Julianna
No começo, adrenalina do novo, da descoberta dum ser, do caldo fervente que mistura emoções revisitadas, talvez esquecidas, talvez alojadas no canto dentro julgado com ferrolho cuja chave o tempo perdeu. Num momento inesperado - é quase sempre assim! – a chave está na mão que toca outra, no olhar silencioso que subverte o instante e conduz arrepio à pele e torna ébrio o sentir. E os seres misturam emoção com amor, amor com paixão, paixão com vida toda. Cantam almas e corpos até de dois ser feito um. Continuam a folia traduzida no brilho dos olhos, juram, convictos, o ‘para sempre’.
Inexoráveis, sucedem horas e dias e meses, anos, quiçá. Sorrateiramente, espia a rotina no seu jeito de borracha dos sentimentos que vai substituindo o desenho inicial por um deslavado de intensidade. Mas fica a posse, as palavras, gestos repetidos sem porquê salvo terem o outro como sentido de vida à maneira de seguro que garante cobertura de estragos se os dias entortarem. Sobrevém o cansaço com capote largo a encobri-lo. É redito o amor por um ou por ambos. Mas não – somente acata o pagar do seguro.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros