Robert McGinnis
Sean Connery. Vintage sugerindo prova a preceito. Não um vinho rafeiro que satisfaça almôndegas. Nem um tinto alentejano, reserva de honesta adega, capaz de encher o palato e fazer valer uma sóbria entrada de salpicão e lâminas de queijo de Serpa. Que me desculpe o produto nacional, mas o Bond mais convincente de sempre pede um Louis Cristal Roederer de 88, ostras e cenário - degustação num final de tarde com alfazema e sombreado pelas tílias do centro de Saint Tropez (ali, os paparazzi não incomodam as gentes - fazem no porto a romaria).
James Bond, saído da pena do Heim von Ian Fleming, requeria excelência na sedução e sagacidade na atitude. Sean Connery ofuscou o pedido: reuniu corpo atlético bem servido de altura, olhar coruscante, sorriso raro e nunca escancarado, a pitada de distância que «terramoteia» a segurança feminina. Elas caíam-lhe nos braços, e ele, consumidor consciencioso, deixava-lhes no regaço a ilusão do homem perfeito, sexo perfeito, fuga perfeita. Por esta ordem. Certeza: maior que a cedência e beleza delas era a sabedoria dele. Quem resistiria? _ Não eu, Dio mio!...
As Bond Girls oscilavam entre extremos duma corda mantida vibrante pelo enredo. Perversas e funestas ou delicodoces e boazinhas até doer. Manipuladas sempre, quer pelos agentes do mal, quer pelo Bond, James Bond, zeloso espião ao serviço do ocidente. Manias e vícios – beber “vodka martini shaked not stirred” e arruinar a banca de baccara nos casinos.
O Bond via Connery deve ter feito mais pela divulgação do gin que todos os vendedores. Esta é a receita da bebida deixada pelo Ian Fleming no primeiro livro, Casino Royale: (...)
CAFÉ DA MANHÃ
Will Kramer
A Siemens destaca os acidentes mais comuns com telemóveis:
- deixar cair o telemóvel;
- atirar o telefone ao chão num acesso de raiva;
- queda do aparelho na sanita;
- esquecer o aparelho no tejadilho do automóvel;
- deixá-lo cair na neve (de preferência em St Moritz, digo eu).
Rol do comum enjeitamento do bicho falador e «GPS de serviço». Mas há resistentes: os que sobrevivem a noite de tempestade após queda num charco que, mal comparado, mais parecia a lagoa de Albufeira ali para as bandas de Alfarim ou Meco e já foi a Meca do nudismo português. Ó valorosos atributos masculinos e seios pingões que por ali balanceavam! Ó rosadas «guidinhas» abertas ao sol do meio-dia! Ó ovos estrelados e pilinhas liliputianas visíveis a olho nu apenas de muito perto! Tudo saudável, sem infiltrações, ou tesuras cirúrgicas.
Por esse tempo, La Plage de La Liberté, ao lado de Saint Tropez, expunha o mesmo encimado por rostos de pevide, sendo elas, de noisette, sendo eles. Nada de muito diferente, não fosse a ausência de modos dos espreitas «meconeses» e a discrição dos voyeurs que na Liberté silenciavam orgasmos. Cá tudo boçal, dizem, lá tudo raffiné segundo a fama. Por entender: então os franceses têm requinte e nós não? As pevides e os fragiles que nem uma cascata de água limpa escorrendo-lhes pelo corpo aguentam por dia? Depois, armados em finos, fazem género. Não raro, a xenofobia marca-lhes atitudes, malgré o reputado ‘bon chic, bon genre’. Os nossos emigrantes, desde os anos sessenta até hoje, que o digam.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros