Carole Powell
Por este dia, quando a família era numerosa, enfrentava a estrada e a direcção tomada conduzia ao horizonte/Estrela. Antecipadamente, quem do casarão detém as chaves ligava o aquecimento – um par de dias até amornar. À chegada, lareira acesa, ambiente acolhedor, enfeites de Natal por retirar das caixas, pinheiro alpino por cortar no Vale D. Pedro. A 24, casa reluzente e alegrada por renovadas decorações natalícias. Transfigurada. Por esquecer o Verão que, brilhando o Sol, se esgueira e entra por cada frincha virada para o jardim.
Após chá quente acompanhado por ‘sonhos’ e filhoses, risos e ternura, eram esvaziadas malas e dependuradas roupas nos armários com cheiro a alfazema colhida em Agosto na mesma quinta donde viria o pinheiro, mais o musgo, mais as pedras de granito que fariam estábulo no presépio.
Por imposições laborais da geração que nos meios hospitalares faz vida, ‘urgências’ e ‘bancos’ certeiros nas Festas, o casarão resta frio e só. A D. Ventura areja, conserva o espaço que vindo o calor encherá quartos, terraços, salas e saletas.
Até ano vindouro, o Natal reside em Lisboa. Quanta falta, quanta nostalgia dos passados na Beira Alta, para lá de Mangualde, para cá da Guarda.
CAFÉ DA MANHÃ
Cortesia do Cremnóbota
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros