Scott Jacobs – “Uncorked”
Meia-leca - Expressão intrigante. O que será uma leca inteira? Metro e noventa? Dois? Sendo assim o Maques Mendes não é meia-leca coisíssima nenhuma, mas sim quatro quintos da leca. Ou seja, quase leca inteira. E neste quinto da leca parece residir a questão. A totalidade da leca só nos jovens pujantes à força de Nestum foi atingida. Antes, a leca era mais curta. Sendo que os criados a papa de farinha Maizena, tal como o Marques Mendes, dele se elevavam por escassos centímetros, é injusta a medida feita. Até porque foi provado ser o desempenho indiferente à fração da leca genital - a parte verdadeiramente excitante é a extremidade. Ora, sendo assim, mais leca, menos leca, não afecta a eficácia dos órgãos, nomeadamente o cerebral. E esse é que conta.
Copos-de-três - Direitos adquiridos não devem ser mexidos. Vendo bem as coisas, não parece correto o atentado aos farmacêuticos com direito a alvará de farmácia. Ok, partilham alvará com taxistas, talhantes, drogarias e mercearias de bairro. Porém, distintos. Têm programas informáticos de última geração, vendem mais que pão quente e no estabelecimento tudo desliza: gavetas, funcionários e a máquina registadora. E não venham com coisas - lá por venderem perfumes, cremes de estética, bâtons, eyeliner, escovas de dentes e de cabelo, acessórios de moda, é tudo muito saudável e controlado. Bocas perversas insinuam venderem quase tudo excepto copos-de-três. Se lhes tirarem os medicamentos de venda livre, como aguentarão o rombo e a contrariedade de não mudarem o Mercedes CL ou verem-se privados das férias no Burj al Arab do Dubai este Verão? Francamente... não se faz!
Coimas - Espera-me um saque se avançar num semáforo verde/tinto, deitar pela janela o cabelo caído na camisa ou não memorizar os limites de velocidade em vias-rápidas, as menos rápidas e as que parecendo rápidas não são. Estou em vias de organizar 'post-it' discriminado e colá-lo bem à vista. Reconheço ser possível que numa rotunda de onde parta via que ignoro quão rápida é, tenha de parar, ler o papel e depois continuar. O cabelo esparramado na camisa branca lá terá de ir para o cinzeiro, ou esperar que pare para lhe dar destino. Mas grave mesmo é o atentado à soberania dos vícios. As coimas do novo Código mais parecem tau-tau no rabiosque de quem apenas demonstra respeito pela tradição: claudicar sem culpa ou pena. Lá se vai o gostoso/malvado arremesso tão português do maço de tabaco vazio ou da ponta do cigarro ainda ardente pela janela. O peso da tradição foi-se.
CAFÉ DA MANHÃ
Scott Jacobs
Para os funcionários da UE, atingida meia década na idade, aposentação com 9.000 euros por mês Neste ano, 340 agentes garantem reforma antecipada com aquela «renda» mensal. Objectivo?
_ Facilitar a integração de funcionários dos novos Estados-Membros da UE (Polónia, Malta, países da Europa Oriental).
Quem paga?
_ Todos aqueles que trabalham ou trabalharam para reformas mínimas ou diminuídas em muitos países da Comunidade. O nosso entre eles.
Quem beneficia?
_ Exército inteiro da mesma organização: juízes, magistrados, secretários, supervisores, mediadores, et cetera.
Não descontando um chavo, os tecnocratas europeus, supostamente cidadãos comuns ao serviço de quem representam, são nababos. Tremoços as mordomias dos deputados nacionais, venenosamente, comparadas com as deles.
Giovanni Buttarelli, que ocupa o cargo de Supervisor Adjunto da Protecção de Dados, após1 ano e 11 meses de serviço (em Novembro 2010), adquire reforma de 1 515 €/mês. Equivalente à média recebida por um assalariado francês do sector privado ao completar 40 anos de carreira. O colega Peter Hustinx renovou contrato. Dez anos adiante, 9 000 €/mês. Outros «eurocratas» fruem privilégio idêntico, adquirido o estatuto de pensionista:
- Roger Grass, Secretário do Tribunal Europeu de Justiça, 12 500 €/mês;
- Pernilla Lindh, juiz do Tribunal de Primeira Instância, 12 900 €/mês;
- Damaso Ruiz-Jarabo Colomer, advogado-geral, 14 000 €/mês.
Escândalo (ou já nem é?) divulgado aqui.
Ocupando cargo desde meados dos anos 1990, em quinze anos e meio validam carreira completa. De seguida, espera-os golfe ou modorras várias. Entretanto, recomendam alongar tempo contributivo aos (a)normais europeus que juntos fazem «povão». Jackpot isento de explicações e cobranças obtido pelos “gendarmes de Bruxelas” que pregam ortodoxia fiscal.
Demagogia? Até pode ser. Mas apetece por não achar nos ‘Senhores Europa’ «célulazinhas» cinzentas à Poirot que diferenciem a substância.
Nota: adaptação de «nova» que a rede propala.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros