Rosa Carvalho
O novo banner da autoria de Rosa Carvalho que desde hoje e por duas semanas encima o “Escrever é Triste” interpela pelo belo ali condensado. Sobre a obra da pintora escreveu Eugénia de Vasconcellos com a mestria habitual.
ROSA CARVALHO — i - AS CABEÇAS DE ROSA CARVALHO
SÃO CABEÇAS, SENHOR
“Em Alice no País das Maravilhas há uma rainha. A Rainha Vermelha. Rainha de Copas. Portanto, do coração que bombeia sangue e vida, o mesmo com que se sente e não pensa. Esta rainha sujeita o mundo e os seus súbditos a uma lógica formal que não permite infracções — coisa impossível, mas o coração é um tirano. Quando elas ocorrem, qualquer veredicto é inútil porque a sanção, sempre a mesma, cortem-lhe a cabeça, já foi ditada – a rainha subverte a lógica que impõe, a sanção precede o veredicto, e como é recorrente, é também, em regra, anulada pelo rei.
Esta rainha corresponde às exigências irracionais e imaturas de uma regra extremada, inaplicável à realidade, apenas funcional e só no sentido em que enforma a massa informe de conhecimento. A mesma que nos ensina o bem e o mal, o bom e o mau, o preto e o branco. O rei reequilibra a balança pois responde às solicitações com bom senso. Distribui perdões a cinzento que evitam a decapitação sem entrar em conflito com a rainha já que não se opõe à sua acção. (…)”
Nota: Merece leitura completa o artigo de hoje escrito pela Eugénia de Vasconcellos.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros