Quarta-feira, 5 de Março de 2014

VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES

 

Terry Rodgers                                                                                                          Terry Rodgers

 

A Agência de Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA) realizou em 2012 estudo sobre violência contra as mulheres. Abrangeu 42 mil mulheres europeias. Alguns dos resultados conhecidos ontem:

- 43% disse já ter sofrido de algum tipo de violência psicológica que incluem humilhações, ameaças físicas, proibição de sair de casa ou ter ficado sem as chaves do carro por ação do companheiro;

- 30% afirmou já ter sido violada pelo menos seis vezes pelo companheiro. Destas mulheres, uma em cada três denunciou o caso à polícia, mas 25%preferiu o silêncio por vergonha:

- uma em cada três mulheres já foi vítima de violência física ou sexual;

- uma em cada cinco foi vítima do marido ou do companheiro;

- entre os tipos de violência física mais comuns estão o empurrão, a bofetada, o agarrar pelos cabelos, ou atirar a mulher contra uma parede;

 

E no que a Portugal respeita? Conclusões:

- acontecendo a agressão no casal, 27% envolve mulheres desempregadas e 23% com mais de 63 anos;

- uma em cada quatro portuguesas já foi vítima de violência física ou sexual;

- 51% das mulheres que sofreu este tipo de violência não tinha trabalho;

- uma em cada três mulheres foi vítima de assédio sexual;

- 55% silencia o assédio por julgar resolver o assunto sozinha;

- 60% das entrevistadas pensa ser muito comum a violência contra as mulheres;

- 37% das portuguesas conhece alguém que já foi vítima de violência doméstica;

- Portugal lidera o grupo de países onde a violência contra as mulheres apresenta valores mais baixos.

 

A Dinamarca, a Finlândia e a Suécia são os países com mais abusos, o que pode ser explicado por questões culturais, como o maior número de anos no mercado de trabalho ou os hábitos de consumo de álcool.

 

Nota: dados recolhidos aqui.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Joan Manuel Serrat - Puedo escribir los versos mas tristes esta noche (poema de Pablo Neruda)

 

publicado por Maria Brojo às 09:02
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Sábado, 24 de Agosto de 2013

NO INFERNO

 

“A Matter of Life and Breath” de Danny Hahlbohm

 

Corre a sazonalidade dos incêndios. Das matas, porque os das almas não têm época passível de certezas. A Síria comprova a tese - “O Inferno” de Dante está inscrito a fogo no espírito da humanidade. Mas sendo dos incêndios nacionais o tratado, lembrar o negrume pestilento dos solos ardidos, a tragédia dos perecidos, é imperioso. Em Lisboa, dois a carvão escritos na história: o que no dia 1 de Novembro cerrou mandíbulas em 1755, e no Chiado a 25 de Agosto no ano de 1988.

 

Vinte e cinco anos desde a madrugada naquele preciso dia de Agosto, aprestam-se a ser cumpridos. Em viagem desde manhã muito cedo, saberia do drama pela TSF. Incredulidade foi o sentimento primeiro. Mágoa, o seguinte, pelo desaparecimento do encanto decadente da fração do interior da cidade que já na infância mais amava. Chegada a Lisboa, pela tarde, viria a testemunhar o horror a partir do Camões. Somente quem conheceu o glamour da “Baixa Chiado”, dos Armazéns do Grandella e do Chiado as madeiras gastas, escadarias, manequins d’antanho nas montras e dentro, chegado o Natal, a fantasia exposta aos passantes – visita obrigatória para adultos e crianças – chora as memórias.

 

A reabilitação urbana daquele lugar pertenceu e pertence ao arquiteto Siza Vieira. Ficará concluída no próximo ano. Pelo visto, desapareceu para sempre a alma do espaço. Em contrapartida, democratizou o leque de frequentadores, outrora refúgio de elites. Ainda assim, os edifícios de apartamentos que abrem túneis para deliciosas pracetas, oferecem valores proibitivos aos candidatos a moradores.

 

“Amanhã, será lançado o livro "O Grande Incêndio do Chiado", que reúne fotografias de Alfredo Cunha, Fernando Ricardo, José Carlos Pratas e Rui Ochoa. O livro (edição Tinta da China) é lançado às 16h de domingo na FNAC dos Armazéns do Chiado e as fotografias expostas a partir de segunda-feira, no Museu dos Bombeiros.”

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

publicado por Maria Brojo às 10:21
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Terça-feira, 18 de Junho de 2013

EFEITOS DA COISA/CRISE NA SAÚDE PORTUGUESA

 

Andre Kohn, Paola Angelotti

 

Porque os idosos falham nas tomas diárias dos medicamentos receitados ou nem aviam nas farmácias a medicação prescrita ou não adquirem aparelhos auditivos e óculos pela falta de recursos económicos, segue cópia dum texto de hoje na edição online da TSF.

 

“O alerta é do Observatório Português dos Sistemas de Saúde no relatório anual. A denúncia surge pelo segundo ano consecutivo, baseada no aumento da ansiedade e depressão dos portugueses.

 

O documento cita dados nacionais e regionais para concluir que em paralelo com a crise assiste-se a «um aumento da depressão, da taxa de tentativa de suicídio e das mortes prematuras».

 

Os investigadores dizem que os efeitos da crise sentem-se, por exemplo, nas despesas: 20 por cento dos portugueses estão a gastar menos com a saúde, numa percentagem que duplica entre os desempregados.

 

O relatório sublinha que várias fontes apontam ainda para um aumento da ansiedade e da depressão no país. O estudo citado de seguida foca-se na Unidade Local de Saúde do Alto Minho onde vivem 250 mil pessoas. Nessa região, o último ano teve um aumento de 76% nos casos de internamento compulsivo, o que pode dever-se ao agravamento das situações clínicas de doença mental ou à má adesão aos tratamentos.”

 

Nuno Guedes

 

Nota: recomendo a leitura da crónica “Desejos Perversos do Invejoso” publicada na “Dobra do Grito”. Excelente!

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 08:41
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Quinta-feira, 17 de Janeiro de 2013

DEFINIÇÃO DE SAUDADE

 

Jorgensen

 

O hábito de madrugar tem, além das vantagens conhecidas, o benefício de ouvir na estação de rádio preferida, TSF no caso, algumas notícias não repetidas depois. Como se ouvintes matutinos merecessem brinde. Como se quem acede à sintonia mais tarde fosse vítima predileta de lembretes sobre a ruína da nação. Ora, porque tamanhas desgraças são quotidianos duros de roer, já bondam repetições de meia em meia hora. É de entender a opção predominante nos taxistas pela Rádio Amália – tristes sinas em modo fadista são mais fáceis de digerir, aliviam o «anda, não anda» e a escassez de clientes. Sempre lembram dias mais animados pela inconsciência da dimensão da rataria que havia de conduzir à ratoeira atual que trilha cidadãos sem queijo à vista.

 

Do ouvido no amanhecer dos nacionais, destaque para história breve. Reza assim: jovem médico em estágio de oncologia peregrinava pelas enfermarias. Vê menina só. Mudando a hora da visita, o mesmo. Intrigado, entabula diálogo com a criança.

_ Porque estás sempre sozinha? Não tens visitas.

_ Tenho, pois. Todo os dias a minha mãe está aqui.

_ Então porque nunca calhou vê-la?

_ É que quando está muito triste vai para o corredor chorar. Não me diz, mas eu sei.

_ Porque chora tanto?

_ Pela minha morte, pela saudade que vai ter.

_ Receias a morte?

_ Não. Quando morrer, sei que a minha mãe gostou muito de mim. Vamos ter saudades as duas. Como nos amamos tanto, a saudade é maior. Saudade é a tristeza por já não termos aquilo de que gostámos.

 

Nota 1: texto publicado agorinha nesta «chaminé».

Nota 2: hoje, destaco no “Escrever é Triste” este texto do Manuel S. Fonseca.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:33
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Terça-feira, 20 de Março de 2012

O BEM QUE NOS TRAZ

 

Vincent Van Gogh

 

Hoje, no início deste ciclo da Terra, foi notícia ter sido identificado como pertencendo a Van Gogh um quadro florido que pousa num museu holandês. Pelo tamanho da obra que fugia às normas do artista, ficou isento de identificação. No entretanto, o pintor teria escrito a Theo, o irmão, contando que estava a pintar uma tela de maiores dimensões do que era seu hábito com dois lutadores. Analisada a obra, não é que os dois lutadores constavam sob as flores pintadas por cima? Na ausência de imagens da tela descoberta, uma com amendoeiras em flor lembra o facto. Excerto de uma carta que figura como imagem de Vincent Van Gogh ao irmão Theo também merece leitura.

 

A Orquestra Sinfónica Portuguesa e a TSF celebram a Primavera com um grande concerto ao ar livre oferecido à cidade. Hoje, dia 20 de março, pelas 13h, a orquestra interpreta  “A Sagração da Primavera”, de Stravinski, num palco junto à rotunda do Marquês de Pombal. Se assistisse, nem sabe o bem que lhe fazia!

 

Outro excerto duma carta de Vincent para Theo.

For myself, I can hardly decide which season I like best. I believe I like them all equally. Now he who has eyes to see it finds something beautiful and good in every kindn of weather, he finds the snow and the burning sun beautiful, the storm and the calm, the cold and the heat,  he loves every season and cannot spare one day of the year, and in his heart he is contented and resigned to things being as they are.

Winter is the snow with black silhouettes.
Spring is tender, green young corn and pink apple blossoms.
Summer is the opposition of blues against an element of orange, in the gold bronze of the corn.

Autumn is the contrast of the yellow leaves against violet tones. And it is a good thing in winter to be deep in the snow, in spring amid the grass.

In summer among the ripe corn, in the autumn deep in the yellow leaves.

Vincent.”

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Vincent Van Gogh e Vivaldi colaboram para anunciar a Primavera. Bom dia!

 

publicado por Maria Brojo às 10:36
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Quarta-feira, 23 de Novembro de 2011

“A CASA QUE HÁ EM NÓS”

                                                                 Prado                                                                     Conceição Ramos (colecção "Maternidades")

 

A confessa ‘menina da rádio’ tem a mania de escutar a TSF desde que a frequência lisboeta nasceu. Dá-me desgostos, olá se dá!, nomeadamente quando em viagem ou no interior português o sinal é desastroso. Mas, na procissão dos dias correntes, gratifica quem lhe segue as pegadas sonoras. E sigo. E ao entrar numa das casas minhas, bagagem recatada, a primeira coisa após o andarilhar de divisão em divisão, é abrir portadas, a segunda catar a sintonia desejada que encha o espaço de continuidade do lugar donde vim.

 

Ontem, ao ouvir o Pensamento Cruzado, reflecti-me nos dizeres. Tema: “A casa que há em nós”. A harmonia desejada entre o indivíduo e o interior das paredes que, ao cabo de jornada, o recolhem como ninho de paz. Retrato do ser que a casa constitui. A fala silenciosa que tão eloquente é – descreve os humores, períodos de instabilidade, de calma traduzidos no desarrumo ou no seu contrário. A companhia dos objectos, do recheio diverso que ao maestro do espaço confere aplauso da invisível orquestra que dirige. E os músicos ali estão, imóveis, possuindo a mestria necessária ao encanto do conforto doméstico.

 

Porque caseira me declaro, fruo de cada elemento da estrutura íntima da casa. Pela utilidade, não prescindo de um - a opção minimalista evita complicações nas limpezas e no olhar. Arriba-me à memória sugestão de pessoa mui querida: para num suspiro de empreiteiro, longo e imprevisível, é sabido, completar o restauro da casa do Prado, telhado, pintura interior e exterior, grades protectoras nas janelas nos baixios, portões novos, tábuas do chão afagadas, jardim ordenado, acrescento duma casa de banho e não mexer em reservas financeiras, vender 'apenas' um ou dois dos originais que forram paredes em Lisboa. Mas como, se fazem parte do que sou? Prefiro economizar, avanço comedido, que tesourar a alma.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Sugestão de Veneno C.                                                                                      Sugestão de 'Cão Estrela da Manhã'

 

publicado por Maria Brojo às 07:00
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Sexta-feira, 16 de Setembro de 2011

QUANDO ATÉ AS GALINHAS SÃO EXEMPLO

Gail MacArgel

 

Olh’ó disparate! Não querem lá crer que a entidade reguladora nem sei bem de quê (elas são tantas!) pondera aumentar o custo da electricidade em 30%! Somados aos 20% deste ano, vai em 50% o escândalo. Ora, nesta fase em que todos andamos “ó tio ó tio”, vem a calhar. No Prado, terei de recuperar candeias e candeeiros a «pitrol», abastecer-me de velas e ponderar se almoço grão cozido frio ou acabado de sair da panela na boa companhia de bacalhau e ovo. No consumo da «têvê» será indiferente (não vejo), mas adeus TSF companhia, leitor de «cêdês» debitando música a esmo, roupa e louça lavadas em máquinas – o tanque terá de novo serventia e copos mais o resto também ficam um primor se no lava-loiça correr água fria.

 

Neste tempo de obras que atravesso, não me pode escapar quantos minutos funcionou o black & decker, impedir aparafusamentos com geringonça eléctrica, o controle de toda e qualquer maquinaria que necessite de electrões conduzidos por cabos. E o mais importante além do óbvio “não deixe em stand by aparelhos eléctricos” é ir para a cama à hora das galinhas que desconheço qual seja mas irei averiguar porque se elas, as desmioladas, sabem, mais obrigação têm os meus neurónios de se habituarem a cumprir.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 13:06
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