Autor que não foi possível identificar
Piscou uma. Desilusão. Recomeçou. Piscou duas. Ansiedade no compasso de espera. À terceira, foi de vez. O LHC (Large Hadron Collider) respondeu. Os protões, como doudos, iniciaram colisões. Tantas que a maior concentração de energia alcançada pelo homem foi atingida: 7 teraelectrão-volt (TeV). Objectivo: recriar os primeiros microssegundos após o Big Bang, a misteriosa explosão que terá gerado o Universo. Entender, enfim, a origem da massa das partículas elementares e através da luminosidade gerada observar o bosão de Higgs, a ‘partícula de Deus’. Somente ela validará o actual modelo de átomo e a explicação conhecida da estrutura da matéria. Somente ela confirmará o sentido da minha longa divulgação científica. E porque trabalhamos com modelos fundamentados em observações do quase invisível e muitas deduções, a humildade é condição única para, alegremente, arrepiar caminho.
Cento e setenta e cinco metros abaixo do solo, os cientistas e técnicos envolvidos no projecto celebraram a rotação dos feixes de protões e núcleos de chumbo no maior acelerador de partículas do mundo. Percorrem, em menos de um ai, os vinte e sete quilómetros do perímetro circular localizado na fronteira franco-suíca, perto de Genebra. A parte do planeta dada a crendices receia esta experimentação. Que, ao competir com a sabedoria divina como a única energia/origem do Universo, acarrete o fim do mundo.
Quem, por medo ou esperança nesta marca histórica do homem, pretender seguir os progressos logrados no CERN, pode fazê-lo em http://public.web.cern.ch/public/ ou em http://webcast.cern.ch/lhcfirstphysics/. Ontem, debrucei-me nesta última janela.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros