Russsel D. McGovern
Apetecia-me rir, rir, rir.
Rir até me doer a barriga de rir. Até ter que limpar os óculos das lágrimas de tanto rir. Rir a bom rir. Sonoramente. Rir com amigos alarves a rir. Mas já não se ri. Já não se contam anedotas. Nunca mais ouvi uma anedota nova, uma anedota mazinha, inteligente, politicamente incorreta. Porca. Nem anedotas porcas se contam mais. Parece que a anedota foi proibida – se calhar está guardada na gaveta das carteiras Channel – e só se conta na clandestinidade. Deixaram de se ouvir anedotas nos cafés. Deixou de haver gargalhada. É só caras sérias, notícias e atualidade.
Miséria! Sem dinheiro ainda se vive, agora sem anedotas, sem rir, rir, rir é mais difícil.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros