Quinta-feira, 13 de Outubro de 2011

BOTIFARRAS E REIZINHOS

Blake Flynn, Sally Davies, Célia Ribeiro

 

Nas sociedades do bem-estar, qualquer corte na ilusão de tudo ser expectável e devido aos cidadãos num progresso sem parança surge como tragédia. Em Portugal, é atávica a posição medíocre no ranking do desenvolvimento e qualidade de vida. Possível causa da nossa conformação exterior, conquanto o íntimo arrebente de revolta. Nesta assimetria, vencem queixas e lamúrias, perde a capacidade reivindicativa e resta sem préstimo nos espíritos o pauzinho que devia entupir a engrenagem dos abusos.

 

Contraditoriamente, os mais queixosos e politicamente activos na luta por direitos elitistas são quem possui riqueza ou o poder da influência. Como minoria, as regalias de que fruem é escândalo, malgré a maquilhagem desde sempre introduzida nos orçamentos e nas politiquices para ignorante ver. Esquecem que ver é uma coisa, assimilar outra. E a maioria espezinhada, miserável, não assimila mordomias de poucos em desfavor de muitos – muda não fica, mas permanece queda. Reside aqui o cerne da questão. Eis-nos chegados ao ponto de serem consideradas ridículas manifestações populares _ a nada levam, dizem! Alguma razão assiste quando respeitam interesses corporativos que melhor fora serem discutidos com denodo nos gabinetes. Escasseiam movimentos de massas que encham avenidas, ruas e becos tendo como alicerce as necessidades gerais, a revolta perante a comédia dos poderes, a defesa dos esmagados pela botifarra da insensibilidade social.

 

Mas alegremo-nos com felicidades alheias: celebra-se hoje o casamento do Rei do Butão com uma plebeia. País do qual é dito:

_ “E se os indicadores económicos não fossem suficientes para medir o bem-estar de uma sociedade? Há 35 anos, em um isolado reino do Himalaia, um carismático rei decidiu que era mais importante a felicidade interna bruta do que o produto interno bruto. Hoje, o Butão é a democracia mais jovem do mundo e o exótico campo de testes de um dos debates mais interessantes do pensamento económico global.

O povo está em festa, desce das montanhas, sai de casa e inunda as ruas de Punakha. O noivo não esteve com medidas meias: recusou-se a convidar famílias reais estrangeiras. Assim, sim! Para o povo a festa e os reizinhos que almocem nos seus castelinhos.

 

(url)

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:21
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