Virgil Elliot Emily Zasada
Cem metros. Não mais. Bebericando chá verde, olhava o longe/perto para lá das vidraças entreabertas. Atrevia-se o sol. Dentro, lambia as folhas viçosas de plantas estimadas e reunidas como se foram jardim. E é. Privado, miniatura dos beirões que mesmo de longe me afagam.
Cem metros além, chovia. Rasgos azuis no celeste teto nublado legitimavam a contradição de duas estações simultâneas numa só. Café tirado, chávena entre as mãos, pernas nuas estendidas ao beijar quente da luz. Intimidade. Serenidade. Momento feliz. Como outros, como tantos, gravei-o na divisão da memória onde coleciono poemas vividos ao subscrever Confúcio: _ “O que ouço esqueço, mas o que vejo recordo.”
No ecrã da sala de cinema que invento, projeto ocorridos consoante a maré determinada pelo meu estado lunar ou soalheiro. Para os demais talvez ridículos sem merecimento. Risíveis, portanto. Todavia, se mais possuo risonhos que lúgubres, nenhum escapa a serventia – o filme deste pecúlio desfila amiúde mal o silêncio é companhia.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros