Autor que não foi possível identificar
Nas bancas nossas e americanas, "A Era da Mentira", de Mohamed Elbaradei. Nobel da Paz em 2005, o autor denuncia camarins dos fingimentos de guerras, de ameaças nucleares, reclama julgamento do Tribunal Penal Internacional pelo “crime do Iraque”. Mais e melhor conta.
Após dois quarteirões de anos da tragédia de Chernobyl, duzentos milhares de metros quadrados contaminados. As populações mais próximas restam na miséria, entregues ao álcool e a meios de subsistência confinados às hortas donde retiram menos do que as bocas precisam. Vender legumes, vacas ali criadas, delas, o leite, impensável. Crianças e adultos pálidos, subalimentados, não engendram esperança na espera dum fim anunciado. Meritória acção traz para férias em Portugal meninos da região cerca do desastre. Respiram ar limpo, vêem o mar, garantida alimentação adequada, experimentam diversões e famílias de acolhimento com mimos para eles guardados.
Em Almaraz, Espanha, da nossa fronteira distante uma centena de quilómetros, central nuclear com duas dúzias de anos mais um, quase dois, refrigerada pelas águas do Tejo. Passado tempo útil de vida há um ano, incidentes preocupantes atrás, o governo espanhol decidiu prolongar a actividade por mais uma década. Idêntica atitude existiu no Japão sobre Fukushima e deu no visto. Agências noticiosas informam: “milhares de japoneses participaram numa manifestação no centro de Tóquio contra o uso de energia nuclear e a favor do desenvolvimento de energias renováveis.” Disse o presidente ucraniano: _ “Antes de 26 de Abril de 1986, o mundo tinha uma ilusão de segurança. Depois dessa data, já ninguém pode ter garantias de segurança no amanhã.” Lucidez que, infelizmente, sobrevém após milhares de vidas e quilómetros do planeta destruídos.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros