Jeanne Illenye, Frank Tonido
Ignorava, ouvi e dei razão: a «francesinha» foi eleita uma das dez melhores sanduíches do mundo. A honra foi conferida à genuína «francezinha», dita do Porto, confeccionada sem abastardamentos. Muitas variações servidas por todo o lado não almejam em sabor os calcanhares, assim os tivesse a montanha calórica e de sustento nascida na cidade tripeira.
Se o que produzimos é, pela qualidade, reconhecido lá fora, porque nos subordinamos a atafulhar o frigorífico de perecíveis importados? Mais lustrosos, tamanho crescido? Sim e não – também os produtos criados em solo nosso apresentam, na maioria, idêntica aparência. E se as manipulações genéticas, o tempo de conservação refrigerada das frutas, tubérculos e legumes retiraram sabor antigo, resta motivo decisivo para os preferirmos: euros do custo não se esgueiram pela fronteira. E se deles multiplicados por muitos precisamos…
Nestes dias de muitas imposições, mais uma viria a propósito: nas mercearias e supermercados, separar o que da estranja entra do produto nacional claramente identificado. Optar pelo nosso é acto de defesa que merecemos. Preços mais elevados uns cêntimos não devem distrair-nos deste acto de cidadania/revolução nacional – continuamos a despender em utilidades discutíveis fracções dos salários emagrecidos. Aumentadas as vendas do nascido sob olhar atento dos agricultores portugueses, esbater-se-iam diferenças de preços.
Identificação do que nos pertence, já! Não admito encher bolsos alheios quando os nossos estão vazos.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros