Allan Davidson – “Brigitte Bardot” Peter Engels – “Brigitte Bardot St Tropez France”
Brigitte Bardot é a antítese – antítese marxista, mesmo – de Marilyn Monroe. O léxico de BB nem sequer incluía a palavra “sexo”; já o léxico de Marilyn não precisava de mais nenhuma. Têm ambas as mais subtis e maravilhosas curvas. Mas há uma cruel luta de classes a separar a lábil e citrina geometria de cada uma delas. Bardot casou virgem, com o enfant terrible Roger Vadim. Era pelo menos o que pensavam os selectos pais dela. A forma como Bardot casou virgem sem ser já virgem é que faz toda a diferença entre o mundo dela e o de Marilyn.
Os pais tinham autorizado o namoro de BB e Vadim. Namoro à vista. Para dialécticos saltos qualitativos, encontravam-se às escondidas. No primeiro encontro BB perguntou ao amado: “E agora, já sou mulher?” Ele foi sincero: “Já és 25%.” Ao segundo encontro, a mesma pergunta e Vadim, ofegante, terá dito: “Já és 75%.” Ao terceiro encontro, ele disse-lhe o que ela já não precisava que ele dissesse e Brigitte, abrindo as portadas da varanda de um recluso quartinho, gritou para uma estreita rua de Saint-Germain-des-Prés: “Já sou mulher.” Os aplausos do bairro fizeram-na perceber que estava deliciosamente nua.
Bardot era uma nua menina de liceu, desses franceses anos cinquenta em que o amor se começava a conjugar transitiva e intransitivamente com o sexo. Era inocente e, pasme-se, (…)
CAFÉ DA MANHÃ
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