Terça-feira, 24 de Fevereiro de 2015

RETENÇÃO VERSUS PROGRESSÃO NAS ESCOLAS

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Tom Albertsta

 

É parangona o relatório do Conselho Nacional de Educação dirigido por David Justino. O relatório concluiu que as reprovações a todas as disciplinas quando o aluno apenas manifesta não ter alcançado os objetivos a uma ou duas disciplinas “potencia comportamentos indisciplinados, promove baixa autoestima dos alunos e dificulta ainda mais a aprendizagem.” Quem é profundamente conhecedor da nossa realidade escolar, não pode, em consciência, rejeitar este facto.

 

 

 

Convém que seja trazida à colação a falta de cerca de seis mil técnicos de ação educativa (auxiliares) nas escolas do país. Estabelecimentos de ensino com mil alunos apenas têm ao serviço nove auxiliares de manhã e outros tantos à tarde; outros ainda menos. Impossível controlar saídas faltosas dos estabelecimentos de ensino, vigilância dos pátios e outros espaços fora das salas de aulas, incapacidade de remeter para as mesmas os alunos que optam pela falta. Se, em média, cerca de seiscentos milhões de euros são gastos com as retenções atuais, fatia substantiva é devida a este problema falsamente economicista dum país que não cuida dos seus infantes e adolescentes nem dos restantes cidadãos.

 

 

 

Um aluno que apenas reprovou a uma disciplina é potencialmente elemento perturbador nas turmas onde serão inseridos no ano letivo seguinte. O desinteresse nas disciplinas em que alcançou os objetivos, a maioria no caso vertente, é contagioso nos pares. Daqui à indisciplina geral e a maior número de insucessos é um passo. Por outro lado, reunir os chamados «repetentes» numa só turma em cada ano letivo é medida discriminatória que nada resolve não existindo a possibilidade da escola determinar currículos alternativos para as repetências.

 

 

 

“David Justino considera que «é preciso evitar que a avaliação interna seja um processo de sucessão de notas de exames e testes», sublinhando que «há outras formas de avaliar» e que a avaliação interna «deve ser preferencialmente formativa», e sem «sacrificar uma avaliação à outra», uma vez que devem funcionar numa lógica de complementaridade. Na recomendação aprovada por unanimidade pelo CNE, este órgão refere-se a uma «cultura da nota», que desvaloriza os «processos que promovem as aprendizagens».”

 

 

 

Julgo que abandonar os exames no quarto e no sexto ano é medida isenta de sentido. Todos sabemos que a dedicação dum ser humano ao seu trabalho aumenta havendo provas finais onde conhecimentos adquiridos são postos à prova. E não é a idade que conta – vivemos num mundo em que sempre fomos e somos expostos a avaliações vida fora. Existem aqueles que, ‘à boca cheia’ afirmam serem traumáticas estas provas em idades precoces. Disparate. Sendo bem conduzida a pedagogia, pondo de lado a “cultura da nota”, o estímulo para a aprendizagem de cada criança sai incrementado.

 

 

 

A falta de professores suficientes e especializados no acompanhamento dos alunos com dificuldades é notória. O excesso de burocracia a que estão sujeitos e lhes subtraem tempo para as atividades letivas é vergonha. Desinteresse dos encarregados de educação e injustiça social são factos. Mas nada desculpa o estado que julga economizar e desperdiça escandalosamente. Depois, existe o descrédito que há décadas tem vindo a ser apanágio da atividade docente. Se as instituições de ensino superior não logram formarem bons professores, que sejam, elas sim, avaliadas. Que modifiquem métodos, exigência, conteúdos e corpo docente.

 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 11:56
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Segunda-feira, 27 de Outubro de 2014

TERRAMOTO NA EDUCAÇÃO

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Jim Daly

 

Quando me sinto provocada nas minhas convicções, quando a revolta me embarga o verbo, quando se trata de ultraje aos elementares direitos dos cidadãos, procuro distanciar-me até o racional ganhar à subjetividade. «Reações a quente» não se harmonizam com quem sou. Prefiro diálogo esclarecedor ou, na impossibilidade de acontecer, exercitar análise crítica isenta de emoções.

 

 

O direito à saúde, à educação, à justiça são áreas sensíveis das quais não me distraio. Pela omissão de escritos meus sobre os sucessivos escândalos do administrar governamental nas prioridades sociais atrás referidas, que não subjaza o meu alheamento. Estive, estou, estarei (se amanhã acordar) centrada no respeito aos direitos humanos no mundo, em Portugal especialmente. A não esquecer que na passada terça-feira o nosso país foi eleito membro do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU para o biénio 2015/2017 numa votação recorde - nunca qualquer país recebeu um tão elevado número de votos para uma organização das Nações Unidas. Foi bonito. Soube a mel.

 

 

Vai o ano letivo a meio do primeiro período de aulas, educandos e educadores continuam desesperados por começo invulgarmente tardio do ano escolar. Professores saltitam de uma colocação escolar para outra, alunos sem aulas ou que já conheceram três professores numa só disciplina ficando dias-a-fio sem nenhum. Terramoto na educação. Terramoto na estabilidade de crianças e jovens que carecem de confiança nas escolas para o estudar ser estímulo e não roleta russa. Terramoto nas famílias angustiadas perante sistema em descalabro.

 

 

Como acreditar na evolução de um povo quando o edifício educativo se alicerça em solo incompetente?

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

publicado por Maria Brojo às 11:22
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Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2013

MAGNOCATULO NA CONTINUAÇÃO DO TEXTO DE ONTEM

 

Bryan Larsen

 

“Por alguma razão as esco­las Jesuítas têm for­mado muita gente notá­vel, em conhe­ci­mento e em caráter.

 

Trata pois o texto de cui­dar do incen­ti­vo aos pro­fes­so­res para ensi­nar, sem o qual, a apren­di­za­gem é ine­fi­ci­ente. Quan­tos pro­fes­so­res sabem trans­mi­tir a pai­xão pelo conhe­ci­mento, pela des­co­berta? Quan­tos pro­fes­so­res se empol­gam e como­vem pelas des­co­ber­tas dos seus alu­nos? O que é que vale a pena ensi­nar? Haverá incen­tivo outro, além do salá­rio nas soci­e­da­des atu­ais? Com a pro­du­ção de conhe­ci­mento em con­tí­nua espi­ral, não esta­mos a per­der a noção do essen­cial? Essa ava­lan­che do conhe­ci­mento não nos está a con­du­zir à mor­tí­fera espe­ci­a­li­za­ção? À soci­e­dade dos que sabem muito de muito pouca coisa! Não é irreversivelmente des­tru­tivo que cada um no seu mis­ter des­co­nheça o impacto glo­bal da sua ação focada exclu­si­va­mente num con­texto restrito?

 

E quem deve deci­dir o que se deve apren­der? O Estado? Os Pais? Os alunos?

 

Defendo uma escola capaz de for­mar livres-pensadores, que sejam eles pró­prios, adqui­ri­das as fer­ra­men­tas neces­sá­rias, capa­zes de deci­dir por si o que que­rem apren­der e com quem.

 

Terei que refe­rir o ine­vi­tá­vel Agos­ti­nho: “Ainda um dia have­re­mos de fazer uma Escola onde cada um apren­derá o que neces­sita de saber”. Quando tal acon­te­cer, esta­re­mos muito perto da autên­tica Liberdade!

 

Sem bons professoras(as) esta­re­mos todos perdidos!”

 

 

Texto/comentário assinado por Magnocatulo ao post “Ratio Studiorum da Companhia de Jesus” publicado ontem no “Escrever é Triste”.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Apesar de longo o vídeo, merece ser visto até ao final.

 

publicado por Maria Brojo às 09:24
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Segunda-feira, 25 de Fevereiro de 2013

RATIO STUDIORUM DA COMPANHIA DE JESUS

 

Andrea del Pozzo

 

“Nada deve ser mais importante nem mais desejável (…) do que preservar a boa disposição dos professores (…). É nisso que reside o maior segredo do bom funcionamento das escolas (…).”
“Com amargura de espírito, os professores não poderão prestar um bom serviço, nem responder convenientemente às [suas] obrigações.”

Recomenda-se a todos os professores um dia de repouso semanal: “A solicitude por parte dos superiores anima muito os súbditos e reconforta-os no trabalho.”
“Quando um professor desempenha o seu ministério com zelo e diligência, não seja esse o pretexto para o sobrecarregar ainda mais e o manter por mais tempo naquele encargo. De outro modo os professores começarão a desempenhar os seus deveres com mais indiferença e negligência, para que não lhes suceda o mesmo.”

Incentivar e valorizar a sua produção literária: porque “a honra eleva as artes.”
“Em meses alternados, pelo menos, o reitor deverá chamar os professores (…) e perguntar-lhes-á, com benevolência, se lhes falta alguma coisa, se algo os impede de avançar nos estudos e outras coisas do género. Isto se aplique não só com todos os professores em geral, nas reuniões habituais, mas também com cada um em particular, a fim de que o reitor possa dar-lhes mais livremente sinais da sua benevolência, e eles próprios possam confessar as suas necessidades, com maior liberdade e confiança. Todas estas coisas concorrem grandemente para o amor e a união dos mestres com o seu superior. Além disso, o superior tem assim possibilidade de fazer com maior proveito algum reparo aos professores, se disso houver necessidade.”

 

"I. 22. Para as letras, preparem-se professores de excelência
Para conservar (…) um bom nível de conhecimento de letras e de humanidades, e para assegurar como que uma escola de mestres, o provincial deverá garantir a existência de pelo menos dois ou três indivíduos que se distingam notoriamente em matéria de letras e de eloquência. Para que assim seja, alguns dos que revelarem maior aptidão ou inclinação para estes estudos serão designados pelo provincial para se dedicarem imediatamente àquelas matérias – desde que já possuam, nas restantes disciplinas, uma formação que se considere adequada. Com o seu trabalho e dedicação, poder-se-á manter e perpetuar como que uma espécie de viveiro para uma estirpe de bons professores.


II. 20. Manter o entusiasmo dos professores
O reitor terá o cuidado de estimular o entusiasmo dos professores com diligência e com religiosa afeição. Evite que eles sejam demasiado sobrecarregados pelos trabalhos domésticos."(1)

(1599).

 

Ao fundar a Companhia de Jesus, Inácio de Loyola, (...)

 

Nota (1) – Texto cuja fonte não pude identificar. Publicado agora aqui.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 08:27
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Terça-feira, 17 de Abril de 2012

TESTEMUNHO POR CARTA

Patricia Rachidi

 

Deixo à consideração de todos o testemunho da Sara, filha do Joaquim Fidalgo, jornalista. A mãe, professora de inglês, suicidou-se.


“Carta a professores, alunos, pais, governantes, cidadãos e quaisquer outros que possam sentir-se tocados e identificados.

As reformas na educação estão na boca do mundo há mais anos do que os que conseguimos recordar, chegando ao ponto de nem sabermos como começaram nem de onde vieram. Confessando, sou apenas uma das que passou das aulas de uma hora para as aulas de noventa minutos e achei aquilo um disparate total. Tirava-nos intervalos, tirava-nos momentos de caçadinhas e de saltar à corda e obrigava-nos a estar mais tempo sentados a ouvir sobre reis, rios, palavras estrangeiras e números primos.

Depois veio o secundário e deixámos de ter “folgas” porque passou a haver professores que tinham que substituir os que faltavam e nós ficávamos tristes. Não era porque não queríamos aprender, era porque as “aulas de substituição” nos cansavam mais do que as outras. Os professores não nos conheciam, abusávamos deles e era como voltar ao zero. Eu era pequenina. E nunca me passou pela cabeça pensar no lado dos professores. Até ao dia 1 de Março.

Foi o culminar de tudo. Durante semanas e semanas ouvi a minha mãe, uma das melhores professoras de Inglês que
conheci, o meu pilar, a minha luz, a minha companhia, a encher a boca séria com a palavra depressão. A seguir vinham os temores, as preocupações, as queixas de pais, as crianças a quem não conseguimos chamar crianças porque são tão indisciplinadas que parece que lhes falta a meninice. Acreditem ou não, há pais que não sabem o que estão a criar. Como dizia um amigo meu: “Antigamente, fazíamos asneiras na escola e quando chegávamos a casa levávamos uma chapada do pai ou da mãe. Hoje, os miúdos fazem asneiras e os pais vão à escola para dar a dita chapada nos professores”. Sim, nos professores. Aqueles que tomam conta de tantos filhos cujos pais não têm tempo nem paciência para os educar. Sim, os professores que fazem de nós adultos competentes, formados, civilizados. Ou faziam, porque agora não conseguem.

A minha mãe levou a maior chapada de todas e não resistiu. Desculpem o dramatismo, mas a escola, o sistema educativo, a educação especial, a educação sexual, as provas de aferição e toda aquela enormidade de coisas que não consigo sequer enumerar, levaram deste mundo uma das melhores pessoas que por cá andou. E revolta-me não conseguir fazer-lhe justiça.

Professores e responsáveis pela educação, espero que leiam isto e acordem, revoltem-se, manifestem-se (ainda mais) mas, sobretudo e acima de qualquer outra coisa, conversem e ajudem-se uns aos outros. Levem a história da minha mãe para as bocas do mundo, para as conversas na sala dos professores e nos intervalos, a história de uma mulher maravilhosa que se suicidou não por causa de uma vida instável, não por causa de uma família desestruturada, não por dificuldades económicas, não por desgostos amorosos mas por causa de um trabalho que amava, ao qual se dedicou de alma e coração durante 36 anos.

De todos os problemas que a minha mãe teve no trabalho desde que me conheço (todos os temos, todos os conhecemos), nunca ouvi a palavra “incapaz” sair da boca dela. Nunca a vi tão indefesa, nunca a conheci como desistente, nunca pensei ouvir “ando a enganar-me a mim mesma e não sei ser professora”. Mas era verdade. Ela soube. Ela foi. Ela ensinou centenas de crianças, ela riu, ela fez o pino no meio da sala de aulas, ela escreveu em quadros a giz e depois em quadros electrónicos. Ela aprendeu as novas tecnologias. O que ela não aprendeu foi a suportar a carga imensa e descabida que lhe puseram sobre os ombros sem sentido rigorosamente nenhum. Eu, pelo menos, não o consigo ver.

E, assim, me manifesto contra toda esta gentinha que desvaloriza os professores mais velhos, que os destrói e os obriga a adaptarem-se a uma realidade que nunca conheceram. E tudo isto de um momento para o outro, sem qualquer tipo de preparação ou ajuda. Esta, sim, é a minha maneira de me revoltar contra aquilo que a minha mãe não teve forças para combater. Quem me dera ter conseguido aliviá-la, tirar-lhe aquela carga estupidamente pesada e que ninguém, a não ser quem a vive, compreende. Eu vivi através dela e nunca cheguei a compreender.

 

Professores, ajudem-se. Conversem. E, acima de tudo, não deixem que a educação seja um fardo em vez de ser a profissão que vocês escolheram com tanto amor. Pensem no amor. E, com ele, honrem a vida maravilhosa que a minha mãe teve, até não poder mais.”

Sara Fidalgo

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Mudando de assunto ou talvez não.

 

publicado por Maria Brojo às 13:02
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Quarta-feira, 21 de Dezembro de 2011

E DEUS CRIOU O HOMEM

Autor da adaptação que não foi possível identificar

 

Numa semana em que o “Bastonário da Ordem dos Médicos” avisou finalistas de Medicina que muitos deles não teriam acesso à especialidade por ausência de vagas e emigrar podia ser opção, em que o nosso Primeiro afirmou semelhante aos professores desempregados, em que a governação decide abrir posto de aconselhamento que facilite fugir à desgraça baptizada Portugal, os espíritos andam murchos. Poucas razões, que não afectivas, para crescer a alegria natalícia.

 

Adoro os forwards que amiga de excelente gosto e tacto regularmente me envia. Não retribuindo de igual modo o gargalhar que lhe devo, divulgo esta impagável súmula. Os homens que me perdoem, tantas finezas lhes devo - mimos, afecto, prazer, risos, solidariedade e ternura -, mas, riso por riso, fiquemos com estas (querendo retaliar com a mesma urbanidade está garantida a publicação).


- Qual a razão de Deus ter criado o homem?
- Porque os vibradores não servem como black & decker.

- Por que preferem os homens as virgens?
- Por não suportarem críticas!

- O que assemelha clitóris e aniversários?
- Os homens não atinarem com eles.

- Por que fingem tantas mulheres o orgasmo?
- Por muitos homens fingirem os preliminares.

- Por que tão poucos homens vão para o Céu?
- Para não fazerem dele o Inferno!

- O que assemelha os homens à comida de microondas?
- 30 segundos e está pronta!

- Qual o nome da maleita que paralisa a mulher da cintura para baixo?
- Casamento.

- Que aconteceu à mulher que conseguiu entender os homens?
- Morreu de pasmo e não pôde contar o que soube.

- Por que têm os homens a consciência sempre limpa?
- Nunca a usam.

- O que acontece a um homem quando engole uma mosca viva?
- Fica com mais neurónios activos no estômago do que no cérebro!

- Por que criou Deus primeiro o homem e depois a mulher?
- As experiências são primeiro feitas em animais e só depois com
humanos!

- Por que gostam os homens de mulheres inteligentes?
- Pela lei da Física - opostos atraem-se!

- Qual a diferença entre os homens e a fruta?
- Um dia, a fruta amadurece.

- Por que são as pilhas melhores que os homens?
- Têm um lado positivo.

- Qual a diferença entre um caracol e um homem?
- Ambos se arrastam e acreditam que a "casa" é deles.

- Por que não pode um homem ser, em simultâneo, leal e inteligente?
- Porque seria mulher.

- Por que são necessários milhões de espermatozóides para fertilizar um único óvulo?
- Sendo os espermatozóides masculinos, negam-se a perguntar o caminho.

- Em que momento um homem perde 90% da sua inteligência?
- Quando fica viúvo.

- E quando perde os 10% restantes?
- Ao morrer o animal de companhia.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

O vídeo desmente a súmula. Deo Gratias!

 

publicado por Maria Brojo às 07:25
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Quinta-feira, 13 de Janeiro de 2011

MANIFESTO DANTESCO - ATÉ A TRAGÉDIA ACONTECER

 

Mikel Glass

 

A última preocupação nas escolas públicas é saber se o FMI entra ou não na desgraçada jogatina portuguesa. Na ruína laboral em que se inserem, é ociosidade como a estória do Pedro e do Lobo - tanta vez ameaçou que, a sério, foi mais uma. Entre pelo país dentro ou não, pior é impossível – ainda sem o fantasma, ao Ministério da Educação apenas interessam números desligados das gentes e do mapa social que as insere. As escolas públicas não dispõem de funcionários suficientes para garantirem o normal funcionamento das actividades. Os alunos, entregues a si próprios nos corredores e pátios, correm perigos inumeráveis. Na sala de aula, o professor dá o melhor para garantir aparência de normalidade - lecciona, destila conteúdos, utiliza estratégias que motivem aprendizagens eficazes. Quando a campainha toca é o caos: omissos funcionários vigilantes, se um transviado decidir puxar de arma ninguém o impedirá, salvo o acaso. Enquanto tragédia não acontecer e o ‘fia-te na Virgem’ for regra, os pais, através das respectivas associações, mantêm-se indiferentes. Para eles o importante é ver, pela matina, portas abertas que legitimem o depósito dos infantes. De seguida, irem descansados à vida. Julgam, mas visitassem amiúde a escola dos filhos, fosse importante o saber das horas em que não os vêem, a inquietude não lhes permitiria dia e noite descansados.

 

Pelo insano Estatuto do Aluno, basicamente os gaiatos fazem o que lhes é ditado pela gana integrada no espírito grupal. Faltam, assinam mais as famílias ‘contratos de aprendizagem’ sem lhes passar pela cabeça cumpri-lo. Director de Turma atento, se detectar estados psíquicos alterados por fumaças ou «snifs» e convocar para entrevista o Encarregado de Educação arrisca-se a ouvir: _ O Martim está farto de saber que não lhe permito «charrices» nas aulas. O professor, boquiaberto, emudece. O Estatuto do Aluno em muito pouco legitima procedimentos punitivos. O referido Martim encontrado com maço anormal de notas garante-o fruto de presente natalício. Chamados, de novo, os pais confirmam, não seja o infante castigado e denunciado por tráfico de droga.

 

Se após desmando grave, o adolescente for punido com trabalho escolar comunitário, aqui d’el rei que o meu filho não foi (des)educado para limpar mesas que conspurcou durante as aulas, acobardado atrás do colega da frente que nem olhar laser do docente detectaria. É que o professor, um tonto, ainda se entusiasma na transmissão dos conteúdos e tenta levar além quem o segue, menosprezando a função policial quando pares de olhos curiosos pedem mais saberes. Afinal, a turma estava em absoluto silêncio. Os cretinos também.

 

Entretanto, os professores, abalroados com papelada, sem tempo para o principal, ensinar com qualidade, amarram-se aos computadores e marcam faltas e planos de recuperação, enviam cartas aos Encarregados de Educação que, na maioria, ficam sem resposta; convocam entrevistas e sentem-se totós num universo de espertos. Certezas têm: cortes nos salários, limpeza do material de laboratório, sem a presença da assistente laboratorial assumirem, isolados, os perigos das aulas experimentais, trinta e cinco horas de trabalho por semana, onze horas de trabalho individual, normalmente cumpridas ao fim do dia ou da semana, destinadas a elaborar e corrigir testes, fichas, estudo e preparação de aulas. Era desejável que o professor lesse, tivesse possibilidade de assistir a espectáculos de teatro, concertos, ópera, bailado? Sim, mas a tanto não aspiram – pré e tempo para evoluírem culturalmente é escasso. Empobrecida, também por esta via, a actividade docente. Prejudicados alunos e a educação em Portugal.

 

A reorganização curricular no próximo ano lectivo prevê a eliminação de cerca de vinte por cento dos postos de trabalho – aproximadamente dez mil professores. Ao terminar com o ‘estudo acompanhado’, ‘formação cívica’, a disciplina da ‘Área de Projecto’, o prejuízo dos nossos alunos é incalculável. Das trinta e cinco horas, previstas vinte de carga lectiva semanal independentemente do estatuto na carreira, da idade. E se cidadão fora desta realidade argumentar que não lhe parece mal, que vinte horas frente a alunos ainda são de menos, configure uma média de quatro blocos de 90 minutos por dia, o aumentado número de turmas por docente, o acréscimo de trabalho nas tais onze horas individuais, o castigo do implacável decréscimo de exigência profissional para quem o brio em cada aula ministrada é honra devida aos alunos. E a vida familiar, o acompanhamento dos filhos, que mudanças sociais nefastas terá?

 

Ontem, numa escola, correndo aula, o professor encontrou um jovem com arma carregada e manual de instruções para fabrico de bomba artesanal. Este é começo. Não fosse estarem imbuídos do espírito de serviço à comunidade, directores das escolas e a classe docente há muito e para segurança de todos deviam ter fechado portas a vários estabelecimentos de ensino. Não o fizeram, não o fazem; todos se desdobram em actividades mil. Subserviência bem intencionada que sai cara ao país. 

 

CAFÉ DA MANHÃ

  

Cortesia de RMF.

 

publicado por Maria Brojo às 07:16
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Segunda-feira, 22 de Junho de 2009

UMA QUESTÃO DE PALHA SÃ

Jahaziel Minor
 
So far, so good, apetece comentar sobre a primeira fase dos exames nacionais que termina amanhã. Quedou-se e despiu o lençol branco o fantasma da instabilidade nas escolas agitado pelos sindicatos dos professores. Os estudantes, inquiridos por jornalistas antes do exame de Português do Secundário, foram unânimes _ sentiam-se preparados; os professores faltaram substancialmente menos durante o ano lectivo. O Everest pariu uma cobaia em vez de rato merecedor do nome.
 
Os testes intermédios, realizados duas vezes no ano lectivo, semelhantes na estrutura ao exame nacional, habituaram os alunos ao esperado no fim. Instrumentos criados por este Governo. Houve maior exigência na atitude de cada professor. Sem metralhadora apontada às costas. Não foi precisa. Limitaram-se a apurar técnicas. Tê-lo-iam naturalmente feito pela avaliação que mais conta: os resultados obtidos nos exames pelos estudantes que leccionaram. Essa, sim, reflecte o trabalho do ano, conquanto sujeita a combinações aleatórias que não dependem do professor. Mas faz pensar e evoluir.
 
O empenho dos docentes manteve-se ou aumentou. O Adamastor da avaliação rapidamente se transformou em bichano ronronando ao sol. Porém, não fique subentendido tudo ter corrido bem. É verdade que as hesitações ministeriais, informação insuficiente, desfasada, aos soluços e em marcha-atrás ajudaram a construir o mostrengo. O tom agressivo no discurso oficial foi betão que o fez crescer.
 
Na Beira Alta, é dito:
_ Todo o burro come palha. É preciso saber dá-la.
E nem os professores são asnos, nem a palha era sã, nem fornecida à medida da digestão.
 
CAFÉ DA MANHÃ
 
publicado por Maria Brojo às 07:51
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