Sergey Marshennikov
Segunda matutina. Ai de quem ganha diariamente pão para sobreviver e viver alegre! Acorda com as galinhas mudas na Cidade Grande. Elas resistem nalgumas hortas periféricas pelas quais pugna(va) Ribeiro Telles. Corredor verde separando a urbe capital das bordas que impede divórcio litigioso entre ambas. As hortas, bolhas citadinas de ar puro, fazem crescer pimentos e couves e alfaces e favas e batatas. Proliferam em canto qualquer das vias rápidas ou declives das auto-estradas. Campos avulsos tomados por quem chega e planta vegetais. Taipais vivos em vez de polímeros erguidos que graffitis mal ‘enjorcados’ desfeiam. A caminho da A5, tarde meada, finda a rega e os carinhos, hortelões acomodam-se em plásticos/cadeiras à sombra dum guarda-sol.
Sendo rural e quieto o sítio talvez galo acordasse o despertador. Assim não - vidros duplos entremeados por caixa-de-ar silenciam barulhos. Bem podem apitar fregueses madrugadores que o dentro das paredes nada ouve nem quer saber. Fora, crescem «repolhos» de tijolo e cimento. As gruas, vaivéns precisos, nas pontas iluminam noites e madrugadas. Avisam tráfegos por cima. Corredores de aeronaves. Umas sobre outras quando o tráfego é intenso. Tectos entre elas, seguros e determinados. Falhem os controladores da ANA e as colisões no céu empatam com as da 2ª Circular.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros