Bo Bartlett, Rocket Roberts, Walmsley
Dizem-na energia limpa, alternativa privilegiada à obtida a partir do exaurir de combustíveis fósseis – carvão e petróleo. Entre fusões e fissões nucleares, matéria pouca converte-se em energia muita. O vice-versa existe e conta desde que Einstein avançou com E=mc2. Até na queima dum cigarro, os fumadores recebem dose de radiação do chumbo-210; outra, adicional, provém do decaimento do radão, gás inerte e raro, para polónio-218. A história do nome deste elemento químico tem peso: homenageia o casal Pierre e Marie Curie por via do país de origem, a Polónia. Aliás, o espírito pioneiro nas andanças duma Física e Química novas, foi desgraça conjugal: _ a mulher morre de cancro pela exposição letal a radiações. Entretanto, o marido, Nobel da Física como ela, não resistiu ao atropelamento por uma carruagem na rua parisiense Dauphine em dia tempestuoso. Restam juntos na cripta do Panteão da capital francesa. Também o ilustre par demonstra que os desenvolvimentos científicos, e deles os instrumentos, só matam quando as rodas da fortuna ditam o que lhes é próprio ditar.
A viagem do comboio que transporta resíduos nucleares de França para a Alemanha, mediatizada pelos confrontos laborados por ‘extremistas-eco’, deu parangonas por envolver como depósito país ocidental. Quando navios contendo o mesmo rumam a África ou outros lugares igualmente pobres e longínquos do umbigo europeu, os ‘ecologistas de bastão’ ficam quedos. No máximo, publicam uns dizeres e cuidam da vidinha deles. Estão lá para desaconchegos que os afastem da rotina, salvo se há muito não vêm à tona nos noticiários e jornais?!... _ ‘Nã’! Perfilam-se na teoria de quem não aparece esquece.
O nuclear, per si, não é um mal. Todavia, carece de respeito como os nevoeiros súbitos para quem sobe ou desce a Estrela, o Gerês, ou contorna ribeiras nas ilhas. Mais ainda pelo diâmetro da (re)acção. C’est tout.
CAFÉ DA MANHÃ
(O logotipo da Al Jazira é bonito de ver!)
Autor que não foi possível identificar e Rocket Roberts
"Que pena, o garoto tem talento para a música!" – isto disse o pai de Carlos Kleiber. No ambiente familiar, o pai, maestro, dispunha de instrumentos musicais que cedo seduziram o jovem. Deles retirava harmonias com emoção rara. Compunha. Mas não coincidiam pai e filho no desígnio profissional. Seria químico. Porém, a Ópera do Estado Bávaro, acolheu-o anos depois. Caso, um de muitos, em que a ciência foi passagem para outra margem/vida.
Não cessa a surpresa da mulher-química tida como mal empregada, literal e metaforicamente, pela diversidade de interesses e actividades/paixões que a motivam. Como se a cada um servisse apenas única caixa de sapatos onde, em pilha limitada, restariam as capacidades relacionadas com a formação académica e consequente trabalho na profissão principal.
Curioso que se preza não censura vontade de saber. Roa o espírito nome ou pergunta, e parte à aventura. Começa, nos dias correntes, pelo Google, acaba na livraria ou na filmografia ou nos registos discográficos. Não existindo por cá, a Amazon.com auxilia a perseguição da resposta por ter. E chega. Talvez insuficiente para quem da minúcia no conhecimento não abdica.
Trabalhem numa marcenaria, atendam ao balcão gentes e enfados, ensinem o sempre pouco que há para transmitir, ganhem os dias em lugares anódinos, a curiosidade não escolhe quem. É o «quem» que a busca e sem ela não sabe viver.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros