Jim Daly
Quando me sinto provocada nas minhas convicções, quando a revolta me embarga o verbo, quando se trata de ultraje aos elementares direitos dos cidadãos, procuro distanciar-me até o racional ganhar à subjetividade. «Reações a quente» não se harmonizam com quem sou. Prefiro diálogo esclarecedor ou, na impossibilidade de acontecer, exercitar análise crítica isenta de emoções.
O direito à saúde, à educação, à justiça são áreas sensíveis das quais não me distraio. Pela omissão de escritos meus sobre os sucessivos escândalos do administrar governamental nas prioridades sociais atrás referidas, que não subjaza o meu alheamento. Estive, estou, estarei (se amanhã acordar) centrada no respeito aos direitos humanos no mundo, em Portugal especialmente. A não esquecer que na passada terça-feira o nosso país foi eleito membro do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU para o biénio 2015/2017 numa votação recorde - nunca qualquer país recebeu um tão elevado número de votos para uma organização das Nações Unidas. Foi bonito. Soube a mel.
Vai o ano letivo a meio do primeiro período de aulas, educandos e educadores continuam desesperados por começo invulgarmente tardio do ano escolar. Professores saltitam de uma colocação escolar para outra, alunos sem aulas ou que já conheceram três professores numa só disciplina ficando dias-a-fio sem nenhum. Terramoto na educação. Terramoto na estabilidade de crianças e jovens que carecem de confiança nas escolas para o estudar ser estímulo e não roleta russa. Terramoto nas famílias angustiadas perante sistema em descalabro.
Como acreditar na evolução de um povo quando o edifício educativo se alicerça em solo incompetente?
CAFÉ DA MANHÃ
Jim Daly
No dia em que é conhecido relatório sobre a duplicação dos casos de abandono pela família das nossas crianças e adolescentes, do aumento de sevícias contra elas perpetradas em apenas um ano (2012/2013), das causas aventadas para estes factos enlaçadas na pobreza crescente em Portugal, outras realidades imploram ponderação. Há muito conhecida a tragédia dos idosos que vivem no desamparo mesmo com filhos a quem deram o melhor que tinham, podiam e sabiam e que optaram por desprezá-los na grande idade. Por estas e outras atitudes abrangendo desde governantes, mandantes económicos ou políticos até aos cidadãos, não somos um país mas um sítio mal frequentado.
Na tão falada ‘women’s talk’, que se desengane quem julga serem temas cabeleireiro, moda e frivolidades quejandas. De facto, são os filhos o assunto rei. Esticadas no tempo as amizades femininas, nada se altera. Algumas nuances são introduzidas sobre a falada prole – sopas, viroses, constipações, desempenho escolar, companhias e saídas noturnas evoluem para namoros, casamentos, a inserção do genro ou nora no núcleo familiar, o síndroma do ninho vazio, netos e a progressiva fuga dos filhos à atenção aos progenitores, especialmente se estes não possuem condições para ajuda efetiva. Demasiadas são as vezes em que filhos adultos têm o umbigo como núcleo de atitudes no que aos pais respeita. Esborratadas memórias dos valores inculcados desde tenra idade. Do dito e feito para crescença harmoniosa. Do infinito amor de sempre. E cresce nos pais convicção: nunca esperes nada deles, aproveita instantes felizes e dos comportamentos/desgostos tem à mão ficha que desligas da tomada.
CAFÉ DA MANHÃ
Nelson Mandela - Peter Engels
Nelson Rolihlahla Mandela ou Madiba (Mvezo, 18 de julho de 1918 – Joanesburgo, 5 de dezembro de 2013)
Feito na prisão, um dos desenhos de Nelson Mandela. A mão aberta como símbolo de liberdade e espírito fraterno.
Nelson Mandela - Hand Circle
Nota: publicado aqui. Leitura obrigatória do texto de Manuel S. Fonseca.
CAFÉ DA MANHÃ
Daniella Foletto
Mais que fáceis as palavras são frágeis, enrugam-se, envelhecem. Por isso as preservo com muito cuidado. Daí que eu ame particularmente a água e o silêncio, lugares onde o ruído é menos provável. Aí talvez possam nascer gestos novos, olhares inéditos, sugestões de futuro.
Soubesse eu transformar em poemas momentos quotidianos sem qualquer submissão a normas ou estilos em vigor… Deles constituir um programa de encontros e de sinais em que fosse vertida a mais emocionante paixão pela vida. Em silêncio fazer nascer a água que todos pedimos e esperamos.
Convite - hoje, António Costa Santos estará das 16 às 17h no Pavilhão B70, Feira do Livro de Lisboa, numa sessão de autógrafos. Aconselho ida e a folhear livros de que é brilhante e humorado autor.
CAFÉ DA MANHÃ
Ele garante suprimir durante dois anos o IA e o imposto de circulação. Descontar cinco mil euros na compra de um veículo eléctrico. Se trocado por um «gasolina», aumentar o desconto para seis mil e quinhentos. Maiores os benefícios esperam frotas de empresas. A Renault-Nissan compromete-se a criar 200 postos de trabalho em Sines, Estarreja ou noutro lugar com universidade e porto marítimo próximos. Boas acessibilidades importam. Objectivo: exportar e promover, com mão-de-obra portuguesa, o fabrico de baterias de iões de lítio que abasteçam automóveis eléctricos. Uma por prédio novo. Parece-me bem.
Aos microfones, o representante do ACP, Automóvel Clube de Portugal, reduziu a nada os propósitos:
_ pura demagogia! Carga rápida das baterias dá para meia dúzia de quilómetros, carga lenta para uma centena. As frotas das empresas trabalham, não passeiam. Copiar os alemães é melhor – dois anos sem IA e imposto de circulação.
Presente a facilidade da cópia. Omisso o facto da investigação em ciência não parar durante a trindade de ciclos prevista. Que o conhecido hoje é ultrapassado amanhã. Que nada há definitivo na existência. Que a velhice no pensar não é comandada pelo B.I. . Que crença e esperança em falta é depauperação do «ser».
A ACAP, um «a» a mais no meio, bateu palmas.
_ Abater um veículo em fim de vida útil é acertado. Incentivos no sector são positivos. Sempre.
E pessoa comum, tal qual eu, pasma. Desconfia. Interpela as diferenças. As apreciações deviam ser inversas? Mera discordância ou incidente politiqueiro? No entretanto, dei resposta. Ouviram-na os botões que não existem no «nada» de cetim.
CAFÉ DA MANHÃ
Fast car -Tracy Chapman
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros