Autor que não foi possível identificar
Invade os escaparates das livrarias. Nome insistente nas mãos de todos. Delas, em abono do rigor. Desde que abdiquei, sem alguma vez ter provado, de anos de favas guisadas com chouriço e entrecosto, declarando não aprecio, nem o cheiro!, revi as minhas atitudes defensivas sob comando da intuição. Se favas bem cozinhadas são, afinal, deleite para o palato, por que não experimentar o produto que o homem tanto vende? E arrisquei. "Brida" e "Alquimista" os livros, Paulo Coelho o autor. Tenho de reconhecer que as compras não foram exactamente escolhas, antes falta de assunto num dia cansado. Li de fio a pavio. A cada passo espantando-me com a prosápia subjacente a uma pseudo inovação literária e a minha tolerância ao persistir.
Entre os livros de viagens espirituais que afirma escrever e um guia do American Express, reconheço a eficácia do segundo e a falácia dos «Paulos Coelhos». Promiscuamente expostos em lojas de conveniência à mistura com livros de pensamentos (outro delírio do marketing) e cartões lamechas de ursos abafados em flores. Como leitora não faço ao autor falta nenhuma - nos milhões de devotos contam-se Julia Roberts, Bill Clinton, Shimon Peres e Madonna. É campeão de best-sellers, caso típico do self made man que afirma que o seu «negócio» é o sonho. Nem contesto. O meu é mais a vida.
CAFÉ DA MANHÃ
Ideias originais? _ Nem uma! Tinha de chegar o Paulo Coeelho com samba na voz para convencer leitores a dançar o «forró» com as suas obras.
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros