Hugues Gillet
Das frases atribuídas a génios da humanidade, uma remete para Einstein: _ “Não sei como será a III Guerra Mundial, mas a IV será à dentada.” Pois aí está a quarta, sendo que a terceira foi dominada pela hostilidade Ocidente – Oriente com o nuclear à mistura. Nesta que, por ora, vivemos, mordidas guerrilheiras (violentas entre religiões) e fosso económico dominam. O mundo soçobra na agricultura – solos férteis para cereais dedicados a monoculturas de espécies produtoras de biodisel (Brasil na linha da frente) – na indústria pela recessão global, nos países em que se divide pelo abismo que dilata a distância entre pobres e ricos. A classe média fenece e, sob o escuro da noite, com vergonha assalta lixos, os pobres recorrem à refeição quente diária fornecida pelas organizações camarárias e humanitárias, os ricos amealham com a desgraça alheia. As solidões e desgraças encontram alívio nas redes sociais que proporcionam a ilusão do esbatimento de fronteiras indesejadas.
O ambiente colabora na miséria global: no Outono de 2010, na Cidade dos Anjos, 40ºC , catástrofes (anti)naturais no México que mataram, como soe o costume, os mais pobres dos pobres. Quem o tornou desequilibrado e raivoso? A inconsciência, a ignorância, o laxismo, o ‘faz, depois se vê’ que exauriu o planeta e fez dele jangada à deriva atmosférica.
O Pacote 3 e os seguintes foram romances em capítulos quando o conteúdo é telegrama económico: _ “Asneirámos, omitimos os contornos do caos. O povo que sofra e remedeie malfeitorias.” Problema: _ Há muito fora, por todos, subentendido. O descaro, o despudor, o cinismo dos poderes não é exclusivo português. Nem nisto almejamos originalidade. Que, então, a procuremos e se enterre a classe média com honras de estado e tumba própria na Basílica da Estrela.
CAFÉ DA MANHÃ
Autores que não foi possível identificar
Primeira pedra no chão. Onze dias passados. Avenida da Índia. Belém. Lisboa."Pavilhão de exposição em cristal e aço como testemunho da evidência do Homem no Universo". Autor: Paulo Mendes da Rocha, arquitecto brasileiro, prémio Pritzker, em 2006. Sugerido por Eduardo Souto de Moura.
A “caixa do tesouro’ tem conclusão prevista para Outubro do ano próximo. Sem interromper o eixo pedonal Ajuda-Belém, prolonga-o num passadiço com fim na Estação Fluvial. O ‘museu branco suspenso no ar’ apresentará dez metros de pé direito, parede branca suposta infinita, sala maior que relvado de futebol. Alojada a colecção de coches mais representativa no mundo: 130 viaturas, 54 das quais se encontram no actual Museu dos Coches e 32, das 76, do palácio de Vila Viçosa. No antigo museu - o mais visitado em Portugal - fica um núcleo de coches do século XVIII.
Solo projectado livre para não entupir a fruição ribeirinha. Quase cinco metros acima, aos passeantes nada impede o caminho. Preservar e engrandecer zona preciosa da 'Grande Alface' é notícia boa.
Ondas de choque se alevantam. Afirmado existir melhor destino para o custo estimado dos 31,5 milhões de euros. O movimento/petição “Salvem os Museus Nacionais dos Coches e de Arqueologia e o Monumento da Cordoaria Nacional!” fundamenta:
- projecto ocioso que impede aplicar verbas urgentes e necessárias em projectos culturais de verdadeiro interesse público;
- o novo museu “constitui um verdadeiro 'terramoto' de efeito ricochete na museologia nacional, pois implicará a obrigação de deslocar os serviços do antigo IPA (actual IGESPAR) da arqueologia subaquática, do depósito de arqueologia industrial, para a Cordoaria Nacional e, por esta via, uma eventual transferência do Museu Nacional de Arqueologia para a mesma Cordoaria, que é Monumento Nacional desde 1996.”
Requerido:
- intervenção rápida no sentido de travar o projecto em curso do novo museu dos coches, garantindo assim a manutenção, nos espaços actuais, do Museu Nacional dos Coches e do Museu Nacional de Arqueologia e a conservação da integridade física e técnica original da Cordoaria, enquanto monumento nacional de interesse internacional.
Duvido, como princípio derivado da experiência – o projecto do Centro Cultural Belém foi lição entre muitas – dos ‘profetas de mau agouro’ postados em «Restelos». Porque a concha da minha mão deixa escapar verdades, divulgo o novo e seu oposto.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros