Antonella Cinelli
Em certos povos, a história pesa como besta monstruosa. Confirmam-no os alemães que, por obediência ou rejeição do nacional-socialismo, orientam as atitudes. A evidência tem por base dois decotes generosos e um negro.
Vera Lengsfeld, candidata da União Democrata-Cristã (CDU) às próximas legislativas alemãs, surge ao lado de Angela Merkel nos cartazes de propaganda eleitoral. O «nada» da polémica está no «vê» revelador de seios imponentes que ambas exibem. Acrescida a frase "Nós temos mais para oferecer", os conservadores puritanos e hipócritas rebelaram-se. Uns tristes! Fosse o nosso país rural a receber idêntica propaganda, e arriscaria jura sobre a complacência bem-humorada dos eleitores. Podia ser brejeira, nas risonha. E não se inventem desculpas sobra a acutilante consciência alemã dos direitos femininos. Está omissa.
Nascido em Angola, Zeca Schall vive há 20 anos na Alemanha. Também candidato pela CDU às eleições regionais alemãs no estado de Turíngia, tem gerado escândalo aceso nos partidos da extrema-direita. O Partido Nacional Democrático foi longe: aconselhou Zeca Schall a regressar a Angola. A ameaça obrigou à protecção policial do candidato e cidadão alemão. Redime o extremismo a onda de solidariedade e carinho de amigos, vizinhos e colegas.
Apre, que alguns alemães tiram-me do sério! Logo eu que estava rendida ao modo afável que me recebeu.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros