Terça-feira, 7 de Abril de 2015

PROFECIAS DE RASPUTIN

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O homem não era boa rês, é conhecido. De tudo afirmava saber por artes próprias ou do demo. Iluminado, mágico, santo, funesto, insuportável. Por muitos cultuado. Li por aí algumas das suas intuições (profecias?). A «modos que» as acho próximas dos horóscopos - cada um enfia a desejada carapuça.

 

“Antes que O meu corpo se converta em cinzas, cairá a águia santa. Será seguida da águia soberba. - Por esta profecia foi entendida a queda do império russo, poucos anos após a morte de Rasputin, e a chegada do comunismo.

 

“As trevas cairão sobre São Petersburgo. Quando mudar o seu nome o império terá acabado. - Com a chegada do comunismo, São Petersburgo passou a chamar-se Leninegrado. Perdeu a condição de capital em favor de Moscovo.

 

“Maldito o dia em que se faça comércio com o útero materno. Neste dia os homens deixarão de ser criaturas de Deus para se transformarem em criaturas da ciência. - Referência ao aparecimento dos úteros de aluguer.

 

“O mar entrará nas cidades e nas casas. Os campos ficarão salgados. O sal entrará nas águas. Não haverá água que não seja salgada. - O aquecimento global e o derretimento da camada polar fazem aumentar o nível dos mares. Muitas cidades costeiras correm o risco de desaparecer.

 

“Quando Sodoma e Gomorra aparecerem de novo na terra e os homens se vestirem de mulher e as mulheres de homem, vereis passar a morte cavalgando sobre a peste branca. - Interpretada como referência ao HIV, considerando a promiscuidade sexual como causa da disseminação do vírus.

 

“Chegará um tempo em que o Sol chorará sobre a terra. Suas lágrimas cairão como chispas de fogo que abrasarão as plantas e queimarão os homens. - Possível referência à destruição da camada de ozono e respetivas consequências.

 

Como a maioria das profecias, as de Rasputin também deixam previsões de vida plena e abundante para a humanidade. Infelizmente, somente após o caos que construímos. Uma coisa tenho por certa: odeio profetas!

 

 

Nota- É hoje comemorado o centenário do nascimento de Billie Holiday.

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
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Quinta-feira, 3 de Novembro de 2011

DONA ROSA

Barbara Silbert

 
Já não há porteiras. De mansinho, uma aqui, outra ali, mais uma acoli, foram desaparecendo, arrumaram os «tarecos» para gozo da reforma _ “perto da minha Arminda, que, não desfazendo, também é muito boa filha, assim como a menina, benza-a Deus!” _ ou convidadas pelo chefe anual dos condóminos a largar o ofício por troco da permanência na casa uns anos mais. Delas ficou o vazio do “bom dia! Está atrasada... Eu chamo o elevador enquanto aperta o casaco. Dê cá a pasta, «menina»”, sem arredar a mão da esfregona ao «prender» a porta do elevador.

As porteiras de bairro, quais babushkas* de São Petersburgo ou Vladivostok, eram guardiãs dos costumes encavalitados nos conformes sociais, informadoras, conhecedoras de todos os truques da sobrevivência humana, especialistas em fintarem quem julgava ludibriá-las. A menina Ivone do 4º esquerdo que havia anos deixara os quarenta para trás e nunca casou, bem podia, noite alta, manter as luzes apagadas ao sair o colega do escritório, e sussurrar: _ “Vai pelas escadas e não batas a porta de baixo.” Ou a pequena do terceiro aveludando as botas ao dispensar o elevador se era alta a madrugada ao entrar em casa. A todos topava as cautelas das quais lhes prestava conta por via de indirectas certeiras _ “A menina veja lá, suba como deve ser não seja preciso uma noite destas chamar o 112 por mor de alguma queda...” Ou o Doutor Figueira, despachado pela meia-noite da última «doente» no consultório, ainda transpirando vitalidade por todos os poros ao regressar tardiamente ao «lar» _ “Quando o doutor chega assim tardego, nada como um duche para limpar o perfume, ai, que disparate o meu!, as ideias.””

Não há segurança encorpado, a farda como envelope, prestimoso ao arranjar a porta-janela da cozinha que não fechava, o estendal no recanto do «combinado», o silicone pasmado dos cabos serpenteando no chão que me faça esquecer a D. Rosa, barriga empinada, à solta sob a bata de quadrados. Ou os seus olhos piscos de ironia ao comentar: _ “Pérolas, saia e casaco?! Hoje, chegam os paizinhos, não é?”

 

* (url)

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 10:36
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