Fernando Botero
A D. Beatriz, organista numa igreja, tem 80 anos e é solteira. É admirada por todos pela sua simpatia e doçura.
Uma tarde, convidou o novo padre da freguesia para ir lanchar a sua casa. Entretanto, ele ficou sentado no sofá enquanto a senhora foi preparar uma tisana. Olhando para cima do órgão, o jovem padre reparou numa jarra de vidro com água onde boiava um preservativo.
Quando a D. Beatriz voltou com o chá e as torradas, o padre não resistiu à curiosidade e perguntou porquê tal decoração em cima do órgão. Apontando para a jarra, respondeu: _ Ah! Refere-se a isto? Maravilhoso, não é? Há uns meses atrás, ia eu a passear pelo parque quando encontrei um pacotinho com isto no chão. As indicações diziam para colocar no órgão, manter húmido e que assim ficava prevenida contra todas as doenças. E sabe uma coisa? Este inverno ainda não me constipei!...
CAFÉ DA MANHÃ
Autores que não foi possível identificar
É da APF – Associação para o Planeamento Familiar. Cartaz com dois corpos, possivelmente três vá a observação ou a confusão que proporciona mais longe. Castanho e peludo um braço, ‘branquelas’ secções de corpos mal identificados. Concepção gráfica e de design, péssima – desconfiando do meu saber, pedi ajuda a especialistas. Unânimes com a minha impressão prima. Dizeres: _ “Já pensaste que o preservativo pode ser o melhor brinquedo de adultos que existe?” Pasmei e li o resto em gordas e maiúsculas: _ “Ama, diverte-te, usa preservativo.” Patrocínios: Norlevo, pílula do dia seguinte, e o Alto Comissariado para a Saúde”.
Não sou mulher que desperdice tempo com escândalos bafientos, mas sobreveio indignação que subiu ao gorgomilo. O preservativo é o melhor brinquedo adulto conhecido? Homessa! Peçam a homens e mulheres para escolher entre brincar com o dito e com cartão de crédito com tecto ilimitado cuja factura não pague. Até desafio de futebol, para eles e algumas elas, é brincadeira maior envolvendo «bjecas» e pistáchios. Perdendo o clube do coração, duvido que o preservativo faça milagres risonhos.
Autor que não foi possível identificar
Com menos ironia: a mensagem da necessidade preventiva do polímero adaptado ao membro eréctil sai diminuída. Se ele rejeitar, a(o) parceiro insiste: _ Enfio-to com a boca, a língua. Se estiver (cor)rompido, tenho Norlevo para o pequeno-almoço e saio tranquila. Não resultou? HIV infiltrado? _ “Azar, brincámos à «fartazana». Valeu!”
Ainda com dose inferior de ironia, o “ama, diverte-te, usa preservativo” tem interpretações e mensagens subliminares várias:
_ amor como atracção estritamente física, reinação e gozo sem limites;
_ amor/afecto compatível com negociações laterais e brincalhonas;
_ sê promíscuo, «swinga» – o cartaz sugere pelo acima referido – que o preservativo lá está como Norton ou AVG do sexo. Só faltam scans de limpeza anti-vírus.
Em caso qualquer, um desastre. Por ser dirigido a adolescentes, piora.
CAFÉ DA MANHÃ
Quando o Amor abrangia o mundo.
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros