a ‘Ax’ é rápida e ponho-me lá num pulo”. Para gozar ócios nesta quinta melhor ficar em casa com um livro na mão ou caminhar em passo estugado no espaço verde mais próximo ou entreter a família com jogos que todos envolvam ou repor a conversa comum em dia. Vale o fecho da maioria do comércio de bairro que assim desvia de gastos os passantes e contribui para a nossa economia subir um degrau a caminho da forca em espera.
Recuados estão os ânimos do “não pagamos, não pagamos!” Agora, após o jogo do «glorioso» na Luz, reúnem-se meia dúzia de revoltados junto às novas portagens que começaram a sacar às zero horas d’hoje. Mascaram-se de Cavaco, de Sócrates, de Pedro Passos Coelho sem esquecerem, lá para os Algarves, Paulo Portas, Macário Correia e os deputados algarvios Miguel Freitas (PS) e Mendes Bota (PSD). Um esquife com a forma do mapa algarvio e está feita a «manif». “Juram a pés juntos” utilizarem doravante a mortífera “125 Azul”, resistem um par de horas e, depois, “ala pra cama que se faz tarde, tenho a mulher à espera e não quero que me atazane logo hoje q’tou feliz como um alho por o Benfica continuar na Liga dos Campeões.”
Durante este feriado que à meia-noite vai a enterrar sem honra nem glória, são prováveis pedras, cacetadas e uns “agarrem-me que me vou a eles” por gargantas inflamadas e espíritos tementes a passarem por indignados com outros valentes «eles».
CAFÉ DA MANHÃ
Lembra o Google: 125º aniversário de Diego Rivera (Guanajuato, 8 de Dezembro, de 1886 – San Ángel, 24 de Novembro de 1957).
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