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Vapor de água e dióxido de carbono quase tudo. Sobem, enovelados no ar, os produtos da queima orgânica. Fuligem é subproduto. Calor a rodos como é próprio das combustões - do arvoredo, dos espíritos apaixonados, dos corpos enleados como eras. Raízes afundidas no exaltado suporte dos sentidos. Rumba, salsa, louco bamboleio. Soprando irados os ventos, é avivado o lume. Crepitam troncos e emoções. Água que escorre nas costas cujo rego os dedos perseguem. Que migra para o peito e contorna os seios. Conhecidos vales como novos leitos. Bebida sem saciar. Desaguando em formosa cascata que o incêndio serena, iludindo quem o julgar extinto, reaceso a qualquer momento - um beijo, uma carícia, fantasia partilhada. Porque 'mi vida, yo la prefiero vivir asi'.
Os dias cálidos propiciam desatinos fogosos. E chega dos incêndios o tempo. Arde a terra que não mitigou a sede. Ardem matas por limpar - por descuido, pelo custo, pela propriedade dividida em mínimas frações. Meios frugais combatem o riso das chamas. Mas há planos e campanhas e recursos maiores e formação humana. De fora ficam os donos dos prédios rústicos onde o mato ressequido se agiganta. Rastilho de pólvora seca propício à dança ardente. Bamboleio que 'no tiene pardon de dios'.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros