Quinta-feira, 11 de Junho de 2015

JÁ OUVIRAM?

Marco Domanico.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Marco Domanico

 

 

- Ava­riou minha senhora? Não, não pode­mos subs­ti­tuir a placa, não tem arranjo. Tem que com­prar um novo. – Não quê minha senhora? Não ouve da coluna da esquerda? Qual é a marca do apa­re­lho? Oh! Esse mate­rial não tem arranjo. A senhora tem que com­prar um novo! – Minha senhora esses ratos já nem exis­tem no mer­cado. A senhora tem que com­prar um novo! – Para Espa­nha minha senhora. Sim, só lá é que tal­vez possa resol­ver o pro­blema. Mas olhe que não damos garan­tia por­que o mais certo é não ter arranjo.

 

 

Pois tem sido assim até des­co­brir o Sr. José Antó­nio Pingo e a sua empresa de Porto Salvo. Tudo come­çou no dia em que um que­rido amigo me disse lá em cima no sotão : olha que estás sem bai­xos! Nin­guém diria mas sou surda como uma porta aos bai­xos. Só há pouco tempo aprendi a ouvir para lá dos agu­dos, por isso fiquei tão espan­tada quando per­cebi que a minha apa­re­lha­gem “xpto” estava com pro­ble­mas. Recomendaram-me a TV Zener de Porto Salvo e levei o peso pesado até ao Sr. José Antó­nio que em pouco tempo per­ce­beu onde a gerin­gonça estava em falta.

 

O ampli­fi­ca­dor vol­tou para casa fino e na semana seguinte eu estava a levar-lhe o chip do apa­re­lho que pro­jec­tava pin­ti­nhas bran­cas no ecran. O chip não. O apa­re­lho que tinha o chip por trás da lâm­pada e debaixo de 32 para­fu­sos. A marca, com repre­sen­ta­ção em Por­tu­gal, não tro­cava chip’s. Ou com­prava um pro­jec­tor novo ou então ficava a ver cinema às estre­li­nhas até o ecran ficar uma nuvem per­feita.

 

Arris­quei em man­dar vir o chip de Espa­nha, caro para burro e espe­rar que o Sr. José Antó­nio des­mon­tasse o velho e espe­rasse para mon­tar o novo sem ter­mos a cer­teza que o pro­blema era mesmo do chip. Era!

 

Depois foi o rato. Tenho um rato hiper qual­quer coisa (sen­sí­vel) que de um momento para o outro dei­xou de fun­ci­o­nar. Aliás a ima­gem mos­tra o rato e o tra­ba­lho que o Sr. José Antó­nio teve para des­co­brir por­que é que eu tinha que pres­si­o­nar o botão do rato como se esti­vesse a garan­tir uma impres­são digi­tal no car­tão de cida­dão. Trouxe para casa o rato como novo depois de me terem garan­tido na loja que os ratos quando tinham este pro­blema não tinham arranjo. Estou a olhar para o rato aqui ao meu lado que pisca de con­tente.

 

 

Mas a peça mais inte­res­sante que levou arranjo e aquela que criou um laço de ami­zade entre mim e o Sr. José Antó­nio foi o cir­cuito inte­grado da placa do motor que abre o por­tão da gara­gem. Esta placa que está inte­grada no motor é res­pon­sá­vel pela sequên­cia de ordens que a máquina faz ao abrir e fechar o por­tão. Faz não! Fazia … até as les­mas (mal­di­tas) resol­ve­rem assen­tar praça, com o calor que faz den­tro da caixa, em cima das resistências. (…)

 

 

 

Nota – Fotografias com lesmas e tudo, mais o texto hilariante de Rita Roquette de Vasconcellos em falta aqui.

 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 09:11
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Sábado, 25 de Janeiro de 2014

64 METROS ACIMA

 

 

   

Carolee Clark – Fashion on Sale                                                      Carolee Clark – Dress Fancy

 

Balanço: animação, multidão, segregação social aqui e ali, estrangeiros como moscas em pote de mel. Manifestações étnicas nem uma!

 

Fazia ideia mínima daquilo a que ia. Mencionaram noite das etnias, espectáculos de rua, do Marquês para baixo portas de capelas de moda abertas até à meia-noite. E fui, curiosa por saber o como da ‘coisa’. Entre o levo automóvel, não levo, o vou de metro e regresso de táxi, ida e vinda com chofer pago ao minuto e ao quilómetro, optei pela hipótese última. Má decisão! Avenida da República empanturrada desde início; no Saldanha um inferno de latas, o mesmo na Avenida dita da Liberdade que era prisão para milhares de automobilistas. Pasmava eu e o motorista, ambos conjecturando razões para tal ajuntamento – a nenhum dos dois passou pela leda cabecinha que o programado pela autarquia tivesse repercussão assim. “Marinheiros de primeira viagem” de acordo com a lenda, fomos presas fáceis das sereias que antes do S. Jorge já se mostravam. Decidido fazer a pé o resto do percurso, doeu-me deixar o senhor enfiado no seu táxi, sem cliente dentro ou à vista, mergulhado naquela assombração.

 

A ignorância motiva admirações ridículas. Foi o caso. Porque imperava o sexo feminino como se os homens considerassem o evento bruxaria, as senhoras enfeitadas para festa de truz luziam strass nas malas, nas minifaldas, nos sapatos com saltos «himalaicos», noutros adornos. À porta das clínicas da moda, meninas imensas em altura total e de pernas sedutoras eram chamariz _ Se fora é assim, imagine o dentro! Dentro era o espumante e vinhos e cocktails e presentes simbólicos. Um destes consistiu numa pen que permite aceder ao último grito da marca. Rosnei em silêncio: _ E se fosses à cata de pinhas para acender no Inverno a lareira?

 

Mulheres de todas as idades entravam naquela dos 20% de desconto permitirem compra de luxo por menos euros. Cedo desistiam: de que valia o abatimento num par de sapatos de 650 euros? Bobones & Lilies alçavam a perna abraçando mocetões sem defeito à vista para fotógrafos bajuladores captarem o momento. Certo é que sem olharem o custo duma peça, diziam: _ “É linda! Ó Paula, reserve-ma.” Duvidei que o propósito tenha sido compra, mas sim empréstimo para embasbacar incautos numa festa.

 

No Chiado e no Camões a gentiaga aumentou. Romper, flûte na mão, a mole humana exigia habilidade e determinação. Gritavam animadores de rua, música ou o que dela fazia vezes. Pessoal muito alegre, sorridente, subia e descia o Bairro Alto. Não fora comiscar umas tapas e fornecer descanso aos pés e jazz em forro da noite cálida e o diálogo que entre muito amigas sempre apetece, soçobraria. Assim não. Já de volta, no táxi, entretive-me a ler altitudes no GPS pespegado nas costas do assento do pendura. Vi que o cimo da Rua do Alecrim está a 64 metros acima do nível médio do mar, o final da Rua da Misericórdia e começo da de S. Mamede a 86, da Politécnica para o Rato baixa até 79, continua a descer até à Avenida para atingir 120 no final do Campo Grande. Habito 130 metros acima das águas marítimas. Neste tempo de excessos meteorológicos que zangam oceanos, bem bom!

 

CAFÉ MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:06
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