Por enquanto, é assim:
- crianças discriminadas;
Autor que não foi possível identificar
- crianças tristes sem o mínimo indispensável para hoje e amanhã dignos;
Autor que não foi possível identificar
_ crianças com o tudo comprado pelo dinheiro, todavia sem famílias estruturadas que garantam afecto e diálogo harmónico olhos nos olhos, afagos.
CAFÉ DA MANHÃ
Neste dia que burocratas sempre em serviço dizem inútil por não contribuir para a produtividade nacional, melhor é ‘mandar às malvas’ quem tal afirma, desesperanças e viver alegria.
Sugiro o Galito, pena fechar ao domingo!, lugar da minha rendição à comida alentejana. Serigrafia oferecida pela querida Amiga Manuela Pinheiro onde figura Pessoa, um dos seus amores, e, a começar, aqui a terminar, os torresmos do rissol que me perdem.
CAFÉ DA MANHÃ
Steve Hanks
Com que então somos cada vez menos? Que é preciso remedeio e coisa e tal. Que se não procriarmos mais, no final do XXI, pouco além chegaremos aos três quintos de hoje – dez milhões, número redondo, após a contagem dos imigrantes nacionalizados. Que somos dos países mais envelhecidos da Europa, quiçá do mundo. Que altas instâncias internacionais se preocupam com o facto. Que a redução das contribuições para a Segurança Social pode assumir a forma do icebergue que afundou o Titanic. Olha as novidades!
Me interrogo e me espanto com a sazonalidade de certas bombas noticiosas. Tenho como vero que morto o Bin Laden, sendo conhecidas as restrições «fmidescas», enquanto a campanha eleitoral não esquenta, estando a Velha Europa trémula e com receio do fim, os novidadeiros farejam realidades sabidas trazendo-as ao pico da onda que rende. Também me «assarapantam» discursos de intendentes que, ao utilizarem chavões populares, terminam dizendo: _ “Perdoada seja a linguagem de plebeu.” Ora esta!... Então, é assim: recorrer a bordões conotados com elites é socialmente correcto e não carece de desculpa, mas ser popular obriga a censura do género “Deus me livre de ser confundido com o «povão». ”Da soberba pública, cada um toma a dose pretendida, conquanto na privacidade seja plebeu abastardado. Os piores, digo.
É necessário fazer bebés a favor da nação? Que arribem de úteros aconchegados pela vontade dos pais, nunca por encomenda gestora das finanças nacionais. Era o que faltava ir ainda mais adiante a penúria dos valores sem cotação nas bolsas onde a dinheirama circula!
CAFÉ DA MANHÃ
Steve Hanks
Mulheres sós. Com filhos. Família alargada para lá de excesso de quilómetros. Longe. Recursos económicos médios ou abaixo disso sem permitirem funcionárias a tempo inteiro ou baby sitters – mesmo havendo folgas salariais para extravagâncias, que não existem, jamais entregariam as suas crianças a desconhecidas. Mães atentas ao que pelo mundo passa e com necessidade de satisfazerem interesses culturais. Com precisões afectivas próprias dos humanos, independentemente do género.
Do equilíbrio na boa gestão das carências e dos haveres, se financeiros, parcos quase sempre, é consequência o bem-estar da pequena família. Da mulher. Das crianças. Do crescer saudável. Porém, nos tratados que juízes lavram, é frequente e ainda maioritário a entrega do poder paternal às mães: porque as necessidades dos filhos exigem e o amor maternal deseja, porque o reclamam com vingança nas razões, pela indiferença do homem progenitor. Em qualquer dos casos, os pais são, normalmente, ‘obrigados’ (convidados?) a assistência presencial aos filhos de duas em duas semanas. Alguns são alegres cumpridores - dos seus meninos sabem no intervalo que medeia até aos abraços e beijos quinzenais. Entretanto e se distantes geograficamente, presentes na educação, nas dificuldades, nas viroses e dores de barriga, nas decisões fundamentais; excepções distantes da regra/norma. Contudo, aos pais está reservada liberdade no ocupar das horas deixadas livres pela profissão até aos fins-de-semana ‘neste estou com eles’.
E as mães? Vinte e seis dias por mês dedicados, por inteiro, aos filhos, à profissão que é sustento principal, aos carregos do supermercado, à cozinha, à roupa e ao ferro, ao aspirador e a tarefas outras tão motivadoras quanto as últimas. Deitadas as crianças, sobra, quiçá, tempo e disposição para leitura, até a estafa chamar sono. Tempo para namorar? _ Inexistente, seja a mãe responsável e recuse enfiar portas adentro homem que ainda não lhe inspire a confiança necessária para ser apresentado aos filhos.
Porque os cuidados na escolha de parceiro redobram, porque urgências emocionais contrariam a escassa disponibilidade para gestos privados, alguns, muitos, homens entram em fuga nos relacionamentos com mães assim. E elas sofrem pela condição de mulheres inteiras duas vezes num mês, vinte e duas num ano, descontadas férias.
Nota: crónica dedicada às mulheres/mães responsáveis que conheço ou não, mas são.
CAFÉ DA MANHÃ
Steve Hanks
Viver não custa, acordar sim. Difícil é abandonar a moleza, impor ordem aos músculos e a cada osso ou ossinho. Ordenado o cérebro para o dia pensante e de acção, assumir a vertical. Iniciar o dia consciente. Ter asilo nos rituais - debruço na janela para espertar os sentidos e receber, de chofre, a luz inteira, abrir o frigorífico, ligar a máquina do café, conferir ao «pequenino-almoço» a frugalidade, uma outra impressão digital da personalidade.
Aconchegado o corpo na cadeira, bebericar leite e pensamentos e, do dia, o prazer a construir. Porque a alegria se ergue como edifício no amanhecer seguinte recomeçado, assim haja pré-disposição ou vontade, com ela fruir dos instantes, esmaecer problemas para, depois, os perspectivar doutro modo.
Negar semelhança ao peru que sempre morre de véspera, rejeitar negrumes quando, haja optimismo, inventar luz é fácil, poupa o ser de mágoas antecipadas. Confere-lhe competências: distância de precipitações, análise crítica, disponibilidade para ouvir e recolher o melhor, para atender os outros com o tempo ganho na recusa da auto-comiseração. E fica mais leve o espírito e o corpo por vida dele. Nascem risos. Nascem rugas com eles. Mas antes registos na face com boa causa na origem do que outros, tão inevitáveis como os anteriores, que engelham e torcem, duma vez só, o corpo todo.
CAFÉ DA MANHÃ
Cortesia de Anónimo
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros