Michele Del Campo e autor que não foi possível identificar
Na Refer, na TAP, na Carris e Metro, na ANA fervem greves nas alturas decisivas das necessidades dos cidadãos. Não fora assim, quem notaria as revindicações dos trabalhadores abrangidos por aquelas entidades? Tendo sindicatos tão pobretanas quanto eles e o país – inexistentes fundos que remunerem grevistas inscritos nas fileiras sindicais -, perdido o salário dos trabalhadores à conta de nada? Não seria arguto, muito menos eficaz na força da greve como forma de luta contra as injustiças perpetradas, lesivas dos direitos laborais.
É inaceitável a prepotência do Ministro da Educação ao não acatar a diretiva do Colégio arbitral que rejeitou serviços mínimos na greve dos professores no dia 17 em que ocorre o exame nacional de Português abrangendo a quase totalidade dos alunos do 12º ano seja qual for a área frequentada (Humanidades, Ciências e Artes). Depende de Crato e seus acólitos remarcar o exame referido para outra data não abrangida pelo intervalo de tempo previsto na duração da greve. Talvez, quem sabe, aspira ao cognome de Iron Man. Imerecido, de facto, pela argila mal cozida das medidas até aqui tomadas que não retiraram a condição de reféns aos alunos, suas famílias e professores.
O Ministério continua a transmitir aos portugueses a ideia de serem os professores cambada de madraços. Desautoriza-os. Generaliza a ideia de privilégios incomuns como reduzida carga horária, férias a rodos e proventos a mais quando da profissão deviam fazer sacerdócio. Mentiras que colam na opinião pública. Soubesse esta da burocracia inenarrável às costas dos professores que lhes retira tempo para um serviço educativo de qualidade, das deploráveis condições de segurança nas escolas onde os pais deixam os filhos, outra seria a reação das famílias. Fazer dos professores bodes expiatórios é o rumo populista mais fácil. Desfoca o essencial.
Importa saber os exames nacionais como decisivos para discentes e docentes. Uns e outros consideram-nos momentos altos pela avaliação do trabalho desenvolvido anualmente. O caminho da greve é o último que os professores aceitam, salvo quando reconhecem em perigo a qualidade do ensino que prestam e os direitos dos alunos por via do autismo governamental.
CAFÉ DA MANHÃ
Sorayama, Chris Beck
Se para mais do que os pensados voar é terror sem remédio, imaginemos o que sentem após divulgado que cinco ratos arranjaram abrigo num avião da Qantar, companhia australiana. Detectados pela tripulação pouco antes de admitidos os passageiros, foi constatado tratarem-se de filhotes o que indicia família a bordo. Olha se a filharada atrevida tinha sido discreta e dentes espevitados roíam cabos essenciais à segurança da aeronave!... Aliás, a empresa atravessa maré de menos sorte por nos últimos tempos uma dezena de incidentes ter acontecido.
O medo de voar tem razões, como em tudo, diversas. A TAP promove cursos estruturados para os sofredores de tal pânico. Acompanhamento psicológico, experiências em simuladores, entrada em avião estacionado, respostas correctas às perguntas/inquietações. A missão termina com voo curto: Madrid destino comum. Parte substantiva dos passageiros sai curada. Amiga inscreveu-se no ‘curso’; entre os participantes, actriz portuguesa e conhecida obrigada a filmagens em múltiplos lugares do mundo. Surtiu o efeito pretendido na minha amiga, conquanto embarcar para o alto seja ainda a última das opções numa viagem.
Ora, a Teresa C. que adora aeroportos, não receia descolar da pista e na duração do trajecto apenas entope ouvidos, finos como antes ao baixar a altitude, pensa neste e noutros medos que tantos afligem. As consequências somáticas das emoções são banais. Há parcos dias, amigo nos quarenta, esforçado em treinos de horas num ginásio, no final do último saiu transportado pelo INEM e acamou no Hospital de Santa Marta. Razão: enfarte. Sobreviveu e aprendeu a conhecer o psiquismo que determina reacções do corpo. Julgava recuperar sem danos, pragmático como só ele, de um desgosto profundo. Mas não. Fugiu o sono recuperador, escolhia isolamento, abusou dos cafés e do tabaco, pedir ajuda nem pensar “porque sou forte e em par de semanas estou intacto”. Os excessos no ginásio eram alienação/remédio – extremando os músculos, anestesiava a psique.
Concluo: engana-se quem julga as mulheres mais atreitas a lidar mal com desgostos - a sensibilidade não tem género -, ignorar sinais desestabilizadores é ruína da pessoa. Avancemos então no autoconhecimento, estejamos atentos às nossas fragilidades e não sobrevalorizemos forças imaginadas.
Strangers on a plane
Each person/painting is an individual.
Each has his/her own identity.
For the most part,
they have very little in common.
Yet, they all are going in the same direction.
They all got ON in the same place, and
they and are going TO the same place.
Some may continue on their journey.
Some may come home.
Yet for a short period of time,
they are all
Strangers on a plane.
Autor desconhecido
CAFÉ DA MANHÃ
Tamara Donahoe
De semana a semana, ou mais do que isso, por lá peregrino com nome vero. À caixa de correio habitual, chegam-me presentes, convites ou notícias ou adesão a causas. Quantos conhecidos e amigos passeiam naquele lugar? Muitos. Dão notícia. Intervêm. Motivam comparência em eventos culturais. Seguem o país e o mundo. Informações e pretextos para reflectir não faltam. Tudo constato em visitas de médico que não "João Semana". Uns dias m’advirto, noutros pico cartão de ponto virtual.
Desbocar naquelas andanças não era facto por mim lido - cada utente que me abrange conserva o bom senso e o registo conhecido. Por vezes, surpresa boa acontece e aproxima distantes. Ainda assim, pela escassez dos ócios, pouco adianto ao aceita/ignora. Shame on me!
Espantou a distraída criatura da qual não escapo, que pilotos da TAP esparramassem, ao léu e numa rede social, correres privados da empresa. Porque do acontecido nada sei além do ouvido/escrito, achei sublime formação sobre ‘Ética’ abrangendo os envolvidos. António Monteiro, porta-voz da TAP, afirma pura coincidência a escolha dos formandos e da formação. Punir? À pergunta respondeu ‘não é bem assim’. Instado, pela óbvia não-resposta, corrigiu: retirou o «bem». Melhorou sem convencer.
Num ponto, o homem possui razão: manda o senso distinguir público de privado. E quem julga inócuas as teclas quando as utiliza para o mundo, não aprendeu ainda que viver no “pomar de Jesus”* cria incómodos.
* Expressão provinciana que em três palavras educadas arruma ‘credulidade tonta’. Como se alguma não o fosse!
CAFÉ DA MANHÃ
Jim Sasoski
Meses sem despegar os pés do chão. Saudade de contrariar pela resultante de forças outras a gravidade que jamais permitiria voarem toneladas. De madrugar após véspera em que foram fechadas malas e cadeados. De evitar filas no check-in e tomar pequeno-almoço tranquilo assistindo ao vaivém dos candidatos a viajantes. De, liberta de «atafulhos» na mão, percorrer corredores e tapetes rolantes com fim no longe da vista. De comemorar o segundo de Janeiro que me levou para a Escócia para um tempo de maravilha. Do óculo/horizonte colado ao meu ombro. Do rugido no levantar. Da inclinação sobranceira e obediente às leis da Física. De, nesse instante, lembrar a querida Aida e o seu terror de voar que um curso na TAP curou. Dos ditos espirituosos da Teresa, colega e amiga no mundo da ciência.
"Ciência
1. Se mexer, pertence à Biologia;
2. Se cheirar mal, pertence à Química;
3. Se não funcionar, pertence à Física;
4. Se ninguém entende, pertence à Matemática;
5. Se não faz sentido, pertence à Economia ou à Psicologia;
6. Se mexer, cheirar mal, não funcionar, ninguém entender, não fizer sentido é Informática.
Lei da Gravidade:
- se conseguires manter a frieza quando todos à tua volta estão a perder a cabeça, provavelmente é porque não estás a perceber a gravidade da situação.
Lei da Queda Livre:
1. qualquer esforço para se agarrar um objecto em queda provoca mais destruição do que se o deixássemos cair naturalmente;
2. a probabilidade de o pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é proporcional ao valor da carpete.
Lei das Unidades de Medida:
se estiver escrito 'Tamanho Único' é porque não serve a ninguém, muito menos a ti.
Lei da Procura Indirecta:
1. o modo mais rápido de se encontrar uma coisa é procurar outra;
2. encontramos sempre o que não estamos a procurar.
Lei do Telefone
1. quando te ligam:
- se tens caneta, não tens papel;
- se tens papel, não tens caneta;
- se tens papel e caneta ninguém te liga;
2. quando ligas para um número errado, esse número nunca está ocupado.
Parágrafo único: todo o corpo mergulhado numa banheira ou que se encontre debaixo de um chuveiro faz tocar o telefone.
Lei dos Cursos, Provas e afins:
80% da prova final será baseada na única aula a que não foste e no único livro que não leste."
CAFÉ DA MANHÃ
Retrata-me bem a sugestão do Zeka
Para o temor ido da querida Aida, recomendo este vídeo. Hoje, irá sorrir ao vê-lo.
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros