Terça-feira, 27 de Dezembro de 2011

O NÃO DITO

Barbara Cole

 

Ela admirava-o havia anos. Distantes nas áreas pedagógicas. Humor corrosivo o dele, dela a diplomacia, cigarros e falas nos intervalos sempre curtos demais. Ele casado, ela numa relação com pra cima de dezenas d’anos. Ele com filhos, ela também. Nunca vinham à fala intimidades nos precários minutos dos intervalos entre aulas. Virados para o Sol de Inverno, ou protegidos da soalheira estival pelas árvores raquíticas na Rodrigo da Fonseca. Em grupo, quase sempre. Olhares revelando o indizível. Silêncios faladores. Cigarros como pretexto do cala corações. Mas diziam. Medos e contenção no digo/não digo. E era o não dito a mais-valia. Incertezas dum lado e doutro. Omissos dizeres frontais.

 

Foi precisa manhã de Inverno para o oculto ver luz. E viu. E comoveu. E verdades subiram à tona com anos de atraso ou não – a vida aconteceu no momento próprio do acontecer. Comunicaram. Expostas almas. Afinal, ele estava divorciado havia trindade d’anos. Ela sem saber. Emoções sobrenadaram. O par com elas. Futuro? _ Interessa? O momento vale e as vidas jogam-se na sorte ou dela pouca.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 07:53
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