Num café em Tel Aviv, é servida aromática mistura aquosa, competente e munida de acrescento: leitura da sina. Presente e futuro nas borras do café em vez de escritos na palma da mão. Os funcionários obedecem à instrução recebida duma mulher com ascendência cigana. Evitam as más notícias, atentam nas boas e servem conselhos à medida do cliente.
A Teresa C., descrente nas previsões avulsas que incluem as meteorológicas, não resistiria à sina lida como alternativa ao mimo/amostra de chocolate que dispensa. Ofereçam-lhe ervas aromáticas para culinária ou plantas floridas envasadas - alarga sorriso nos lábios e no olhar. Congrega em húmus e terra espalhada numa saladeira larga de cerâmica verde-lima, branca, ou laranja, verdes minúsculos, a um euro cada nos hipermercados. Rega e persegue o crescimento. Cuida da luz precisada. Levantado o dia, enche a alma mal acordada com o jardim miniatura. Lembrança do que na Beira frui. Demasiado longe da vida urbana para lhe assistir aos ciclos. Por isso, a ternura nos gestos quando vigia o jardim possível no abrigo/casa.
A leitura da sina, mesmo em borras, seria equivalente à diversão obtida quando lê futuros fora de prazo em revistas de bonecos(as) entre champôs, máscaras capilares (trazidas de casa – economia é valor que a Teresa C. aprecia) e demais atavios no cabeleireiro.
Que escrevam, verbalizem (in)certezas ociosas. Que emaranhem vidas. Bom café e brushing a preceito servem como leitmotif para sorrir e descrer.
Nota - http://tsf.sapo.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1405877
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros