Rodolfo Redel- Iemanjá, Rainha do Mar Rodolfo Redel
Acordar para o início da semana. Enfiar trapo suave sobre a pele. Cumprir os rituais dos amanheceres: permitir que o ar fresco da manhã inunde a casa, ligar a rádio, chá verde frio, iogurte e um café. Ouvir noticiários. Porque estendo estes prazeres, hora e meia de fruição. Notícias de abertura: o Portugal- Alemanha de hoje, os malvados incêndios de Amarante, Sertã e Portimão que mais de Portugal comeram, a penhora de 189 casas por dia devido ao incumprimento das rendas, saber que em Março deste ano para cima de cento e cinquenta mil famílias deixou de reunir condições para continuar a paga mensal ao banco das paredes que as abrigam. Mediaticamente, assim começou esta lusa semana. Adrenalina e venenos. Esperança carregada pelo futebol como alívio das dores do povo.
Talvez os orixás, búzios, candomblé, orações e «simpatias» em honra de Iemanjá de que se encarregaram os portugueses no Brasil revelem préstimo no jogo de mais logo.
Talvez por hora e meia as famílias desalojadas troquem as mágoas por entusiamo no futebol.
Talvez os incêndios regridam sob a coragem e saber fazer dos bombeiros imersos nas margens das labaredas.
Talvez.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros